Fanfics Brasil - O AUTO-RETRATO DO CIÚME. The Course fo Love

Fanfic: The Course fo Love | Tema: curso de desenho


Capítulo: O AUTO-RETRATO DO CIÚME.

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Capitulo Quatro: O AUTO-RETRATO DO CIÚME.


   Tentando esfriar a cabeça virei-me como um robô voltando para minha cabine. O ruivo de terno negro enfim notou minha presença dispersando-se do papo entediante e de longe me seguia sem eu ver. Fui beber água no bebedouro que ficava nos fundos da minha salinha de pertences pessoais e percebi passos se aproximando da minha retaguarda, me babei todo, pois pensava ser o grupo de animais de Bruno.


_AI QUE SUSTO PROFESSOR!


_te assustei, não era minha intenção! Peraí... Professor, Que houve com o Yuri?


_Não sei deve estar conversando com a palhaça risonha da mãe da Linda!  Permaneci de costas tomando água.


_Você sabe que a dona Marta não merece isso. _Ela é um amor de pessoa!


_Não, então continua a rir com elas e me deixa em paz. Limpei a boca com a mão e não me virei. Meus olhos ferviam.


_Por que você está desse jeito comigo, te fiz algo? Só vim te dizer que você está muito lindo, sabia?


_Você também está muito lindo... Lindo mesmo. Vire-me, mas permaneci de cabeça baixa.


_Sabia que naquela hora em que te vi vendendo o desenho, minhas mãos começaram a suar... Me deu uma vontade imensa de te dar um beijo ali mesmo.


Ele chegou bem perto de mim, corpo com corpo, boca com boca, eu sentia seu ar entrando e saindo aos poucos. Quando eu havia fechado os olhos ele recuou um passo e me fitou com seriedade. Toda a serenidade e paz que ele me trazia ele retirava em um instante, já escaldante de raiva o empurrei contra o labirinto cuspindo ira:


_Por que você está fazendo isso comigo, Tenho cara de idiota?!


_Foi você quem quis assim, não foi?  Permaneceu ele instável e sério.


_Por que você fica puxando o saco daquela garota... Ela nem desenha tanto assim. Ela é uma mentira!


_Você está com ciúmes?  Ele sorriu, por apenas um milésimo de segundo, mas eu consegui perceber.


_Não Nã-não... É claro que não!  Gaguejei mas tentei me manter.


_Eu vou parar com esse “teatrinho” só quando você me der o que eu quero.


Sem eu esperar ele me puxa pelo ombro jogando-me sobre o alambrado que chacoalhou, me beijando com muito tesão. Cada beijo seu parecia perfeito, diferente, novo... Não tinha como eu conseguir me conter a todo ele, ainda mais hoje que estava maravilhosamente cheiroso e lindo demais. Eu ainda estava com raiva dele então comecei a tentar negar seus beijos sufocantes, ele pelo contrário persistia me querendo ainda mais. Furioso juntei minha raiva contida dando um ecoante grito de negação. Yuri se afastou ainda querendo mais de mim, não mais que de repente a mureta que nos escondia cai com vários quadros causando um estardalhaço e atraindo os olhares dos curiosos para nós. Que vergonha! Não fizemos absolutamente nada e o mural despenca do nada. O professor envergonhado levanta a parede esperando os murmurinhos cessarem então diz:


_Ikaro... Eu gosto muito de você. Você é um garoto diferente e muito maduro. Mas eu sinto que algo te incomoda... Se eu puder te darei o que você precisar. Conte sempre comigo!


Nos beijamos.


_O que te aflige?


_...  Permaneci mudo.


_Você tem algum problema que queira me dizer e não pode?  Persistiu.


_Eu estava pensando em sair do curso depois dessa exposição, tem um problema aqui que me incomoda muito. Eu gosto muito desse curso... Eu não quero sair dele!                      Sem querer meus olhos aguaram.


_Pois não saia! Me conte Ikaro, só assim poderei te ajudar!


_Eu não posso... Só sei que se você me ajudar nesses dois problemas... Eu serei eternamente grato.


Ele me enxugou uma lágrima que tentava descer.


_Mas que tipo de problemas te deixa assim tão nervoso?


_Você terá que descobrir por si só. Mas um desses problemas se encontra aqui.


_É comigo?


_Não... Não mesmo.


_Está bem, então vou prestar mais atenção nisso, pode deixar.


Finalmente um dia divertido aconteceu como não havia me ocorrido há meses. Queria poder aproveitar mais daquela tarde que me foi tão boa. Mas a exposição chegou ao seu fim. Fui sorridente sobre a rua andando sobre o meio fio, consegui vender dezoito dos trinta desenhos em meu mural. Consegui uma grana boa e ainda um beijo que nunca mais vou esquecer.


Pus uma lasanha semi-pronta no micro-ondas e liguei o som bem alto com meu cd de MPB favorito e cantava passeando pela cozinha:


 


Entre por essa porta agora       


e diga que me adora                                                                                                                         


você tem meia hora                                                                                                                            pra mudar a minha vida.


Vem vambora                                                                                                                                 


 que o que você demora                                                                                                                          é o que o tempo leeeeeeeeva.




Ainda tem o seu perfume pela sala                                                                                                      ainda tem você na sala                                                                                                                       por que meu coração dispara                 


quando tem o seu cheiro                                                                                                           


dentro de um livro                            


dentro da noite veloz...   


Adriana Calcanhotto - Vambora  


    Ansiosamente aguardo mais outra segunda feira. Dessa vez fui meia hora mais cedo para falar com Yuri que já estava em sua sala arrumando os papeis:


_Me desculpe pelo dia da exposição, eu não queria fazer aquilo. Eu pensei bem esse fim de semana inteiro.


_Sobre nós? Seus olhos brilharam.


_Também.


_Você vai ficar comigo?


_É melhor não.


_Por quê?


_Até quando ficaremos assim, escondidos pelos cantos? Isso é ridículo me sinto como um criminoso!


_Não podemos dar muita bandeira aqui, senão perco meu emprego... É isso que você quer?


_Exatamente por isso, não podemos ter nada. O máximo que posso ser de você é ser seu aluno. Não tem outro jeito.


_Mas se não tentarmos, nós nunca saberemos se dará certo! _Já sei o que você tem. Está tentando mentir pra você mesmo, mas já não consegue mais.


_Mentir... Sobre o que?


_Que você gosta de mim! _E por esse motivo você fica inventando métodos para não enxergar o que possivelmente possa acontecer!


Engoli á seco. Não tive respostas a dar para ele, dessa vez ele estava certo e parecia que lia minha mente pelos nossos olhos fixos. Nesse momento Linda entrou ao ouvir a discussão ela parou na porta aberta:


_Professor? Posso entrar?


Tinha que ser, a “garotinha perfeita”. Logo agora!


_Professor Yuri... É que... eu vim um pouco mais cedo por que minha mãe adorou ter te conhecido, então ela me mandou entregar esse presente. Ainda parada na porta ela estendia a caixinha com receio de ter atrapalhado alguma coisa.                                                                                                                            


   Fechei logo a cara quando ela surgiu do nada. Já Yuri ficou branco de desespero de que talvez ela possa ter escutado algo. Ele tentava rir, mas não conseguia só fitava Linda com uma cara muito estranha. Linda então perguntou:


_Está tudo bem com você professor?


_Ahh... É... Tu-tudo ótimo. Fala com a sua mãe que é recíproco, eu adorei conhecê-la.


_É uma caneta. Eu ajudei a escolher quando fomos fazer compras no shopping.


_AHH... Não precisava! Ela é linda mesmo, muito obrigado! Ele sorriu para tentar esconder a tensão em seu aspecto.


_Linda, estava falando aqui com o Ikaro que hoje será uma aula em dupla, juntaremos as carteiras e a dupla fará um desenho em conjunto... Que acha?


Eu arregalei os olhos em sua direção.


_Por que você e o Ikaro não juntam e formam uma? Nunca vi vocês dois juntos conversando.


Eu fuzilava Yuri com os olhos de um modo que Linda não percebesse.


_Por mim ta tudo bem. E você Ikaro?  Perguntou Linda com receio.


_Po-por mim... Também, sem problemas, He, He...


   A aula começou, e para a minha surpresa foi muito divertida por sinal. Linda me fez rir várias vezes, e mostrou ser uma pessoa carinhosa, sensível, e muito legal... Tipo eu. Gostei muito de ter feito par com ela, em conseqüência a isso fizemos um desenho sensacional em uma folha A3 coberto de detalhes. Uma conexão. Conversávamos sobre vários assuntos intercalados.


Quatro aulas bastaram para nós dois sermos um casal inseparável, já éramos íntimos e conectados de uma forma inexplicável, Yuri adorou saber que depois de tanto tempo dentro de aula finalmente consegui uma amizade sincera. Ela logo me passou seu numero de celular, com isso conversamos todas as noitinhas, sempre que algo lhe incomodava ou fazia, ela me desabafava... Ahh como ela fala.


Infelizmente eu nunca lhe disse a verdade sobre mim, minha vida, sobre minha sexualidade, sobre o lance com Yuri por quem ela é totalmente perdida de amores. Eu não mentia para ela, em momento algum... Eu simplesmente ‘omitia’. 


Certa noite eu esperava sua ligação pontual ás oito da noite na cama... Mas deu oito e meia e nada de ligação. Acabei ligando para ela para saber se ela está bem. Por precaução.


Primeira, segunda, terceira, e quarta chamada e nada dela me responder. Liguei mais quatro vezes e apenas chamava direcionando para a caixa postal. Liguei para sua casa, só chamava e ninguém me atendia.


Agora sim me preocupei.


 Será que ela estava me evitando? Não conseguia parar de pensar nela, pequei um casaco pra evitar o frio e fui até sua casa.



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Autor(a): Wallace Lopes

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