Fanfic: The Course fo Love | Tema: curso de desenho

Capitulo Dez: MARCELO E SEUS ODIOSOS OLHOS AZUIS.

Sexta feira...

   Oito e meia da noite, toquei a campainha de sua casa e Linda veio me atender já toda arrumada pondo seu brinco de argola. Ela usava o vestido que havia comprado e cujo não teve a oportunidade de usar anteriormente. Ao abrir a porta a elogiei e ela disse que eu estava muito bonito e cheiroso, de um jeito que ela nunca havia pensado antes. Linda não parava de me encarar, ela estava estranha... Espero que minha amiga não esteja começando a ter sentimentos fortes por mim. A olhei no fundo dos olhos e ela corada disse enquanto estalava os dedos:

_Ah... Disse alguma coisa?

_Nossa, o que está havendo com você hein?

_I-Ikaro... Você está lindo de mais!

_Sério?  É... Ela infelizmente está começando a ter sentimentos românticos por mim, isso não é nada bom. Para tentar mudar de assunto perguntei:

_E ai, pronta?

_Ah sim... Só um segundo, já ia esquecendo meu celular. Quero tirar uma foto dele!

_Ótima idéia!

   Chegando à lotada e grande boate com Opem-Bar a noite inteira, entramos na fila, pagamos nossas entradas e seguimos a multidão que já se encontrava lá dentro super descontrolada. As músicas eletrônicas eram as melhores, tentando fazer minha acompanhante sentir-se bem, mesmo não gostando do estilo da música, entrei em Alfa seguindo a manada. Dançamos de todos os tipos, curtimos e rimos bastante que para mim era o essencial de uma noite dançante. Recebi várias olhadas que levantaram mais ainda meu ego. Descendo a escada estava um moreno maravilhoso de cabelo moicano e bem forte, não faz muito meu tipo... Mas o que é bonito é para ser visto. Enquanto dançava, eu o encarava de um modo sensual, ele então veio até mim falando ao meu ouvido:

_Como vai, está se divertindo?

_Não muito... Mas bem que eu queria! Joguei a rede.

_Se você ficar comigo, com certeza sua noite ficará divertida. Chega mais perto e experimenta. 

E pesquei um peixão. Quando eu finalmente iria me dar bem com alguém... Linda entrou no meio dizendo:

_Oi amor cheguei, vamos beber alguma coisa? Tudo bem, quem é você?

_Ele é seu namorado? Perguntou o fortão sem entender.

_O que você acha? Dizia ela o encarando séria.

_ Eu não acho nada, você é que não sabe onde está, ou por acaso alguém te contou que aqui é uma boate gay?

Injuriado o moreno se retira e Linda me abraça gargalhando. Eu entendi o que ela estava querendo fazer apesar de não ter gostado, ela queria fazer mais um daqueles teatrinhos de fingimento... Que naquele momento me incomodou muito.

_Linda... Eu sei o que você fez. Posso te dizer uma coisa, eu não quero te magoar, mas não gostei. Poxa Li, no único lugar que eu finalmente poderia ficar com alguém sem ter preocupações... Ai vem você e diz que é minha namorada, sacanagem!

_Ahh Iki, me desculpa... Foi mal, é que eu pensei que você iria gostar.

_Não precisa ficar assim não. Eu não te dei um fora, só disse pra você ficar ligada na minha situação.

_Eu não tinha pensado nisso. Não vai acontecer mais.

Depois disso eu a senti meio triste, não consegui mais animá-la com qualquer besteirinha.  Por mais que tivesse tentado avisar que não era para ela não se grilar com aquilo... Acho que ela se feriu. Não entrei mais no assunto e deixei a noite seguir por si só. Quando eu olho pro lado meu semblante muda por completo, cutuquei Linda no ombro apontando os olhos arregalados para trás de mim. Ao jogar levemente os cabelos ela vê... Realmente era ele. Marcelo estava lá... Dessa vez dançando no queijo com três lindos rapazes ao seu redor. Era ele o dono da noite, todos o desejavam. Linda não acreditava em seus olhos assim como eu.

_Não-pode-ser!  Respondeu ela aos poucos.

_E então é ele ou não é?

Sem mais delongas, ela puxou seu celular do bolso tentando tirar uma fotografia do nosso menino, infelizmente todas as fotos saiam fora foco, preto e sem sucesso.

_Ahhh... Não acredito! Não da pra sair o rosto dele nas fotos. Está saindo muito escura... Não adianta, vou ter que ligar o flash da câmera!

_Você tem certeza disso, e se ele te ver?

_Meu bem, eu não vim aqui pra perder!

Com o flash da câmera ligado, ela conseguiu tirar duas fotos perfeitas que enquadravam seu lindo rosto “sorridente” seus odiosos olhos azuis e um moreno saradão o agarrando por trás beijando seu pescoço. Depois da noite perfeita e missão cumprida, nos viramos e fomos embora bem devagar. Marcelo então abre os olhos e consegue ver nós dois ao fundo saírem de mansinho da boate.

O mês de outubro chega faltando apenas mais um mês para o curso terminar. Outra longa semana se passa, outra aula se aproxima. Comentamos fatos divertidos da semana, e também fatos inesquecíveis. Um momento qualquer eu olho para Marcelo que me encarava com ódio no olhar, mais ódio que o normal. Se pudesse acho que ele me mataria ali mesmo. Será que ele descobriu?

Desconfortável com a situação, me retirei e fui ao banheiro, seus olhos continuavam a me secar... Mas que garoto estranho. Entrei na cabine e tentava entender aquela situação constrangedora enquanto mijava. Quando abro a porta, sou surpreendido pelo mesmo que agarrou jogando-me de volta para a cabine e seu eu entender me beija na boca. Estranhei mais ainda essa sua atitude louca e inesperada, mesmo assim não agüentei... Finalmente eu beijava o “Diabo dos olhos azuis”, não era um lugar confortável, mas por ele valia muito à pena. Quando ele viu que eu já estava na sua por completo ele recuou um passo e novamente com a cara mais séria do mundo ele esbravejava:

_Sim, eu sou gay... E qual é o seu problema com isso?

_ÃH?

_Ikaro, eu sei que você também é... E que inclusive namora o professor Yuri!

_O quê... Quem te contou?

_Ninguém me disse nada, eu é que não sou um idiota. Notei isso no meu segundo dia de aula, você da muita bandeira Ikaro!

_E o que você quer de mim?

_É simples... Ou você exclui a minha foto de sexta feira passada na boate, ou eu conto para todos do curso sobre vocês dois, ele ainda será demitido. Você quer isso?

Entrei em desespero e o desafiei.

_Vo-você não faria isso!

_Quer me testar?_Ikaro você não me conhece e não sabe do que sou capaz... Eu faço e consigo tudo que eu quero e o melhor, sem nenhum peso na minha consciência... Eu não tenho medo de ninguém e muito menos de você!

_ Precisa fazer Isso... Por que você é assim?

_Por que a vida me ensinou a ser assim! _E então... Quer pagar pra ver?

_Não, não faça isso, por favor!   Retirei um celular do bolso de trás da calça jeans, em seguida mostrei a fotografia do “meu” celular e a exclui sem pensar duas vezes. Marcelo curioso e com um sorriso maléfico me perguntou:

_Para que você tirou aquela foto... Para me chantagear?

_Não se preocupe... Eu não sou tão baixo. A linda só queria uma prova, é bobeira dela!

_Tem certeza que essa era a única foto?

_Essa é a original.  Menti o mais convincente que pude.

_Tudo certo então... Espero que essa seja a única foto. Se esse assunto sair daqui você sabe o que acontece.  Marcelo se vira saindo do banheiro. _Não se preocupe, eu sei onde você mora!

E vai embora seguindo em direção a sala.

Eu ainda em choque me sentei à privada e lá fiquei por um bom tempo. Não acredito que uma pessoa tão linda por fora possa ser tão podre por dentro, e chegar ao ponto de subornar alguém para ganhar aquilo que quer. Ele não sabia, mas nunca um apelido combinou tão certo com uma pessoa como ele, “O Diabo de olhos azuis” realmente ele fazia jus ao seu nome.

Entrei na sala ainda meio pálido me sentei e lá fiquei sem dizer uma palavra até o fim da aula. Linda ficou muito assustada de princípio ela sabia que algo havia acontecido de muito grave... E que por algum motivo não pude contar a ela. Fiquei com medo até de olhar para trás da minha carteira e ver a cara do Diabo me olhando de volta.

   A aula enfim terminou, e eu logo me retirei antes de todos. Eu queria sumir dali, não queria sofrer nenhum tipo de interrogatório. Corri do curso em disparada e de repente vejo o outro trio infernal que havia me trazido paz por um bom tempo; Bruno, Jorge e Claudio corriam atrás de mim novamente.

Eu já me sentia a beira dos nervos, estava abalado e super estressado... Agora terei que fugir desses animais. Eu gritava agarrado em minha pasta:

_Me deixem em paz po**!

Quando eu olhava para trás enquanto passava pela rua vazia tropecei em um galho seco e fui de cara ao chão, e lá mesmo eu fiquei jogado enquanto os três me pisoteavam e chutavam meu corpo. Bruno se afasta dizendo:

_Deixa o viadinho... Já ta bom por hoje! 

E lá foram os três com cara de dever cumprido.

_Já ta bom por hoje! Quem o Bruno acha que eu sou um saco de pancada que ele pode bater sempre que quiser... Eu não agüento mais, da próxima vez eu vou contar tudo que sei dele, ele vai ver só!

 Fui para casa destruído por dentro e por fora quando consegui me levantar, única coisa que me restava era chorar, mas não pude, quando a comecei a soluçar sentia fisgadas em vários músculos do corpo então só xingava meus demônios internos enquanto mancava.