Fanfics Brasil - 10 UM ESTRANHO EM MINHA VIDA - AyA ( adaptada)

Fanfic: UM ESTRANHO EM MINHA VIDA - AyA ( adaptada) | Tema: Anahí y Alfonso


Capítulo: 10

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Anahí explodiu numa mistura de fúria e lágrimas e saiu correndo em direção à praia. Será que Alfonso imaginava que ela era tão ingênua a ponto de cair de novo numa manobra como aquela?


Lembrou-se da maneira gentil como ele cuidara dela na noite anterior e chorou ainda mais. De raiva, claro! Arrogante como era, nem mesmo merecia as lágrimas que estavam sendo derramadas.


Mas uma coisa era certa, ele não era um homem pobre. Mesmo dormindo sob as estrelas, suas roupas e botas eram da melhor qualidade, e viajava com um criado. Seu vocabulário demonstrava se tratar de uma pessoa culta, que freqüentara boas escolas e tinha berço.


Mas por que um cavalheiro bem-nascido iria pedir em casamento uma mulher que havia acabado de confessar sua própria ruína? Era inconcebível. Ridículo. E Annie não ficaria mais ali para servir de chacota.


Pois, mesmo que não fosse essa a intenção de Alfonso, ainda assim magoava. Que mulher em sã consciência casaria com um estranho que ela acabara de conhecer?


Só lhe restava ir embora, sem nem mesmo se despedir de ninguém. Mas o problema era que seus poucos pertences tinham ficado no acampamento. Não lhe restava outra opção senão retornar e apanhar suas botas e casaco.


De cara amarrada, Annie marchou de volta, determinada a apanhar seus pertences e partir com dignidade.


 


O acampamento estava deserto, apesar de tudo permanecer no mesmo lugar. A fogueira ainda ardia; na verdade, algo estava queimando, e o cheiro era horrível. Anahí espiou por entre a fumaça e ficou indignada com o que viu.


Eram suas botas sendo consumidas pelas chamas.


Ela olhou ao redor em busca do culpado, mas o local encontrava-se deserto. Como Nicholas ousara queimar suas botas? Agora, estava presa ali, pois andar descalça seria impossível. Mas quando pusesse as mãos em Alfonso Herrera, ela iria... iria... Iria forçá-lo a comprar botas novas.


Annie avistou Stevens pescando e seguiu na direção dele, em busca de uma satisfação.


— Onde está o sr. Herrera, Stevens?


— Foi para a cidade com Mac.


— Ele queimou as minhas botas!


— Sim, senhorita, eu vi.


— Mas elas eram boas!


— Sim, senhorita, foi exatamente o que eu disse ao sr. Herrera.


— Ele não tinha o direito. As botas eram minhas!


— Sim, senhorita. Mas acho que foi por isso que ele as queimou.


Annie cerrou os punhos, tomada de ódio.


— A senhorita sabe pescar?


— Não, eu não sei.


— Veja como se faz. É fácil. — Stevens entregou-lhe uma linha de pescar. E quando ela estava quase dizendo que não tinha a menor vontade de pescar naquele momento, ele continuou: — Agora que temos mais uma boca para alimentar...


Anahí, então, se pôs a pescar. Passado algum tempo, ela percebeu que Stevens a observava com o canto dos olhos.


— Pois não?


— Não foi nada, senhorita. Eu ia apenas comentar como pescar acalma. Porém mudei de idéia.


A ela só lhe restou rir.


— Desculpe, Stevens. Eu não quis ser rude, só queria falar com o sr. Herrera. Estou furiosa com ele, mas não quis descontar minha raiva em você.


— Está tudo bem, senhorita.


Eles continuaram pescando por mais algum tempo, e o que Stevens falara realmente aconteceu, pois Annie acabou se acalmando um pouco.


— Não ligue para a teimosia do sr. Alfonso, senhorita. Desde criança, ele sempre faz o que pensa ser o correto, sem se importar com a opinião dos outros.


Ela bufou e continuou pescando. Teimosia! Alfonso que fosse praticar sua teimosia com os seus!


— Eu o conheço desde que ele nasceu.


Stevens conseguiu despertar a curiosidade de Annie.


— Conhece-o há tanto tempo assim?


— Desde quando o sr. Alfonso conseguiu escapar da babá e fugir para o estábulo. Ele ama os cavalos. — A varinha de pesca de Stevens foi fisgada. — Espertalhões! Comeram a isca e se foram — disse ele, colocando outra isca na ponta do anzol e jogando, em seguida, a varinha na água. — O sr. Alfonso tem a mesma idade do meu filho, Algy.


— Você tem um filho?


— Tive. Ele morreu na guerra. Quando o sr. Alfonso foi enviado para a guerra, meu filho o acompanhou. Eles cresceram juntos e eram amigos inseparáveis. O sr. Alfonso colocou Algy no seu próprio regimento.


— Sinto muito pela perda do seu filho, Stevens. Imagino que os dois tenham pensado que o exército seria uma grande aventura.


— Não. O sr. Alfonso foi forçado a se alistar. Sir Alonso estava furioso com ele, pois o sr. Alfonso tinha aprontado mais uma das suas travessuras. O velho senhor achou que o exército serviria para lhe ensinar uma lição.


— Que tipo de travessura?


— Coisas sem importância que os moleques fazem. Mas o pai dele ficou furioso e queira que o sr. Alfonso fosse mais parecido com o irmão e com o próprio sir Alonso.


Stevens fez uma pausa para verificar sua isca.


— O sr. Alfonso ficou com muita raiva por ter sido forçado a ir para o exército. Ele nunca matou uma mosca. O sr. Poncho e o meu Algy eram muito jovens na época. Se não fosse por Mac, ambos teriam morrido logo na primeira batalha.


— Mac?


— Não se engane com o amargor de Mac. Ele é um bom homem, senhorita. Aquele escocês imenso tem um coração de manteiga.


Ela não podia acreditar. Stevens sorriu.


— É difícil de acreditar, eu sei, porém Mac arriscou sua própria vida ao mergulhar num rio para salvar um cão vira-lata que havia sido lançado amarrado a uma pedra. E Mac teria se afogado se o sr. Alfonso não tivesse ajudado. Tudo por causa de um cachorro! — Ele olhou para o acampamento. — Era Beowulf. O sr. Alfonso, Mac e Algy se apegaram àquela coisa feia e se tornaram grandes amigos, mesmo quando o sr. Poncho já era um oficial e os outros dois não passavam de soldados rasos. A melhor coisa que aconteceu ao sr. Alfonso e ao meu Algy foi Mac. Eles tinham a mesma idade, a diferença é que Mac já era um soldado desde os doze anos.


— Doze? — Annie ficou chocada.


— Sim, ele começou como garoto do tambor. — Stevens riu. — o exército está cheio de garotos escoceses; é isso ou morrer de fome. Então quando os meus garotos chegaram, Mac já estava lá. Ele mesmo mostrou aos dois o acampamento militar e lhes deu dicas de sobrevivência. Eram três garotos de apenas dezesseis anos.


Stevens ficou calado por um momento, pensativo.


— Sir Alonso Rodriguez estava certo. O exército realmente mudou o sr. Poncho. Matou algo dentro dele. Matou seus melhores amigos, incluindo o meu Algy. Foi então que eu fui para a Espanha a fim de me juntar ao sr. Alfonso. — Ele acrescentou num tom de brincadeira. — Pensei que poderia cuidar dele, mas agora, o sr. Poncho e Mac é que cuidam de mim. Veja, algo está puxando a sua linha.


— O que eu faço?


Todos os outros pensamentos fugiram da mente de Annie enquanto ela lutava para pescar seu primeiro peixe. Stevens entrou na água, segurando uma pequena rede. Após muitos risos, gargalhadas e vários respingos, Anahí e Stevens olhavam, orgulhosos, para o peixe, e já pareciam dois amigos.


— É uma beleza, não é, Stevens?


— Com certeza, senhorita. Agora pegue isto. — Ele lhe entregou uma faca.


— Mas não temos que assá-lo primeiro?


Stevens riu.


— Sim, mas antes é preciso matá-lo, depois tirar as escamas e a barrigada.


— Eu? — Annie perguntou, horrorizada.


— Sim. A senhorita pescou e agora mata e limpa.


— Mas eu nunca matei ninguém na minha vida! Nem mesmo uma aranha. Nem sei por onde começar.


Para desânimo dela, Stevens nem se mexeu. Ele era um cavalariço, não um cavalheiro.


— É importante que a senhorita aprenda a pescar, isso pode lhe ser útil um dia.


Anahí estava quase desistindo, porém reconsiderou a idéia ao lembrar que havia prometido para si mesma nunca mais depender de ninguém. Observou como Stevens fazia com seus peixes, e tentava repetir, sem muito sucesso, todo o procedimento. Mas quando Stevens percebeu que ela acabaria estragando o peixe em vez de limpá-lo, resolveu intervir:


— Deixe que eu termino. A senhorita, provavelmente, nunca mais terá de pescar nenhum peixe em toda a sua vida, não agora que irá se casar com o sr. Alfonso.


— Eu não vou me casar com ele. Tenho certeza de que o sr. Alfonso não quis dizer isso. Não podia estar falando sério.


— O sr. Alfonso não costuma brincar com assuntos sérios.


— Bem, eu não vou me casar com ele! A idéia é ridícula!


Stevens parou de descamar o peixe e a encarou.


— A senhorita não me parece louca. Por quê, então, não se casaria com ele? O sr. Alfonso é um homem de bem, é o melhor que eu conheço.


— Talvez, mas eu o conheço há apenas algumas horas.


— Para uma dama sozinha fora do seu próprio país, a senhorita é muito exigente.


Annie corou.


— Só porque estou temporariamente em dificuldades, não quer dizer que devo me casar com o primeiro estranho que aparece.


Stevens retomou seu trabalho, calado.


— Já me meti numa tremenda enrascada por haver julgado mal uma pessoa. Eu não quis insultar o seu patrão, mas não pretendo pular da frigideira quente para o fogo.


— Meu Deus, senhorita! O sr. Alfonso não é o fogo! É um homem bom, dos melhores! Se eu fosse a senhorita, pularia com os dois pés e me agarraria firme nele! — Stevens jogou os restos dos peixes no mar. — Não entendo a sua dúvida. O sr. Alfonso lhe ofereceu um bilhete premiado. A senhorita não tem de fazer nada; ele lhe dará tudo!


Annie mordeu o lábio.


— Este é o problema. Ainda que ele tenha mesmo pensado nessa possibilidade, o que não acho que seja possível, eu não poderia aceitar uma troca tão injusta e absurda.


— Não se aflija com isso, senhorita. Pesque mais um pouco. Será uma boa oportunidade para pensar melhor sobre o assunto.


Annie pescou. E pensou. E pescou um pouco mais. Stevens estava certo, a pescaria relaxava e proporcionava longas horas de sossego e paz para pensar na vida.



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Comentários da Fanfic 34



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  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:49

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:32

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:14

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:06:55

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:46

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:26

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:14

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:01

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • fpproducoes Postado em 02/05/2012 - 14:25:45

    Veja mais um capitulo da nova Web-Novela da FP Producoes MENINA FLOR: http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=15631

  • fpproducoes Postado em 02/05/2012 - 14:25:19

    Flor, uma jovem humilde que trabalha na cafeteria "Gusto Bien" da patricinha Beatriz que está noiva á nove anos com Leandro Vilarde. Sonhadora, a moça deseja um dia encontrar seu príncipe encantado com quem irá se apaixonar eternamente. Divide a casa com Talita, amiga de infância que sonha em se tornar uma atriz famosa, mas acaba sempre fracassando em suas tentativas até o dia em que conhece o famoso e detestável diretor de TV Rex Lex. Flor e Leandro acabam se encontrando e se apaixonando perdidamente um pelo outro, mas o romance não será duradouro, Beatriz fará de tudo para ter o noivo ao seu lado para garantir uma vida de fartura, usando até a morte do pai como pretexto. O casal não contava que Diego, ex-namorado de Flor que estava preso havia sido solto e voltara a fim de reconquistar novamente a moça custe o que custar. Nesse turbilhão todo, Flor acabará ficando dividida entre Diego e Leandro. Quem ela irá escolhar?


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