Fanfic: A Ilha das Ilusões - AyA ( Adaptada) | Tema: Anahí y Alfonso
Para desviar a atenção de Poncho, Annie se voltou para os outros dois passageiros do navio.
— Vocês também vão descer em Tahiti, não?
— Meu irmão e eu pretendemos nos estabelecer nas ilhas — respondeu o mais velho. — Somos advogados aposentados e vamos tentar mudar de vida. Ao contrário de você, nenhum de nós teve coragem de partir para o desconhecido quando éramos jovens.
— Acho que é muito mais difícil fazer isso agora. Espero que vocês encontrem o que procuram.
— Se não encontrarmos, certamente não será por falta de tentar!
O primeiro-oficial aproximou sua cadeira da de Anahí, com o pretexto de servi-la de um pouco mais do vinho que o capitão abrira no jantar.
— Seu nome verdadeiro é Portilla? — perguntou, tentando puxar conversa. — Ou é um pseudônimo?
— É verdadeiro — ela respondeu, pensando na falta de originalidade dele.
— E o outro?
— Anahí.
— Ah, sim? O meu é Mike.
O primeiro-oficial Michel Chandris, Annie decidiu naquele momento, deveria ser vigiado. Ele era o tipo do cara que se a gente desse uma mão, logo queria o braço todo! Mas devia ser uma companhia divertida em certas circunstâncias, desde que essas circunstâncias não permitissem que ela ficasse a sós com ele. Os outros oficiais sentados à mesa os observavam, com expressões admiradas. As conquistas do primeiro-oficial já deviam fazer parte da lenda do navio. Um pouco abruptamente, ela se virou para o capitão, que estava sentado na cabeceira da mesa.
— Seus oficiais me disseram que o senhor poderia me arranjar uma passagem para seguir depois de Tahiti, É verdade?
— Posso, sim, mas em outra linha. Há muitos navios a vapor nas ilhas. Eles podem levá-la, só que talvez façam algumas escalas no caminho.
— Nós teremos outras escalas além da ilha do Coco?
— Só uma parada para deixar Alfonso em Matalita. Você sabia que ele é o dono dessa ilha?
— Dono? — Annie olhou para Poncho de relance, mal podendo se conter. Percebeu um leve sorriso nos lábios dele e procurou disfarçar. Muito bem, ela estava realmente impressionada, mas quem não estaria? Possuir uma ilha no Pacífico era, sem dúvida, uma coisa fantástica. Mas Alfonso que não esperasse que ela saísse correndo atrás dele só por causa disso. Pobre ou rico, ele continuava intolerável.
— Fascinante — disse, com um sorriso. — Seus antepassados a compraram?
— Não, Meu bisavô a ganhou por serviços prestados. Ela formava os limites das ilhas Marquesas, eu a divido com um sócio.
— Como está ele? — perguntou o capitão, em um tom um pouco alterado.
— Tão bem quando possível. O desenvolvimento da doença é lento, o que, de certa maneira, torna as coisas mais tristes. Ele pode viver anos, piorando lentamente.
— E não se pode fazer nada?
— Nada.
Sentindo, evidentemente, que era tempo de mudar de assunto, o capitão Anders comentou:
— Sua filha deve estar grande, Poncho. Que idade tem agora?
— Nove. — Sua expressão subitamente se alterou. Meio enternecido, comentou com Annie:— Ela terá de ir para a escola. A última governanta só ficou dois meses.
— Falta de disciplina, esse é o problema — interrompeu o capitão. — Você deveria se casar novamente, Poncho. — Subitamente ele se deu conta do que dizia, e tentou emendar, um pouco constrangido: — Bem, talvez a escola seja a melhor solução.
Será que Alfonso é viúvo? Sara se perguntou. Ou, quem sabe, divorciado? Gozado, mas ela não conseguia imaginá-lo casado. Que tipo de mulher aceitaria um homem daqueles? A menos que ele tivesse ficado mal-humorado assim depois do casamento... Ela deu outra olhada em seus lábios ríspidos e sentiu um tremor percorre-la. Não, aquela expressão nascera com ele, com certeza era um homem frio, que seguia seu caminho sem se importar com nada e com ninguém. Um homem para se manter a distância!
Já era tarde quando eles terminaram o jantar. Anahí desculpou-se, dizendo que precisava arrumar as malas, e foi para sua cabine, no mesmo convés. As acomodações no cargueiro Saratoga eram bastante precárias, mas, pelo que ela estava pagando, não podia reclamar. Havia três cabines disponíveis para transporte de passageiros. Alfonso Rodriguez ocupava a pegada à sua, e os irmãos Regan, os advogados aposentados, dividiam a outra. Eles deviam estar terrivelmente apertados lá, mas Annie duvidava de que se incomodassem com isso; afinal, esperaram a vida toda para fazer aquela viagem. Ela tinha sorte em fazê-la tão jovem.
Tinha recebido a notícia da herança um pouco antes de seu vigésimo segundo aniversário. Levou o maior susto, principalmente porque nem mesmo vira seu padrinho nos últimos anos... A vida não havia sido muito fácil depois da morte de seu pai, um ano e meio atrás. Quando conseguiu acreditar que aquela herança era mesmo dela, Anahí pensou em fazer a coisa mais sensata: investir o dinheiro. Mas logo seu espírito de aventura falou mais alto e ela resolveu gastar tudo em uma viagem pelo mundo.
Agora, pensava que tinha valido a pena. Foi maravilhoso conhecer as ilhas do Caribe, a costa da Venezuela e da Colômbia, sem falar da emoção de atravessar o canal do Panamá e se encontrar do outro lado de um continente. Não, não se arrependia de nada. Teria muito tempo para pensar no futuro quando estivesse de volta. Ainda tinha dois meses de viagem pela frente e iria aproveitá-los ao máximo.
Continuava arrumando sua bagagem quando alguém bateu à porta. Abriu e deu de cara com Michel Chandris.
— Achei que você gostaria de conhecer o navio — ele propôs, sorrindo. — Podemos também ver a lua do Pacífico... ela é linda!
— E a mesma que nós temos lá em casa. A menos que tenham feito uma duplicata — Annie respondeu, irônica. — Eu ficarei devendo, pois hoje foi um dia muito agitado. De qualquer maneira, obrigada pelo convite.
— Ora, vamos lá! — Mike adotou um tom persuasivo, recusando-se a desistir facilmente. — Na sua idade você não pode estar tão cansada. O mar está calmo e, de acordo com a previsão do tempo, provavelmente nós não o veremos assim por alguns dias. Estamos esperando uma mudança brusca amanhã no fim da tarde. Anahí tentou disfarçar seu medo. Tinha pavor de ventanias e furacões, mas sabia que eles não eram raros em alto-mar. O Saratoga já deveria ter passado por vários.
— Então devemos todos dormir um pouco enquanto podemos. Você não disse que começa a trabalhar às quatro da madrugada?
— Disse. Essa era uma das razões pelas quais eu gostaria de ter um momento de descanso. — Ele hesitava em aceitar a recusa. — Nós temos umas duas semanas até chegarmos às ilhas Society. Você não vai ficar indiferente todo esse tempo, vai?
— Depende do quão íntimo você está pensando em se tornar. Sei que o fato de ser a única mulher a bordo me torna uma novidade, mas estou aqui somente pelo transporte, Mike.
— Esta é outra coisa que gosto em você: vai direto ao assunto.
— Não conte com isso. Há... — Ela parou ao ver Alfonso passar pelo corredor, olhando-a rapidamente. — Acho que é hora de você ir embora. Boa noite.
seja bem vinda any_kelly.
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Enquanto se preparava para dormir, ela podia ouvir os movimentos na cabine de Poncho. Quando já tinha se acomodado em sua cama, os movimentos pararam e tudo ficou em silêncio. Só se ouvia o barulho da água batendo contra o casco do cargueiro. Annie se acalmou. O balanço do Saratoga era regular e agradável, como se es ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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fpproducoes Postado em 24/04/2012 - 10:41:21
olha, gostei muito do capitulo bem legal a historia viu passa na minha tbm, garanto q vai gosta
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fpproducoes Postado em 24/04/2012 - 10:40:56
Veja o oitavo capitulo da nova Web-Novela da FP Producoes MENINA FLOR: http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=15631
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any_kelly Postado em 22/04/2012 - 00:07:38
Ola to aqui pra divulgar a web da bf linda "Tarde Demais Pra Esquecer (continuação)" Quem quiser ler o link e esse: http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=13702#a Bjss
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any_kelly Postado em 21/04/2012 - 14:13:42
Oie leitora nova Posta maissssssssssssssss