Fanfic: UM ESTRANHO EM MINHA VIDA - AyA ( adaptada) | Tema: Anahí y Alfonso

Capítulo III

A mulher os conduziu a uma sala onde o padre os aguardava com um sorriso estampado no rosto. Depois de se sentarem, ele olhou para Annie com um ar solene.

— Então, mademoiselle, os senhores irão se casar amanhã de manhã, certo?

— Sim, monsenhor.

— O sr. Alfonso me contou um pouco sobre a sua história. Foi uma sorte os senhores terem se encontrado, não?

— Muita sorte, monsenhor. — Annie não tinha nenhuma intenção de se justificar.

A criada voltou e colocou sobre uma mesinha de centro uma bandeja com um bule de chá e um prato com biscoito.

— Que beleza — disse monsenhor Curé. — Os ingleses gostam de chá, não é? Mademoiselle se importaria de nos servir, por favor?

Annie serviu o chá sem se importar com os olhares críticos da criada e do padre. Fez o máximo para ignorá-los. Quanto mais rápido eles tomassem o chá, mais rápido ela poderia ir embora dali.

— Então mademoiselle é inglesa. E o sr. Alfonso me contou que a senhorita voltará para a Inglaterra depois do casamento. Para fazer companhia à mãe dele.

— Sim, para fazer companhia para minha mãe — Poncho concordou.

Annie continuou calada enquanto o padre a encarava de uma maneira desconcertante. Mas ela decidira que não iria perder o controle da situação.

— Mademoiselle contou ao sr. Herrera que foi ludibriada com um casamento falso.

Annie não gostou do tom.

— Como o senhor mesmo disse, eu fui ludibriada.

Poncho pousou a mão sobre a dela e Annie não sabia se era um sinal para acalmá-la ou uma ordem para que se calasse. Na dúvida, ela tirou a mão com rispidez.

— Onde foi o casamento?

— Em Paris. Na igreja Saint Marie-Madeleine.

— Ah, na igreja Saint Marie-Madeleine. E quem é o padre lá?

— A qual padre o senhor se refere? Ao falso padre que celebrou o casamento e que se apresentou como padre Jean, ou ao verdadeiro padre que recebeu o suborno para que isso acontecesse? Este se chama Père Germaine.

— Ah, sim, o padre Jean Père Germaine. Eu o conheço. Um sujeito gordo, alegre e de cabelos brancos.

— Não — Annie disse bruscamente. — O padre Père Germaine que eu conheci era alto, magro e careca.

Monsenhor Curé franziu a testa.

— E não foi esse Père Germaine que celebrou o casamento?

— Não, foi o falso.

— E onde os proclamas foram anunciados?

Annie meneou a cabeça.

— Não sei. A primeira vez em que visitei a igreja Saint Marie-Madeleine foi no dia do meu casamento. Falso casamento.

— E naquele dia não foi assinado nenhum registro na igreja?

— Não, não assinei nada.

— Então, mademoiselle, não vejo nada que os impeça de se casarem. A senhorita descreveu o verdadeiro Père Germaine. Vou reportar ao bispo sobre o acontecido.

O padre a olhou direto nos olhos.

— Agora gostaria de saber se a senhorita se casará com o sr. Herrera de livre e espontânea vontade.

— Sim.

— Ele não a coagiu de alguma maneira?

— Não.

O padre se aproximou de Annie e tocou a mancha roxa em sua face.

— Ele não é o responsável por isto, eu espero. — O olhar do sacerdote era firme e penetrante, e Annie sentiu que estava lhe oferecendo proteção.

— Não, padre, ele não é o responsável por isso — ela disse carinhosamente. — Este homem salvou a minha vida.

— Muito bem. — O velho padre sentou-se de novo.

Anahí respirou aliviada enquanto o monsenhor discutia os detalhes do casamento com Alfonso.

Ela tomou todo o chá e se levantou.

— Monsenhor, estou com calor por causa do chá. O senhor se importa se eu for lá fora tomar um pouco de ar?

O padre olhou para Poncho, que não disse nada.

— Como desejar, mademoiselle. Marthe lhe mostrará o caminho.

— Obrigada, mas eu sei onde fica a saída — Annie respondeu rapidamente. Não desejava o olhar reprovador da senhora atrás dela. Tudo o que queria era um pouco de paz e tranqüilidade, e sabia onde encontrar.