Meu dia tinha sido terrivel, ver aquelas cenas tinha me deixado arrasada, eles juntos, era péssimo, no fim da tarde Ramiro me procurou de novo e nós nos acertamos, menti que tinha brigado com meu pai, o que não era uma mentira tão grande assim também... Era noite, abri meu diário novamente e peguei o ingresso pro jogo na mão, eu queria muito saber se ele tinha convidado só a mim, se eu tivesse que assistir ao jogo com ela ao meu lado, não sei se eu conseguiria.
O ingresso era pra um camarote, pelo que Gabriel tinha me falado o empresário dele estaria me esperando lá. Durmi com o ingresso na mão, torcendo para sonhar com alguma idéia que me ajudasse a resolver se iria ou não ao jogo.
Na manhã seguinte levantei disposta, não estava tão chatiada, e até liguei para Ramiro, marcando de fazermos algo a noite. Tinha me decido que iria ao jogo, se eu visse ela lá eu ia embora, simples. Era importante pro Gabriel, ele tinha ido me ver no teatro também, eu devia isso a ele. E eu estava louca para ve-lo jogar.
Fazia muito frio na tarde do jogo, pus uma bota curta, sem salto nenhum, marrom, uma calça jeans não muito apertada, escura com algumas manchas marrons combinando com a bota, pus uma blusa branca, da Armani, com detalhes em dourado e me protegi do frio com um casaco de neve branco também. Passei batom, blush, e rimel, pus um perfume maravilhoso e sai de casa em busca de um taxi, que por sorte encontrei logo que fechei o portão.
Fazia dois dias que não nos falavamos direito, que só brigavamos, estava indo escondida do meu namorado, torcendo para não encontrar minha cunhada e torcendo mais ainda para fazer as pazes com o meu melhor amigo.
Chegando no estádio fui pedindo informações até chegar na parte dos camarotes, onde entreguei meu bilhete e o segurança me deixou entrar. O homem que estava dirigindo o carro no dia que ele foi ver minha peça estava sentado em uma das 5 poltronas da sala que tinha vista para o campo. Entrei meio envergonhada e lhe dei oi.
-Oi.
-Olá, você deve ser a namorada do Gabriel, certo?- Perguntou me olhando.
-Não, eu sou a amiga dele... - Falei tendo certeza de que ela viria ao jogo.
-Ah, desculpa. - Falou ele fazendo gesto para que eu sentasse em uma das cadeiras.
-Não precisa se desculpar. Sabe se ela vem também?
-Ela quem?
-A namorada do Gabriel.
-Olha que eu saiba ele só deu um ingresso, nem pros pais dele ele mandou. - Falou se sentando em uma cadeira distante da minha.
Será que era verdade? Ele só tinha convidado a mim, e eu brigando com ele esse tempo todo sem falar nem nada. Meu deus como eu fui trouxa de aceitar namorar o Ramiro, que raiva eu tinha de mim.
O jogo começou eu estava nervosa, imaginava que mais até que ele mesmo. Ainda na primeira parte do jogo ele fez dois gols, fiquei com orgulho de ser amiga dele, de conhecer o artilheiro do time, me sentia como a amiga de um astro do rock que todos queriam tocar mas só eu podia, e a Débora é obvio. O empresário dele fez algum comentário mas eu nem prestei atenção, só tinha olhos para Gabriel. Ao acabar o primeiro tempo ele logo tirou a camiseta e eu vi um abdomen que me fez molhar a calcinha na mesma hora, era incrivel, meu deus, ele era forte, lindo, imaginava aquele corpo todo me agarrando, me possuindo, cheguei a fechar os olhos para poder ter uma visão melhor dos meus sonhos e vi a imagem dele com a minha cunhada e cai na real de quem deveria me possuir era Ramiro. O jogo voltou a acontecer eu comia alguns petiscos que o homem me oferecia e tomei uma coca-cola bem gelada que tinha na geladeira, Gabriel fez mais um gol e o cara ria atoa. O jogo terminou e eu ia embora, quando ele me chamou.
-Eu não lembro o seu nome.
-É Manuella.
-Eu falei com o Gabriel pelo telefone e ele pediu que você esperasse por ele.
-Aqui?
-Não, lá embaixo tem o museu do clube, pediu que tu esperasse ele lá.
-Tu pode me mostrar aonde é?
-Claro. - Falou saindo comigo do camarote e levando até o local do qual ele falava.
-Você quer que eu fique aqui até ele chegar?- Perguntou educadamente.
-Não, não, vou ficar olhando os troféus enquanto espero ele.