Fanfic: Antes do Por do Sol | Tema: Hunger Games

  Depois que Garet subiu ao palco, tivemos de apertar as mãos. Tentei passar por aquele aperto e o olhar que lançei a ele, todas as minhas desculpas. Desculpas por aquilo estara contecendo com ele, uma vez que ele ja sofri como um cão de rua. Não tenho certeza de que ele havia captado a mensagem, mas me agarrei a esperança de que sim, e um pensamento surgiu em minha cabeça. Uma hora eu teria de mata-lo.
Balançei a cabeça espantando-o e me virei para a porta do edificio enquanto Alerliana me empurrava pelo ombro. As palmas as nossas costas conseguiram me destruir mais do que o choro de minha irmã. Simbolizavam que era real. Agora eu estava no jogo.

*

  Agora eu estava sozinha em uma pequena sala. Haviam biscoitos e chá em cima de uma mesinha, mas eu os havia ignorado completamente.
A porta se abriu e minha familia entrou. Minha irmã e minha mãe continuavam a chorar, e arrastaram Kayli com elas em minha direção para um abraço. Susurrei que estava tudo bem, passei a mão na cabeça de todas, e então procurei apoio em meu pai. Nossos olhos se encontraram. Ele deu um fraco sorriso. Sabia que aquilo estava exigindo todas as forças dele, apenas para mandar a mensagem de que estava orgulhoso de minha coragem. Ele devia achar que fiz aquilo para salvar a menininha. Mas aquele era meu pai: sempre vendo o lado nobre das coisas, e achando coisas boas nos piores momentos.
Retribui o sorriso e afastei minha mãe e minhas duas irmãs. Olhei para elas e começei a chorar tambem. Que droga, eu não podia estar chorando !
Não dissemos uma palavra, até os pacificadores chegarem para tira-los dali. Mas o silencio havia gritado tudo que precisavamos. Fiquei ali por mais 20 minutos, até que vieram me levara té o trem. Nenhum de meus amigos sequer apareceu.
  O trem era totalmente azul eletrico fraco. A unica coisa que quebrava a monotonia ali eram os milhares de doces coloridos e alguns enfeites brancos. Aquilo atingiu meus olhos como se tivessem colocado uma luz sobre eles, e fiquei alguns segundos parada na porta. Quando me recuperei, pude ver uma pessoa. Tyrese Colins, o vencedor da edição de 5 anos atras, estava sentado em uma das mesas de vidro, trabalhando com alguns fios de metal que emitiam um zumbido eletrico. Havia até me esquecido que haviam orientadores. No alto de seus 23 anos, viciado em coisas eletricas ( claro, distrito 3, não é ? ) e com um ego mais baixo que o de Garet, não acredito que ele fosse de grande ajuda. Sempre pensava nos outros, e havia ganhado apenas pois enquanto tentavam juntar os 4 tributos restantes, ele acidentalmente deixara uma arma de choque cair na água onde os carreiristas atravessavam. Aquilo tivera grande repercurção, uma vez que ele não matara ninguem nos jogos inteiros, e hoje era levado apenas como " um acidente proposital ".
Percebendo nossa presensa, levantou o olhar e nos fitou por alguns segundos.
  - Tão jovens, tão jovens... - ninguem respondeu, com medo de que ele estivesse falando sozinho - Começaremos o treinamento daqui 3 dias, e então direi tudo que precisam. Por enquanto aproveitem: durmam, comam se estiverem com fome... os bolinhos rosa não são tão bons...
Todos acentiram com resmungos, e então cada um foi para um canto. Garet saiu correndo dali, como se ja soubesse onde eram os quartos. Eu tive a sanidade de perguntar antes, e Alerliana me deu uma rapida explicação e me encaminhei até lá, pegando um dos bolinhos - não os rosas - no caminho, apenas para Tyrese não se sentir ignorado.
  O quarto era quase o dobro do meu. Uma televisão enorme ocupava a parede na frente da cama, com uma caixa depositada no chão entiulada " Jogos anteriores ". Um botão vermelho chamou minha atenção. Estava na mesa-de-cabeçeira, ao lado da minha cama, e um bilhete rabiscado as pressas fora jogado ali em cima. Peguei o e começei a ler: " Aperte esse botão e um avox trará oque você quiser. - A ". Dei de ombros. Não estava cansada, nem com fome, e ainda faltavam mais de 15 horas até chegar na capital, e eu precisava arrumar algo para fazer. Peguei uma folha de papel e começei a anotar no que eu era boa. Depois eu poderia ver as fitas e ver estrategias:
Arco e flecha: sem chances; Facas: provavelmente conseguiria atrasar alguem atingindo seu braço; espadas: aprovado. Era só sair enfiando a faca no corpo da pessoa; Combate corpo a corpo: minha estrutura é pequena, mas sou forte e posso me esquivar; Alimentação: eu estava ferrada. Teria de comer só animais; Fogueiras: Talvez eu conseguisse acender uma; Escalada: eu estaria salva.
Anotei no fim da folha: vou ganhar. Apenas por diverção, e então me levantei para colocar as fitas. O resto da viajem se baseou nisso. Até que, faltando apenas 5 horas para nossa chegada, dormi. Não sei como, não estava nem cansada, mas acordei no dia seguinte com Alerliana batendo freneticamente em minha porta.
  - Acorde, garota ! Chegamos, e você esta atrasada !
Resmunguei em resposta, e me levatei da cama com mais preguiça que o normal. Sonhara com Karl, mas dessa vez ele sobrevivia, não sei como. Não me lembrava bem do sonho.
Abri o armario e vi um vestido preto basico a meu dispor. Coloquei-o sem pressa e sai da cabine, esperando poder comer algo antes de ir, mas alguem me empurrou para fora do trem e reparei em Garet ao meu lado. Sua cara não demontrava nada. Nem alegria nem trsiteza. Tive de desviar minha atenção dele quando os gritos desesperados da multidão a nossa frente fizeram uma palavra lampejar em minha cabeça: Patrocinadores. Não sei se ele se importava, se havia aceitado que iria morrer ou se aquele era o jeito de demostrar que era durão, mas eu queria sobreviver, e sabia que precisava de paraquedas para isso. Como se eu estivesse acordada a horas, senti meu corpo enegrisado. Consegui abrir um grande sorriso e acenar para as pessoas. Olhei para cada uma daquelas criaturas, e me senti estranhamente normal em meu vestido. Eles eram piores que Alerliana. Conseguiam ser surpreendentes, e pareciam vir de outro mundo. Não deu para ver mais que 300 estilos diferentes antes que me empurrassem para uma porta estrategicamente colocada a minha esquerda, e assim que ela se fechou novamente, os gritos foram abafados. Era um quarto pequeno, com duas portas opostas, e ja haviam 6 pessoas paradas ali dentro; 3 delas vieram ao meu encontro e sorriram. A mulher do meio, com trançar contornadas por fios neon e tatuagen imitando penas de passaro pelo rosto estendeu a mão.
  - Sou Kareene, este é Lon e estre outro Chelb - ela apontou para os dois homens ao seu lado - seremos sua equipe de transformação aqui.
Acenti, abrindo tambem um sorriso, e então acompanhei-os até a porta da direita. Não olhei para tras para ver como Garet estava lidando com aquilo, pois fiquei surpresa demais. Depois daquela pequena sala havia uma milhões de vezes maior, branca e cheia de pessoas ( da capital, eu observei pela roupa ) andando de um lado para outro, arrumando coisas, misturando tinturas, esquentando cera... Lon começou a me empurrar até uma mesa, que se não fosse tão limpa, poderia até ser confundida com algo de tortura, e puxou uma mesa com rodinhas até ele. Nela havia tesouras, coisas para cabelo ( como chapinhas ) que eu sabia virem do meu proprio distrito, maquiagens e outras milhões de coisas
  - Você vai precisar tirar a roupa agora, queridinha, para podermos te arrumar.
Um deles me avisou, e demorei um tempo para absorver a informação. Tirei o vestido e minhas roupas intimas, querendo poder me enfiar em algum buraco. Me deitaram na cama e me analizaram. Quando começaram a trabalhar em meu corpo, puxaram conversa como se eu nem estivesse lá.
  - Sue va ficar satisfeita. Ela se cuida mais que a garota do ano passado, do 9. Lembram como ela estava quando chegou ?
Diferente da maioria dos outros distritos, tirando os carreiristas, tinhamos motivos para nos arrumarmos no 3, de modo que a cera não foi necessaria, apenas um rapido corte de cabelo e um trato nas unhas ( pintaram-nas de azul eletrico, pouco mais vivo do que o do trem ), e então me deram um banho rapido e me levaram até outra sala, igual a primeira em que eu estivera, só que com uma mesa identica a que eu estivera deitada minutos antes. Me deixaram ali, sentada e totalmente nua, com o roupão jogado inutilmente ao meu lado. Não sabia se deveria coloca-lo, então apenas aguardei. Se passaram longos minutos até que alguem entrou na sala. Uma mulher ligeiramente mais baixa que eu, com roupas normais, porem tatuagens pelo corpo todo e apliques de cabelo colorido que prenderam minha atenção.
  - Olá ! Sou Sue, sua estilista esse ano. Fizeram um bom trabalho em você. - Ela sorriu e estendeu a mão e eu a apertei. Nunca vira alguem com uma aura tão animadora. Ela parecia irradiar alegria, e o cabelo não ajudava nada em acalmar meu pensamento. - Que bom que não colocou o roupão, pois trouxe sua roupa para o desfile daqui algumas horas, e você tera que ficar com ela até lá.
Acenti, e ela começou a me explicar sobre a roupa. Continha algumas lantejoulas estrategicas e micro-maquinas feitas para dar a imrpessão de faiscas; Tinha a mesma cor do meu esmalte; Meu cabelo seria trançado com fios de alta voltagem -desligados-, e ela, contrangida, acrescentou que não era nada estravagante, mas melhor que fantasias ridiculas. Fiz quetão de sorrir ao responder.
  - eu adorei, deve ser lindo !
Com um sorriso aliviado, ela estendeu um caixa, que até ali eu não havia notado. Deixou-a no espaço livre e abriu, tirando o vestido de lá. Era realmente... normal. Melhor do que eu imaginara, e bem mais elegante que muitas roupas ja apresentadas. Pensei que pela primeira vez nosso distrito não pareceria uma aberração eletrica.