Fanfic: Valentine`s Day - AyA | Tema: RBD

Caminhei discretamente até o estoque. Aquela salinha abafada e escura, onde revistas antigas e coisas que já não usávamos ficavam guardadas em caixas pelo simples prazer de sabermos que caso algum dia precisássemos delas, elas estariam lá. Mas não foi por causa das revistas que eu me tranquei naquele lugar. Mas por causa dos maravilhosos plásticos.
Aqueles que conseguiriam fazer meus sinais vitais voltarem, que conseguiriam me manter aquecida e livre da morte. Felizmente encontrei vários plásticos, e infelizmente eles não eram simples plásticos, mas sim plásticos bolha. Fazer o que? Eu precisava daquilo.

Roupa tirada, eu me enrolei naquele pedaço de polietileno, voltando, finalmente, a sentir minhas pernas. Óbvio que não sairia de lá como uma boneca de porcelana envolta num plástico para que não quebrasse. Logo, vesti o casaco e pronto. Estava aquecida e pronta para a reunião.

Entrei mantendo a pose, feito um pavão naquela sala. E quando ocupei meu lugar na cadeira, dei-me conta da grande burrada que eu havia feito. Aquelas malditas bolhas começaram a estourar. Tentei me mexer o mínimo possível, tossindo para abafar o barulho cada vez que alguma bolha estourava.

Pelo menos, estávamos entre conhecidos ali. Vejam bem, estávamos. Porque eis que por aquela porta entra o meu chefe acompanhado de um desconhecido e dele.

Faltei pular da cadeira, mas óbvio, não podia fazer isso senão mais bolhas iriam estourar, como fogos de artifícios por ele estar ali. Então eu respirei fundo, tentando não entrar em pânico, tentando fingir que eu era algum tipo de pessoa normal.

Carlos: Quero lhes apresentar Alfonso e Christopher. Alfonso está na cidade a pouco tempo. Christopher chegou hoje pela manhã. Serão nossos novos redatores, Christopher de esportes, Alfonso de política.

Minha boca se manteve aberta o tempo todo, meus olhos fixos em algum lugar dos olhos do tal Alfonso, enquanto a minha cabeça se perdia em algum mundo paralelo.
Sabia que a impressão que ele tinha de mim não era das melhores, para não dizer das piores, e se não bastasse trabalharíamos na mesma revista. Aquilo era demais para a minha pobre cabeça.

E então ele se sentou ao meu lado, e eu pedi aos céus para que um buraco se abrisse no chão para que eu pudesse me enterrar e não sair mais de lá.

Alfonso: Coincidência, não? – Comentou olhando-me de esgueio. – Bonito casaco. – Emendou. Aquele senso de humor dele não combinava com o meu estado de desespero. Não mesmo.

Anahí: Pelo menos agora terei a oportunidade de devolvê-lo.

Alfonso: Poderíamos marcar algum jantar e então você me devolve. – Disse num tom no mínimo muito sedutor.

Anahí: Ah, não podemos não. Meu namorado não iria gostar da ideia. – Não me perguntem porque eu disse aquilo, céus, não havia namorado algum. Eu realmente não sei agir sob pressão.

Alfonso: Ah sim, seu namorado. Claro. – Disse desgostoso. Soltei um risinho sem graça e passei o resto da reunião fazendo anotações inúteis na minha agenda, para não ter que olhá-lo.

Três e meia, finalmente poderia ir embora. Levantei-me da cadeira estourando mais algumas bolhas, o que resultou em alguns olhares curiosos de Alfonso para mim. Mas pouco importava, a única coisa que eu queria agora era ir para casa.

Uma hora depois eu estava no meu querido apartamento. Lar-doce-lar.
Saía do banho quando ouvi o telefone tocando incessantemente.

Anahí: Alô? – Atendi, naquele tom preguiçoso.

Maite: Já está pronta?

Anahí: Pronta pra que?

Maite: Para o seu encontro!

Anahí: Eu já disse que não vou, Mai. Desista!

Maite: Se você não for, juro, escute bem, eu juro que vou dar um fim naquela sua almofada cor-de-rosa!

Anahí: Vou mantê-la a salvo de você! – Ela não teria coragem de tocar na minha almofada. Ou teria?

Maite: Olhe para a sua cama. – Deus, ela não estava lá.

Anahí: O que você fez com ela?

Maite: Por enquanto nada, mas farei se você não for nesse encontro.

Anahí: Eu vou matar você! – Gritei. Odiava esses métodos persuasivos de Maite.

Maite: Pode me matar, mas antes, você vai ao encontro.

E eu fui. Não por que queria, mas para esfregar na cara de Maite que encontros não davam certo, e claro, para recuperar a minha doce companheira cor-de-rosa.