Fanfics Brasil - 9 UM ESTRANHO EM MINHA VIDA - AyA ( adaptada)

Fanfic: UM ESTRANHO EM MINHA VIDA - AyA ( adaptada) | Tema: Anahí y Alfonso


Capítulo: 9

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— Agora, srta. Colucci, acho que já é hora de a senhorita me contar a sua história — Poncho disse, assim que eles terminaram de tomar café.


— Minha história?


— A senhorita entendeu o que eu quis dizer. Quero saber como uma jovem dama inglesa bem-nascida veio parar aqui sozinha, faminta e dormindo a céu aberto. A mercê de vilões e outros perigos. Prometo que tudo que disser aqui ficará entre nós.


Annie murmurou algo que soou como um agradecimento.


— Vamos, livre-se logo desse fardo! Como a senhorita chegou a essa situação?


Ela o encarou com um olhar frio e penetrante, e Alfonso percebeu que seria melhor atenuar o tom.


— Quero dizer, quem foi o responsável por tudo que está lhe acontecendo?


— Eu sou a única culpada.


Ele não podia acreditar; o bom senso indicava o contrário.


— Mas como?


— Eu me apaixonei na Inglaterra, mas Santiago é... Bem, achei que fosse um violinista húngaro. Pediu-me em casamento, quero dizer, me convidou para fugir com ele! E... e então... eu fugi!


— Entendo.


Maldito romantismo, Poncho pensou.


Stevens, que estava ao lado, interferiu:


— A senhorita não pensou nas possíveis conseqüências?


— Eu estava apaixonada e acreditei nele.


— Mas com certeza a senhorita sabia dos comentários que surgiriam.


— Na verdade, não. Isso já aconteceu na minha família. Meus pais fugiram para a Itália para se casarem. Cresci ouvindo essa história. Eles foram muito felizes juntos até o dia em que...


A fogueira estalava e as ondas do mar ecoavam ao fundo.


— A senhorita disse que achou que ele era um violinista húngaro. E não era? — Poncho indagou.


— Não! Bem, Santiago é um violinista muito talentoso, mas não húngaro, e sim búlgaro.


— E que diferença isso faz?


— Na verdade, nenhuma. O importante é que tem cinco filhos! Cinco!


— Cinco filhos? Suponho que a senhorita não goste muito de crianças.


— Eu gosto. Mas o problema não foram elas.


— Então qual foi?


— Santiago é casado. A esposa e os filhos vivem na Bulgária. Ele mentiu para mim.


— E a senhorita descobriu isso quando ele não quis se casar?


— Não, Santiago casou comigo. Eu nunca viveria com um homem que não fosse meu marido.


— Mas a senhorita disse...


— O fato foi que imaginei que tivéssemos nos casado. Mas o casamento foi forjado.


— E como ele conseguiu?


— Subornou um padre para usar a igreja e pediu a um amigo que se passasse por padre e celebrasse a cerimônia.


Poncho cerrou os punhos. Sua vontade era socar o miserável.


— Como a senhorita descobriu a farsa?


— Estávamos completando um mês de casados e eu queria celebrar. Santiago estava ocupado, então decidi levar algumas flores à igreja. Levei uma garrafa de licor para o padre também. Mas quando perguntei por ele... fui recebida pelo verdadeiro padre e... bem, tudo veio à tona. O padre contou que não sabia o que Santiago iria fazer na igreja e... — As palavras lhe fugiam.


— O que a senhorita fez, então?


— Assim que cheguei em casa, enfrentei Santiago. No fundo, eu achava que tudo não passava de um mal-entendido. Mas ele não negou absolutamente nada. Então descobri que Santiago nunca me amou; nunca se importou realmente comigo.


Poncho permaneceu calado, aguardando que Annie terminasse de contar.


— Tudo não passou de uma aposta.


— Uma aposta? — Poncho estava mais que indignado.


— Sim. Ele apostou com uns amigos que fugiria comigo. Na verdade, qualquer outra garota londrina bem-nascida teria feito o mesmo. Mas eu fui a mais tola de todas. Pensei que havia encontrado o verdadeiro amor, como minha mãe.


Houve um longo momento de silêncio. Na cabeça de Alfonso, só havia o desejo de acabar com o miserável que arruinara a vida de uma doce criatura por causa de uma simples aposta!


— Seus pais não perceberam nada?


— Meus pais morreram quando eu tinha sete anos.


— Mas ninguém tentou impedir o impostor?


— A verdade é que Santiago estava usando o nome de uma família húngara muito importante. A família Rimavska é muito rica e tradicional, portanto ninguém duvidou dele. Meu tio avô...


Annie não terminou o que estava dizendo, porém Alfonso juntou os fatos. O último tutor foi o tio-avô. Isso fazia sentindo. Somente uma menina mimada e criada por um tio idoso seria facilmente ludibriada.


— Na verdade — ela continuou —, ele não era Santiago Vladimir Rimavska, e sim Ponce Popov.


— Vou estourar os miolos do maldito! — Stevens murmurou. — Mas isso ainda não explica como a senhorita chegou a essa situação de abandono. O violinista farsante a abandonou sem nenhum centavo?


— Oh, não. Ponce queria que eu continuasse amante dele. Não achava que a esposa e os filhos dele fossem um impedimento para seus prazeres. Afinal, estavam na Bulgária.


— O sujeito não tem nenhuma vergonha! — Stevens exclamou.


— Não. Ponce não demonstrou nenhuma quando percebeu que as suas mentiras foram desmascaradas. Apesar de saber que a minha reputação estava arruinada e que nunca mais eu poderia retomar minha antiga vida. Pensou que eu não teria outra escolha senão continuar ao lado dele. Muitas pessoas souberam que nós havíamos fugido para casar. Hoje, mal posso acreditar na tolice que fiz. Achei que seria a experiência mais romântica da minha vida. Pensei até que meus pais teriam aprovado se estivessem vivos.


— O que a senhorita fez então? — Poncho perguntou.


— Assim que ele saiu para um concerto, eu fiz minhas malas e saí. Peguei a primeira carruagem de aluguel que encontrei e fui embora de Paris.


— A senhorita deixou Paris rumo a Londres, à noite, e desacompanhada?


— Eu não tive escolha.


— Mas como?


— Veja bem! Eu estava aborrecida e queria sair de Paris quanto antes. Agora eu sei que fiz algo perigoso e estúpido.


— O que aconteceu então, senhorita? — Stevens quis saber.


— Depois que o último passageiro desceu, ouvi o cocheiro e o seu assistente fazendo planos de me assaltarem e depois... bem, os senhores devem imaginar o que mais. Falavam em francês e pensavam que eu não entendia. Escapei deles pulando da carruagem em movimento, mas tive de deixar minha bagagem para trás. E foi assim que fui encontrada pelos senhores.


Alfonso tinha certeza de que Anahí estava omitindo alguns detalhes. Ele era um soldado e sabia reconhecer uma história mal contada.


— A senhorita pulou de uma carruagem em movimento e à noite? — Poncho indagou, espantado.


— O luar iluminou o meu caminho e fiquei escondida num vinhedo, até que eles pararam de procurar por mim.


Poncho fechou os olhos. Deus todo-poderoso, ela realmente pulara de uma carruagem em movimento, num território desconhecido e à noite!


— Sua tola! A senhorita podia ter se machucado seriamente!


— Sim, mas não me machuquei. Por outro lado, se não tivesse feito isso, teria me machucado muito mais.


Annie tremia ao se lembrar do medo que passara naquela noite terrível ao pular da carruagem em movimento e ter de se esconder por horas, num lugar estranho; para depois, sozinha, se ver em algum canto no norte da França, usando um vestido de seda fino, sapatos delicados, um xale e um gorro que mal servia para protegê-la do frio.


— Onde, exatamente, a senhorita estava? — Stevens indagou.


— Em Montreuil!


— Mas como a senhorita veio parar aqui, então? — perguntou Poncho.


— Andando.


— É por isso que seus pés estão nessa situação!


Embaraçada, Annie escondeu os pés embaixo da saia.


Com dignidade, ela prosseguiu:


— Troquei os meus sapatos e o meu xale com a esposa de um camponês por este par de botas e o casaco. — E por um prato de sopa e pão, mas Anahí não iria contar essa parte da história; era muito humilhante.


— A troca foi boa. Meus sapatos não teriam agüentado a caminhada.


— Ninguém lhe ofereceu um abrigo? Algum tipo de assistência?


— Não. — Ela ergueu a cabeça. — As pessoas, quando vêem uma jovem a pé, usando um vestido de seda sujo e botas grosseiras... entendem mal. Acharam que eu era uma...


— Sabemos o que pensaram.


Annie corou.


— Por isso, não pedi nada para ninguém. Mesmo assim, tentei falar com umas damas inglesas em Calais, mas elas também pensaram mal de mim. — Annie abaixou a cabeça e ficou olhando para ao chão. Sabia que teria de se acostumar com o desprezo das damas da sociedade.


— Esqueça essas inglesas estúpidas — disse Poncho, aborrecido. — A solução para os seus, problemas está clara.


— É mesmo? — ela indagou, incrédula. — O que está tão claro? O senhor poderia me esclarecer?


— A senhorita se casará comigo.


— Casar com o senhor? — Annie ficou chocada com a solução inusitada.



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Comentários da Fanfic 34



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  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:49

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:32

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:07:14

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • carol_17 Postado em 02/05/2012 - 23:06:55

    Continua *-* Any na Inglaterra Como Assim *o* ??? Ela tem que ficar com Poncho... K Foi nessa Web que vc Disse que tem uma Parte de Magia???? Ou e na Outra Adaptada Sua....

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:46

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:26

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:14

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • eharumi Postado em 02/05/2012 - 15:30:01

    Obrigada pela dedicatória *-* Coitada da Annie, ela vai mesmo pra Inglaterra? Ela tem que ficar com Poncho!! Posta mais!! Beijos

  • fpproducoes Postado em 02/05/2012 - 14:25:45

    Veja mais um capitulo da nova Web-Novela da FP Producoes MENINA FLOR: http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=15631

  • fpproducoes Postado em 02/05/2012 - 14:25:19

    Flor, uma jovem humilde que trabalha na cafeteria "Gusto Bien" da patricinha Beatriz que está noiva á nove anos com Leandro Vilarde. Sonhadora, a moça deseja um dia encontrar seu príncipe encantado com quem irá se apaixonar eternamente. Divide a casa com Talita, amiga de infância que sonha em se tornar uma atriz famosa, mas acaba sempre fracassando em suas tentativas até o dia em que conhece o famoso e detestável diretor de TV Rex Lex. Flor e Leandro acabam se encontrando e se apaixonando perdidamente um pelo outro, mas o romance não será duradouro, Beatriz fará de tudo para ter o noivo ao seu lado para garantir uma vida de fartura, usando até a morte do pai como pretexto. O casal não contava que Diego, ex-namorado de Flor que estava preso havia sido solto e voltara a fim de reconquistar novamente a moça custe o que custar. Nesse turbilhão todo, Flor acabará ficando dividida entre Diego e Leandro. Quem ela irá escolhar?


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