Fanfic: The Course fo Love | Tema: curso de desenho
Capitulo Onze: FERIDAS NA ALMA TAMBÉM CRIAM HEMATOMAS.
Cheguei em casa já com o sol quase sumindo. Sem muito pensar fui direto ao banheiro para me limpar de tudo aquilo que aconteceu, soltei um grito muito alto quando tentava levantar o braço quando ia tirar a camiseta, parecia que meu braço não agüentava mais aquelas sessões de tratamentos de choque. No banheiro mesmo peguei uma tesoura no armarinho que havia por lá e cortei a blusa na marra, não liguei muito ela já estava coberta de rasgados. Consegui tirar a bermuda sem muito esforço, então fui finalmente tomar banho para me desimpregnar. Lavei minha boca com gosto de sangue e me sentei debaixo da água que massageava meu corpo levemente. E ali, jogado no chuveiro finalmente consegui chorar enfrentando todas as fisgadas e dores que latejavam de dentro pra fora.
Depois de duas horas fora de mim, sai da água e encarei o espelho me vendo com a cara inchada, ralada e roxa. Enxuguei-me passando a toalha sobre a cintura. Voltei ao armarinho no banheiro pegando a caixinha de primeiros socorros partindo para o meu quarto.
Fiz curativos em todas as partes do meu corpo, acabando assim com uma caixa de curativos, gaze e o frasco quase todo de Mertiolate. Enfaixei um pé e o braço que sofreu bastante novamente. Nem queria ser eu quando minha mãe me visse assim novamente, ela deve estar pensando que estou me juntando com pessoas que não devem... Espero que ela nunca tenha bebido por minha causa. Fui tentar ver se meu corpo me deixaria dormir até que peguei no sono.
Horas mais tarde, minha mãe chega com seu novo namorado Vitor e os dois me acordam quando ela coloca o seu DVD de Flashbacks. Levantei-me para tentar comer alguma coisa da geladeira, quando vejo os dois dançando juntinhos no meio da sala. Minha mãe leva um susto quando me vê e dispara á falar:
_Ah Ikaro, você estava em casa... Eu pensei que tivesse passeado com a Linda esta noi... Meu Deus do céu, o que foi que aconteceu com você Ikaro? Levou uma surra?
Eu estava cansado de mentir para minha mãe.
_Sim... Hoje três garotos do curso me cercaram na rua e me bateram.
_Mas por quê? O que houve?
_Não sei... Deve ser por que eles queriam o meu dinheiro, sei lá! Infelizmente nessa parte menti. Não estava pronto para contar sobre mim agora.
_Minha nossa, mas isso já é caso de Polícia sabia? Disse Victor sentado no sofá.
_Não, não precisa fazer isso!
_Mas filho se já aconteceu outra vez uma coisa parecida e aconteceu agora. Se você não der queixa na Polícia, eles nunca vão parar de te perturbar!
_Vão sim, por que mês que vem eu termino o curso.
_Amanhã tem curso não tem? Você vai mesmo assim?
_Vou sim. Quero o professor Yuri veja o que estão fazendo comigo.
Peguei uma maçã, um iogurte, fiz um sanduíche e voltei ao meu quarto.
_Mãe, poderia por o DVD um pouco mais baixo, eu vou tentar dormir de novo.
_Ta bom. Mas amanhã toma cuidado. Ó Ikaro... Se isso acontecer de novo eu vou te tirar daquele curso.
Liguei o ventilador e fui dormi depois de comer. Apaguei.
No outro dia almocei uma maravilhosa omelete que eu mesmo preparei e decidi ir ao curso mais cedo. Algumas partes que não estavam enfaixadas ou com curativos havia enormes hematomas. Consegui notar os olhares de espanto e pena logo ao sair de casa. Cheguei ao curso encarando os olhares de todos, e logo vi Linda que fica desesperada quando me vê:
_Ikaro, o que houve como você, minha nossa! Parece que foi atropelado!
_Não, mas é como se fosse.
_Eu te liguei igual uma doida ontem e você não me atendia, que houve?
_O maldito do Bruno e companhia me bateram de novo ontem enquanto eu tentava fugir de você e do Marcelo! E eles quebraram o meu celular me pisoteando!
_Mas por que você estava querendo fugir do Marcelo?
_Ele ontem me ameaçou por causa daquela maldita foto que você quis tirar de qualquer jeito na boate! Disse que se não apagasse ele contaria para todos sobre eu e o Yuri... Você sabe!
_Mas que moleque mais baixo! E o Bruno e os outros fizeram isso com você quando você tentava fugir?
_É. To todo doído. Tomei três comprimidos pra dor e não adiantou nada!
Entramos na sala e Yuri me vê naquele estado lamentável.
_Ikaro... Mas o quê? ... Não de novo?
Ele tentava para vir falar comigo e eu me virei com ódio e sentei longe em direção a porta. Eu sei que não era sua culpa, não haveria motivos para ter raivas dele... Mas queria tanto que ele sentisse que preciso dele.
Quando Linda se levantou da fileira do meio para sentar-se comigo eu a pedi para que ela fosse sentar no fundão bem perto dos três e que gravasse tudo que eles falarem de mim. Foi o que ela fez, ela conseguiu algo mais que perfeito... Ela conseguiu algo que poderia servir como prova mais tarde. Assim que a aula terminou, antes de partir Linda me entrega seu celular:
_Você não vai acreditar o que eu consegui. Essa será sua arrebatação, meu caro Ikaro! Mostra pro Yuri agora! Ela me beija a testa e vai embora assim como todos.
_Professor Yuri, quero que você escute o que acabaram de dizer sobre mim!
Dando inicio a gravação que linda fez:
... Tinha feito no Ikaro? Perguntou Jorge começando o assunto.
_Cara eu me diverti muito ontem batendo naquele boiólinha! Dizia Bruno rindo.
_Eu só não gostei do idiota do Jorge pisotear o celular dele. Po cara, a gente podia ter roubado ele quando nóis teve chance! Comentava Claudio.
_Ahhh que se dane o que ta feito, ta feito e pronto. Celular a gente pode roubar de outras pessoas do curso... Isso é fácil demais! Diz Jorge com a maior leveza.
_Ô seu idiota... Eu já falei pra você para de falar esses tipos de coisa. Vai que alguém ouve! E ai... Comé que nóis fica? Alerta Bruno dando uma tapa na nuca de Jorge. _Eu só quero saber se vocês estão juntos pra quebrar a cara daquele viadinho hoje de novo?
_Po** cara num já chega não meu? Nóis num já pegou ele ontem, hoje de novo... Meu pé ta ficando cansado de bater nele, meu! Reclamava Jorge com seu linguajar meio lerdo.
_De novo cara, o que esse menino fez pra você ter tanta raiva dele? Perguntou Claudio.
_Ahhhh vão se ferrar vocês dois! Se não vai fazer mais isso pra mim, depois também não te fortaleço mais “aquela” parada! Reclama Bruno cruzando os braços.
_Caraca Bruno... Para de neurose! Seu egoísta de uma figa!
_Eu não quero saber faz o que eu quero, e depois a gente resolve a sua “parada”. Então vocês dois vão me ajudar dessa vez a mandar aquele viadinho pro médico como da primeira vez?
_Ta! _Ta certo! Disseram os dois desanimados. ... E a gravação é encerrada.
Fiquei sem piscar com cada palavra, Yuri ficou boquiaberto... Realmente tudo aquilo valia ouro nas mãos dos policias. Eu finalmente iria me livrar daqueles malditos de uma vez por todas.
_Então desde aquele dia que você ficou desmaiado no beco, foram eles três que te bateram? Perguntou Yuri.
_Foram.
_E por que motivos você nunca me disse quem era eles?
_Isso não interessa, agora não mais! Agora eu tenho minha arma... E vou usá-la! Virei-me para ir embora enquanto o professor segura pelo meu braço.
_Vamos, me diga Ikaro? Por que você nunca me disse que meus próprios alunos... As pessoas que você via todos os dias batiam em você!!
Abaixei a cabeça e disse bem alto:
_Era por que eu queria que VOCÊ descobrisse por sozinho, por que estava bem diante de seus olhos e você nunca viu! Eu queria que a pessoa que eu amo... Me ajudasse sem eu precisar dizer socorro!
Aquilo fez com que Yuri sentisse algo muito forte dentro de si. Depois de um longo silêncio o professor comenta:
_Ikaro... Quero que você não entregue isso a policia hoje.
_Mas por quê?
_Eu quero apenas que você confie em mim.
_Isso só não basta! Eu tentei novamente sair e Yuri apertou meu braço me levando para perto de seu corpo.
_Por favor, Ikaro... Confie em mim! É só o que te peço. Aquilo agora me mexeu. Seus olhos me mostraram confiança.
_Ta certo... Mas você ouviu que eles vão atrás de mim hoje? Como é que eu vou fazer pra ir pra casa?
_Não se preocupe, eu te levo de carro, eu só quero que você me dê um dia. Tudo bem?
_Tudo bem.
Fomos os dois embora em seu carro, sem ao menos trocar uma palavra. Um silêncio cortante. Yuri apenas me pediu para passar a gravação copiando para seu celular e me deixou no portão de casa. Realmente fiquei muito curioso com o que ele iria fazer com aquilo.
Yuri voltou ao curso entrando na sala de arquivos para pegar três endereços e anotar no papel, em seguida foi visitar as mães dos três garotos que me batiam.
Chegando ao primeiro endereço, um lugar sem nenhum tipo de saneamento básico e muita lama; Avenida Mendes Sá nº 15. Lá ele encontrou Dona Beatriz, mãe analfabeta de Jorge que caminhava pelo quintal gritando com um garoto:
_Boa tarde Dona Beatriz, eu sou Yuri o professor do curso de desenho do seu filho.
_Ahhh sim Seu Yuri. Tudo bem com o senhô?
_ Bom, é que eu queria dizer uma coisa muito importante...
_É sobre o Jorgim? Ah não se preocurpa não... É que ele as fez faz umas merdas mermo, sabe comé... João desce daí menino!
_Mas a senhora sabia que ele está se envolvendo com um grupo...
Mal ele dizia veio ela gritando novamente para disfarçar:
_Já falei pra ocê descer desse pé de manga menino do capeta! Ahhh seu Yuri, gostaria muito de falar com o senhô... Mas é que acabei de lembrá qui isqueci o arroz no fogo... Me discurpa!
Ela pegou João que se balançava no galho da árvore entrando quase correndo na casa e se trancando em seguida. Yuri foi ignorado por completo pela primeira mãe.
Segundo endereço um lugar bonito e colorido com casas combinando; Rua Polvilho de Almeida Barros nº 222. Lá Irene Souza Barros atendeu o interfone:
_Pois não, quem é? Disse uma voz feminina enjoativa.
_Eu me chamo Yuri e sou o professor do curso do seu filho Claudio e queria que...
_O meu filho Claudio não mora mais comigo!
_Mas como à senhora sendo a responsável dele eu poderia falar com...
_Meu filho, não me interessa se sou a responsável dele. O Claudio não mora mais aqui e pronto!!
_É que ele fez...
_EU NÃO QUERO SABER O QUE ELE FEZ... OK?
_Tem certeza?
A ligação do interfone foi desligada com o baque do telefone.
_Mas que mulher amarga como o cão!
O professor pegou seu carro e foi de encontro à terceira casa que era um lar bem humilde com a pintura velha. Rua Lírio Azul nº 66. Ao bater palmas Dona Virtuosa abriu a porta e veio em sua direção limpando as mãos em seu avental:
_Boa tarde, em que eu posso lhe ajudar?
_Ah sim, boa tarde pra senhora também. Eu sou Yuri o professor do seu filho Bruno, e gostaria muito de conversar com a senhora!
_Ahhh, mas é sobre o Bruno... Pode entrar fazendo o favor! Disse ela abrindo o portão fazendo com que a acompanhasse. Ela o levou na sala e pegou o bebê que dormia coberto no sofá entregando para um menino de nove anos:
_Ricardo, pega a Jênifer e leva ela pro berço. Depois vai brincar com a Bruna lá fora!
_Me desculpe Seu Yuri. É que eu ando muito ocupada trabalhando o dia inteiro pra cuidar desses meninos. Eu trabalho de empregada quase todos os dias... Sorte que o senhor me pegou na minha folga. O senhor está com pressa?
_Não, não. O que pretendo falar é meio longo.
_Ah o senhor quer um cafezinho, acabei de fazer!
_Não obrigado.
_Pois não, o que o senhor tem a me dizer então?
_Bem... É eu queria dizer uma coisa muito importante sobre o seu filho Bruno. Ele está se juntando com mais dois garotos do curso que não prestam, ele está pagando algo para eles dois em troca de que eles façam algo muito ruim a outro aluno.
_Minha nossa, Tem certeza que meu filho está envolvido nisso?
_Tenho total certeza Dona Virtuosa, ele que paga os dois para espancarem o aluno por algum motivo que ainda não sei!... Isso já aconteceu umas cinco vezes se não me engano. Seu nome é Ikaro.
_Ikaro... Ikaro Martins da Costa?
_Conhece ele?
_Mas é claro que sim, Bruno e Ikaro eram ótimos amigos de infância! Eles viviam juntos o tempo todo!
_AHHHHH, mas é claro que sim! Por que não pensei nisso!
_O Ikaro e o Bruno se conhecem desde os dez anos quando ele morava aqui na casa ao lado. Eles eram muito amigos mesmo, até que dois meses antes da mudança do Ikaro, os três pararam de se falar de repente e começaram a brigar quando se encontravam.
_Quero que a senhora escute essa gravação que uma pessoa fez enquanto o Bruno e seus amigos conversavam...
_...
_Eu não quero saber faz o que eu quero, e depois a gente resolve a sua “parada”. Então vocês dois vão me ajudar dessa vez a mandar aquele viadinho pro médico como da primeira vez?
_Ta! _Ta certo! ... E a gravação é encerrada. Dona Virtuosa fica pasma em saber que seu filho estava dessa forma.
_Mas minha Nossa Senhora! Esse nem parece ser meu filho! Que vergonha... Que vergonha que eu to. E a Virtuosa começa a chorar. _O senhor me desculpe, é que... Sabe, a gente cria com tanta dignidade, tanto esforço tentando dar a maior educação possível... E se depara com uma gravação criminosa! E se fosse a policia no seu lugar, acho que eu morreria de desgosto!
_O Ikaro disse que levará essa gravação amanhã para a policia!
_Minha nossa! Se-Seu Yuri, não deixe que o Ikaro faça uma coisa dessas com meu filho pelo amor de Nossa Senhora! Eu tiro ele do curso e pronto!
_Talvez isso resolva! _E ainda existem mães que preferem que seus filhos sejam ladrões o invés de ser gay, como pode?
_Eu discordo meu filho. Nenhuma mãe quer viver no desgosto de saber que criou um bandido. A tristeza no coração é imensa!
_ Dona Virtuosa, por mais que aconteça algo a seu filho que não poderei impedir, Fique sabendo que a senhora é o exemplo que toda a mãe deveria seguir. A senhora é educada, simpática, generosa, humilde de mais e com um amor incondicional por seus filhos. Não se culpe sobre a educação que você passou, educação é hereditária, se aprendeu assim você ensinará assim. Seu filho escolheu fazer isso por que ele quis, todo o pensamento vem apenas dele e nada mais... É como dizem, cada cabeça sua sentença!
_Seu Yuri... Quero que me deixe falar com meu filho antes. Quero que ele peça desculpas a Ikaro.
_Tudo bem. eu acho que não adiantará muito... Mas que seja. Quero que a senhora conte tudo com muita calma pra ele não se exaltar.
_Muito obrigada meu filho, o senhor me iluminou!
_Não, a senhora que é um amor de pessoa.
Yuri se despede e depois se dispara com o carro já de noite. Ele fica bem contente querendo ver se terá resultados mais tarde, pelo menos a mãe principal foi bem atenciosa e conseguiu discutir sobre o assunto.
E quinta feira se aproxima novamente.
Já não me sinto mais todo dolorido e a maioria dos meus machucados e ralados já se foram, mas os hematomas parecem que aumentaram ficando com aspecto mais feio e esverdeado. Ou parece que estou virando um Zumbi ou que irei trocar de pele. Estou me sentindo horrível!
Tive um pesadelo muito estranho essa noite. Sonhei que Yuri brigava feio comigo me dando esporros sem motivos, e minha voz não saia para poder me desculpar ou me justificar com ele, então eu saia do curso correndo desesperado e do lado de fora do portão eu via os três garotos me esperando. Bruno esperava os dois me baterem até eu cair, eu não reagia em momento algum. Quando eu ficava jogado ao chão e olhava seus olhos, Bruno estava com um pedregulho enorme na mão e atirava na minha cabeça me matando no portão do curso. Acordei em um estalo, mesmo de olhos abertos ainda enxergava as cenas seguidas e seguidas vezes.
Fui tomar um banho para me distrair e depois de almoçar fui para o curso. Logo assim que entrei fiquei parado de olho no portão e Linda me abraçou por trás de surpresa:
_Oi gatinho!
_Aiiiii que susto Linda! Eu to a beira dos nervos por causa do pesadelo horrível que eu tive hoje, e você ainda vêm de mansinho poxa!
_Foi mal Iki... Que pesadelo que você teve?
_Eu sonhei que hoje o Bruno me matava com uma pedrada na cabeça aqui no portão do curso. Eu to muito nervoso cara!
_Que horror! Fica calmo, vai ficar tudo bem... Assim espero!
Assim que entrei vi Marcelo que ainda me encarava como sempre, mas o ‘trio tormenta’ não veio à aula de hoje. Yuri deu um lindo sorriso assim que me viu junto com Linda e depois passou a matéria do dia, Luz e sombra. A aula foi bem proveitosa e me diverti bastante, pois eu estava me sentindo a vontade sem saber que nada aconteceria.
Como de costume conversei bastante com minha amiga e expliquei tudo o que aconteceria. A aula terminou e eu esperei para conversar com o professor sozinho:
_Yuri o que aconteceu ontem, você conseguiu falar com as mães deles?
_Eu tentei, mas só consegui falar com a Dona Virtuosa... A mãe do Bruno você á conhece?
Fique calado um bom tempo. _Ahhh então você descobriu Sobre nós dois?
_Acha que eu sou idiota ou o que? Quando é que você iria me contar a verdade, nunca?
_Eu já te disse que eu quero que você descubra sozinho!
_Eu conversei com a mãe dele e ela disse para eu não entregar a gravação, que ela iria conversar com seu filho.
_VOCE FICOU LOUCO!! Você acha que aquele garoto doido vai parar de me bater só por que a sua mãezinha gentil pediu... Ahhh perfeito, agora definitivamente eu to morto!
_Ela disse que conversaria sério com ele! Ela disse que irá tirar ele do curso.
_ELE NÃO VAI OUVIR ELA! ELE NUNCA ESCULTOU NINGUÉM, E NUNCA IRÁ ESCULTAR!! Eu sabia que não deveria confiar em você, você tinha que entregar aquela gravação para a polícia!
_Ikaro volta aqui!
_Me deixa em paz, se você não vai fazer isso, eu faço... Vou agora para a delegacia!
_IKARO!!
Sai com presa da sala, quando eu saio da galeria e dou de cara com o portão ao fundo vejo Bruno, Jorge e Claudio me esperando. Minhas pernas ficaram sem resistência, quase não conseguia andar mais... Era o meu sonho todo de novo, pensei.
Antes dos três me verem saindo, eu vou ao canteiro de plantas e pego um pedregulho escondendo atrás de mim.
_Olha lá que é que acabou de sair! Comenta Claudio.
_E não é que é o viadinho do Ikaro! Diz Bruno sorrindo.
_Vai à merda Bruno! Até quando você acha que vai ficar me batendo?EU CANSEI DE VOCÊ PORRA!! Gritei.
_Olha só, ta nervosa?_Minha mãe me contou que ontem o Yuri foi lá em casa te defender... É VERDADE?
_É verdade sim, ou você para de fazer isso comigo ou eu te denuncio!
_Me denuncia de que... Você não tem provas!
_É mesmo? Eu tenho aqui comigo uma gravação da conversa de vocês três de ontem no curso!
_Você vai me entregar pra polícia Ikaro? Agora eu terei que acabar com a sua raça... Sua bicha! Bruno vinha com os outros dois em minha direção.
_É né engraçado, você se sente super viril quando me chama de bicha, de viadinho... Quer que eu conte a verdade sobre nós para os seus amiguinhos, Senhor hétero!
_CALA A SUA BOCA!!! EU TE MATO!
_AHHH ficou nervosinha! EU SOU VIADO SIM... E TENHO MUITO ORGULHO DE SER QUEM SOU! VOCÊ PODE ME BATER HOJE E AMANHÃ... MAS SEMPRE TEREI CORAGEM DE ERGUER A CABEÇA E SEGUIR EM FRENTE!
_ISSO POR QUE NÃO TENHO VERGONHA DE ASSUMIR QUE ‘EU’ SOU! _NÃO É POR QUE EU SEJA GAY, QUE NÃO SOU HOMEM O SUFICIENTE PRA TE CONFRONTAR!! _NÃO SOU QUE NEM VOCÊ... SEU INRRUSTIDO! EU TENHO NOJO DE VOCÊ!!! Levei um soco na cara do Bruno deixando a pedra cair.
_PODE ME BATER! VOCES DOIS NÃO SABEM, MAS UM DIA JÁ FOMOS GRANDES AMIGOS... _CALA A SUA BOCA!!! Gritava Bruno me dando outro soco.
_E QUANDO EU DISSE QUE O AMAVA UM DIA DEPOIS ELE ME ESTUPROU NUM TERRENO BALDIO... EU NÃO QUERIA, MAS ELE ME FORÇOU, ELE ME BATIA E TAPAVA MINHA BOCA ENQUANTO ME...
_EU TE MATOOOO!!! Bruno puxou um canivete do bolso de trás e tentou cravejá-lo em Ikaro. Até que:
_BRUNOOO, NÃO FAÇA ISSO!!! Yuri que corria pelo corredor do portão joga seus papeis para o ar e se joga para o chão agarrado com seu aluno. Foi tudo muito rápido. Eu só vi um vulto se jogando na minha frente... Quando olhei para baixo, vejo meu amor jogado ao chão com o canivete atravessando sua barriga. Ele berrava de dores, e eu gelava, por um momento quase fui ao chão, mas tentei me permanecer de pé naquela situação.
Bruno entrou em pânico enquanto Jorge e Claudio tentavam fugir, mas não sei como uma viatura policial apareceu no portão do curso e prendeu os dois em flagrante. Bruno que estava atordoado, ao ouvir a sirene tenta fugir pulando o muro, mas é pego antes do salto. Eu estava ali, sentado ao chão junto com Yuri enquanto tudo acontecia muito depressa. Eu gritava de desespero:
_CHAMEM UMA AMBULÂNCIA, POR FAVOR!!
_Temos um homem ferido aqui, ele foi esfaqueado e está sangrando bastante... Preciso urgentemente de uma ambulância na Rua Centro de Artes Alberto Gomes Nº323!
Alertava o Policial gritando no radio de comunicação. Retirei do meu pescoço um cordão e entreguei ao policial um Pen-drive com a gravação contida nele. Dez minutos depois surge uma ambulância no local, os policiais afastavam os curiosos que tentavam se aproximar.
Em instantes o professor é levado e eu fui junto. Chegamos à emergência mais próxima em pouquíssimo tempo, enquanto ele era arrastado numa maca coberta de sangue e já inconsciente eu não desgrudava do seu lado, até entrarem em uma sala em que fui proibido de segui adiante me deixando ainda mais aflito. Fui à sala de informações preenchi seu cadastro e continuei a esperar. Até que duas horas depois o médico disse que seu quadro já era instável e sem qualquer perigo de vida. Yuri apenas dormia.
Meu coração ficou em paz.
Dois dias depois, Yuri recebeu alta do hospital e fui até sua casa visitá-lo. Nós conversamos muito no sofá, nos abraçamos, trocamos caricias e por fim nos beijamos com muita saudade.
Autor(a): Wallace Lopes
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