Cada atitude de Bruna fazia eu ficar ainda mais certo de que ir embora era a melhor solução, eu precisava ficar longe dela, precisava me distanciar. Desci para sala, meus pais estavam em casa, peguei meu prato de comida e subi, jantei e durmi.
No dia seguinte acordei tarde, mais de meio dia, o quarto de Bruna estava com a porta fechada, desci e meus pais estavam na sala, me esperavam pra um passeio, era o último dia em casa, na manhã seguinte eu estaria em outro estado, longe dos dois e de Bruna. Ouvi passos na escada, era ela descendo estava linda, como sempre...
Ela vestia um moletom rosa com GAP escrito em branco, uma calça jeans desbotado bem apertada, vendo-a de frente eu já imaginava como deveria estar a sua bundinha, calçava uma bota marrom com cano médio que ia até o inicio do seu joelho. Estava de oculos escuros, e sorria, nem parecia a garota que saiu furiosa do meu quarto ontem.
-Vamos? Eu to morta de fome - Falou ela olhando pra mim e pros nossos pais.
Entrávamos no carro quando ela anunciou:
-Ah, convidei a Gi, tem que pegar ela ali pai. - Se referindo a casa de Geovanna.
Eu nem pude acreditar no que estava ouvindo, Bruna se quer olhava para minha cara, decidi que ia provoca-la ao máximo.
Eu sentei rapidamente no banco central dos passageiros, para ficar ao lado de Geovanna quando ela entrasse.
Meu pai parou o carro na frente da casa dela e businou, não esperamos nem um minuto, ela já estava pronta, saindo no portão de casa. Ela estava estranhamente linda, produzida, como se fosse para uma festa, com os cabelos soltos, bem lisos, provavelmente tinha feito chapinha, vestia um casaco branco de botão, usava uma calça jeans preta e calçava um sapato de salto alto, desci do carro e abri a porta pra ela, um pouco pra ser cavalheiro, outro pouco pra ter certeza que ela sentaria do meu lado e outro pouco pra irritar Bruna, mas a terceira parte eu não consegui.
Bruna pareceu felicissima em ver a amiga, ela passou por mim dando um beijo na buchecha, mas a segurei pelo braço e beijei sua boca, ela ficou surpresa e me deu apenas um selinho. entrou no carro e sentou no banco central, eu sentei ao seu lado na janela.
Fomos em direção ao restaurante, uma pizzaria que eu amo, minha predileta. Bruna conversava com minha mãe e Geovanna, meu pai dirigia calado e eu acariciava a mão direita dela, ela parecia nem estar entendendo o que acontecia, assim como nenhuma das pessoas do carro.
A pizzaria estava cheia, tivemos que ficar do lado de fora esperando nos chamarem, Geovanna e Bruna conversavam quando a abracei. Ela estava assustada com o que eu estava fazendo, Bruna saiu de perto indo conversar com nossos pais, e Gi se virou para mim.
-Porque você tá agindo assim? - Perguntou me olhando.
-Porque gosto de você, mas se eu to encomodando eu paro... - Falei parando de abraça-la.
-É melhor... - Falou indo atrás de Bruna.
Eu não conseguia entender, porque ela tinha aceito o convite pra almoçar e não queria ficar perto de mim... Depois de meia hora esperando fomos chamados para a mesa. O almoço transcorreu normalmente, mamãe chorava dizendo que ia ficar com saudades, Bruna e Geovanna riam e papai se mostrava indiferente, como sempre.
Logo depois do almoço retornamos pra casa, Gi nos acompanhou, eu estava mais calado, o nervosismo me abalava, não fazia idéia de como as coisas iam ser em outro estado, morando sozinho, longe de qualquer pessoa que eu conhecesse, no fundo eu ia sentir falta de Bruna, sentir falta das brigas, dos beijos, dos abraços, dos carinhos, mas era o melhor a se fazer. Chegando em casa fui direto para o quarto, ainda faltava ajeitar os últimos detalhes...