Fanfic: Ao sabor dos teus caprichos - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso
— Há quanto tempo você está nos Estados Unidos? — ela quis saber.
— Há uma semana.
— Vai ficar mais algum tempo?
— Não. Parto para Roma amanhã à noite.
Subiram os degraus da varanda e só então foi que ela o examinou com vagar. Poncho era um homem atraente, com um rosto forte onde se destacavam lábios bem delineados e um clássico nariz romano. Seus cabelos negros e lisos, aparados num corte moderno, caíam-lhe de leve sobre a testa alta.
— Você vai ficar para o jantar? — Annie perguntou de repente.
Na verdade, Poncho tinha numerosas coisas para fazer, mas uma sensação estranha o levou a esquecê-las momentaneamente.
— Seria um prazer — disse, sorrindo.
Caminharam para o interior da casa, detendo-se na ampla e acolhedora sala de visitas.
Depois de se acomodar na confortável poltrona que ela lhe indicou, Poncho resolveu puxar assunto:
— Há quanto tempo você mora aqui?
— Desde que nasci. Esta casa pertenceu a meus avós. Depois meu pai a herdou.
Anahí percorreu com um olhar nostálgico o espaçoso ambiente, achando inacreditável que em breve pessoas estranhas fossem habitar sua casa. Contudo, fingindo despreocupação, ela anunciou:
— Vou subir e tomar uma ducha. Quer que eu lhe prepare um drinque?
— Não, obrigado. Eu gostaria de usar o telefone.
— Esteja à vontade. Fica no escritório. É a terceira porta à direita do corredor.
Alfonso esperou que ela subisse a escada para então dirigir-se ao salão indicado. Após fazer a ligação, cancelando um jantar para aquela noite, reparou em alguns papéis espalhados sobre a escrivaninha.
Uma rápida leitura de alguns parágrafos foi o suficiente para que sentisse uma raiva incontrolável de John Portilla. Aquele homem não tivera o menor senso de família, não pensara um instante sequer no futuro dos filhos.
Súbito, Anahí apareceu à porta da biblioteca.
— Já estou pronta. Você fez sua chamada?
— Sim. E estive lendo umas coisas que achei em cima da mesa.
No mesmo instante ela fechou a expressão. Depois aproximou-se da escrivaninha e recolheu os documentos numa pequena pilha.
— Você pediu apenas para telefonar. Não imaginei que fosse revirar papéis particulares.
— Concordo que me meti onde não fui chamado, mas não vou me desculpar. Descobri que você tem mais problemas do que pensei.
— Como você é esperto!
Embora não respondesse, Poncho não desviou o olhar, até que ela afinal se sentisse constrangida.
— Desculpe-me... Eu não devia ser sarcástica. Minha situação é crítica, realmente. Mas isso é um problema meu, que não quero discutir com ninguém.
Antes que ele pudesse dizer algo, Sam entrou na sala para se despedir.
— Jason veio me buscar, Annie. Até amanhã.
O menino deu-lhe um beijo sonoro no rosto e depois dirigiu-se a Poncho:
— Foi um prazer conhecê-lo, sr. Alfonso — disse num tom formal.
Em seguida ele saiu apressado, batendo a porta. Annie aproveitou a interrupção para mudar de assunto:
— Tenho costeletas para o jantar. O que você acha? Está bem?
— Para mim está ótimo — declarou Poncho num tom de voz muito simpático.
— Então, me acompanhe. Você vai se encarregar da salada.
Seguindo-a através do corredor, ele torcia para que tudo desse certo. Não tinha nenhuma experiência culinária, mas esperava não decepcioná-la.
Chegando à cozinha espaçosa, Anahí apanhou uma garrafa de vinho e serviu duas taças. Enquanto providenciava a fritura da carne, deu-se conta de que o silêncio que reinava no ambiente não era resultado da concentração de Alfonso na salada. Na realidade, percebeu que o tempo inteiro ele não parava de examiná-la.
Quando os pratos ficaram prontos, os dois dividiram a tarefa de pôr a mesa na varanda externa, que era muito mais aprazível com a brisa do anoitecer.
Quase ao final da refeição, Alfonso ergueu a taça de vinho e brindou:
— O jantar está magnífico, Anahí. Com o tempo você vai descobrir como sou um sujeito difícil de agradar.
Um leve rubor tomou conta de seu rosto enquanto ela retrucava:
— Eu nunca tentaria agradá-lo.
— Não minta... — ele respondeu com suavidade.
Quando Annie o encarou, ansiosa para descobrir o significado daquelas palavras, ficou tão encantada com o seu sorriso que quase perdeu a fala.
— Tem uma coisa que estou curiosa para saber, Alfonso. Por que você se empenhou tanto em procurar meus credores?
Ele tomou um gole de vinho antes de responder:
— Eu os procurei porque queria liquidar as promissórias de seu pai. Você não deve mais nada a eles. Está tudo resolvido.
— O quê? Você está louco! Por que diabos cismou de fazer isso?
— Ora, você é afilhada de minha avó, logo está sob minha responsabilidade. Os laços de família são muito fortes na Itália. Eu não gostaria de vê-la nas mãos de credores impacientes.
— Mas... não posso acreditar! Eu devia uma verdadeira fortuna e você nem me conhece. Para ser sincera, você está se arriscando. Não sei se terei condições de lhe pagar.
— Acho que você não me entendeu. Pagar suas dívidas deve ser considerado um presente da minha família para você e Sam.
A cada minuto mais atônita, Annie demorou um pouco para responder.
— Não posso aceitar isso... É muita bondade de vocês...
— Não se trata de bondade, Anahí. Simplesmente eu me sinto responsável por você.
— Mesmo assim, é impossível aceitar essa oferta.
— Bem, agora não há mais como recusar. Todas as promissórias já foram liquidadas.
— Então vou estudar uma maneira de lhe pagar. Com o dinheiro da venda desta casa, posso amortizar uma parte do débito. Quanto ao restante, você concorda em dividi-lo em prestações mensais? Assim, eu liquidaria tudo com o que receber pelos meus quadros.
— Podemos discutir isso em outra ocasião. De qualquer forma, você continua com um problema: a custódia de Sam.
— Pelo jeito você sabe tudo sobre minha vida, não? Só que esse problema não é tão fácil de resolver como a questão do dinheiro.
— É aí que você se engana. Tenho a solução para isso também. Neste caso, porém, é você quem decide se aceita ou não. O grande trunfo de sua tia é ter um lar estabelecido, enquanto que você é jovem e solteira.
— Tem toda razão. O advogado dela está usando esse argumento contra mim.
— Então você precisa se casar comigo. Assim, Sam teria um lar e um pai.
— O quê? Você deve estar brincando! — exclamou Annie, espantada.
— Estou falando sério. É a única maneira de você conservar Sam. A não ser que você tenha alguém em sua vida...
— Acontece que eu não amo você. A gente mal se conhece!
— Quem foi que falou em amor? Estou propondo um arranjo! Quando a custódia de Sam estiver resolvida, podemos anular o casamento.
— Como se fosse a coisa mais simples do mundo?
— Exatamente!
Anahí sacudiu a cabeça, aturdida.
— É inacreditável, Alfonso! Só porque minha mãe escolheu Alma para ser minha madrinha você se sente responsável por mim a ponto de abrir mão da sua liberdade, casando-se com uma desconhecida! Não consigo entender isso!
— Um momento... não me interprete mal. Eu tenho ligações com outras mulheres e não vou desistir disso. O casamento não será para atrapalhar nossas vidas, mas para ajudar você.
— É difícil pensar num relacionamento entre duas pessoas com tanta frieza!
— No entanto é um casamento comum.
Annie abaixou os olhos, pensativa. Durante alguns minutos, fez um balanço detalhado de sua situação e acabou por concluir que não tinha outra saída a não ser seguir o conselho de Poncho. Era a única forma de manter a custódia de Sam. O garoto estava acostumado com ela e jamais aceitaria os cuidados da tia.
Depois de respirar profundamente, ela criou coragem para retrucar:
— Não tenho alternativa. Aceito sua proposta... Quanto tempo você acha que ficaremos casados?
— Não dá para definir de antemão. Talvez três meses ou três anos.
— Bem, se é assim, seja o que Deus quiser — ela murmurou, desalentada. — Só espero estar agindo certo para o bem de meu irmão... Agora vou fazer um pouco de café. Estou precisando de um estimulante.
Poncho seguiu-a com o olhar, feliz por poder ajudar uma mulher jovem, bela e que aparentava tanta dignidade. No fundo, estava penalizado por sua situação, mas sabia que ela era forte e venceria qualquer obstáculo.
Após o café, ele se despediu, alegando ter um compromisso.
— Boa noite, Anahí. Foi um dia difícil para você. Durma bem — disse, com ternura na voz.
Fechando as portas da casa, Annie subiu de imediato para o quarto e atirou-se na cama, sem nem ao menos trocar de roupa. Estava exausta, física e mentalmente. Por isso mal teve tempo para pensar no compromisso que acabara de assumir. Em menos de cinco minutos, adormecia, sem sequer apagar a luz.
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Naquele exato momento, a cerca de um quilômetro dali. Alfonso estacionava o carro no acostamento, ansioso por refletir com calma sobre a cena na mansão. Por mais que se esforçasse, mal acreditava que pedira em casamento uma mulher que conhecia há apenas algumas horas. No entanto, de dentro de seu coração, pressentia que aquela atitu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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eharumi Postado em 18/04/2012 - 15:13:18
aah que pena que acabou :( AMEI a web, muito boa mesmo!! Espero mais adaptadas!! beijos
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eharumi Postado em 17/04/2012 - 17:38:43
Estou AMANDO a web!!!!!!!!! Posta mais!!!
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:59
Posta mais, por favor! *-*
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:40
Posta mais, por favor! *-*
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:39
Posta mais, por favor! *-*
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:38
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:38
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:37
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:36
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pink Postado em 17/04/2012 - 12:01:35
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