Fanfic: Valentine`s Day - AyA | Tema: RBD

Estava frio, e minhas cobertas me convidavam a ficar ali pra sempre. Talvez seja por isso que deixei o despertador tocar inúmeras vezes.

Anahí: Despertador estúpido! – Grunhi em meio a um bocejo. 

Quando eu abri os olhos, levantei num pulo da cama. Aqueles ponteiros marcavam ameaçadoramente 7 horas. Não ia dar tempo, eu tinha que chegar até a revista, escrever a pauta daquela entrevista e entregá-la para o encarregado de entrevistá-lo, tudo antes das 8:30. Isso porque o bendito chegaria à revista às 9. E então eu teria que acompanhar a entrevista e depois editar aquelas respostas para que elas estivessem razoáveis e minimamente convincentes ainda na edição de domingo, que deveria estar às 3 horas nas bancas. Não, não ia dar tempo.

Saí praticamente correndo pelo quarto, parecia uma barata tonta, alcancei uma camisa branca e minha famosa saia lápis grafite, enfiei a roupa (e quando digo ‘enfiei’ quero dizer que enfiei mesmo, não vesti, simplesmente obriguei meu corpo a entrar naquelas peças num tempo recorde que quase ultrapassava a velocidade da luz). Escovei os dentes, dei um jeito no cabelo desgrenhado, (dar um jeito = prendê-lo num coque desajeitado), e sai sem nem ao menos tomar café, ou comer aquele delicioso e convidativo pão de queijo frio do dia anterior.

Minha cabeça girava, porque, sinceramente, eu não sabia fazer as coisas com pressa. Apertei o botão chamando o elevador e rezando para que não demorasse. E de fato, não demorou. Vejam só, um pouco de sorte. 
Encostei na parede daquele pequeno cubículo (okay, nem tão pequeno assim), quando me deparei com a imagem deprimente no espelho. Deus, eu estava num estado deplorável, e não só isso, estava com a camisa do avesso. Oh alegria! Olhei para o painel e ainda estava no 16º andar, observei a porta por alguns segundos e então eu decidi.

Tiraria a camisa, a colocaria direito e estaria pronta antes que o elevador chegasse ao térreo. Okay, havia aquela câmera pequena e inconveniente, mas acho que ninguém estava perdendo o tempo monitorando o que acontecia no elevador, certo? Certo ou errado, não importava, eu precisava me recompor. Então eu comecei a minha saga. Desabotoei todos os botões, que diga-se de passagem alguns ocupavam as casas erradas, e com uma habilidade fora do comum eu desvirei aquela peça. Já começava a fechar aqueles botões quando o elevador ameaçou parar. 

Anahí: Não pára! Não pára! – Implorei em pânico, com os olhos fixos no painel que marcava o 12º andar.

E então o meu pânico cresceu consideravelmente quando aquele cara, pausa para um grande suspiro, entrou no elevador. Ele tinha os cabelos escuros, era alto, forte, não que eu pudesse ver muita coisa, já que estava com um espesso casaco preto, o que me fez lembrar que eu não havia pegado o meu casaco e que provavelmente morreria congelada, mas enfim, voltando ao homem, ele tinha o maxilar bem definido, a barba bem feita, e os olhos tão intensos que eu podia me perder ali, fiquei um tempo paralisada fitando a iris verde, quando notei exatamente para onde elas estavam olhando. Imediatamente senti minhas bochechas ficarem vermelhas, exatamente da cor do meu sutiã, objeto da atenção daqueles olhos. Safado! Tá legal que não é algo muito comum encontrar uma mulher seminua no elevador, mas ele podia ser um pouco mais educado e manter-se olhando para os meus olhos, ou para a minha cara de espanto e não fixar-se tanto nos meus seios. E então eu me pus a fechar àquela camisa o mais rápido que conseguia. 

Alfonso: Bom dia. – Disse, com um sorrisinho nos lábios. E eu pensei seriamente em não responder.

Anahí: B-bom dia. – Gaguejei ainda consumida pelo pânico.

Alfonso: Mau dia hoje? – Deus, o que ele quis dizer com aquilo? Já não bastasse ter me visto naquela situação, ele ainda tomava a liberdade de fazer uma brincadeirinha sem graça? Se não fosse tão lindo, juro que o mataria. Senti meu rosto queimar, e o máximo que eu pude responder foi um risinho sem graça e nervoso, rezando para que o elevador chegasse logo. Os segundos seguintes pareceram se arrastar. Olhava para o chão, minhas pernas inquietas batiam contra o assoalho. E enfim a porta abriu. Saí praticamente correndo, claro, não apenas pela situação minimamente constrangedora que acabara de passar, mas também pelo meu considerável atraso.