Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Ela disse que ama a todos. - ele disse olhando para o meu pai, esperando que aquilo respondesse.

- Porque está fazendo isso conosco? Não vê o desespero que está deixando minha mulher! - meu pai disse bravo achando tudo aquilo maluquice, se aproximou do Christopher e eu soube que qualquer simpatia por ele havia acabado naquele instante.

- Saia daqui! - meu pai mandou o Christopher embora e ele abaixou a cabeça para sair.

- Por favor, seu Fernando, não o mande embora, só ele pode trazê-la de volta, ele sente a alma dela aqui!

- Maite, agora não é hora para isso!!

O Christopher ficou quieto, talvez concordando com ele, as pessoas ficam desesperadas quando estão perdendo um ente querido e as coisas pioram quando alguém diz que a alma está pairando entre eles enquanto seu corpo morre.

Quis muito que todos acreditassem na Maite e que eu meu pai não destratasse o Christopher, então fiquei pensando em como explicaria uma coisa tão doida como está, me lembrei de um apelido carinhoso pelo qual meu pai me chamava, comecei a escrever no braço do Christopher para que ele dissesse a meu pai, MINHA URSINHA.

O Christopher franziu a testa tentando entender o que eu havia escrito e eu continuei a escrever até que ele entendesse, ainda com a testa franzida ele olhou para todos sabendo que não conseguiria explicar balançou a cabeça como se desistisse tentando sair dali.

- O que ela está dizendo? - a Maite perguntou sem deixá-lo ir, mas o Christopher parecia decidido a não falar.

- Pára com isso Maite! - meu pai continuava a brigar com ela e o Christopher deu mais um passo para sair dali.

- Apenas diga e pode ir se quiser...

- Minha ursinha... - ele falou olhando para trás vendo que meu pai se assustou começando a chorar desesperadamente indo abraçar minha mãe que também ficou inconsolável, Claudia olhou para o Christopher que também parecia assustado por deixá-los naquele estado e explicou.

- Esse é o apelido que meu pai deu a Dulce, porque ela é tão branquinha como uma ursinha polar. A Claudia tentou explicar ao Christopher, meu pai soltou minha mãe e foi até onde o Christopher estava.

- Desculpe rapaz, não quis ofende-lo ou destratá-lo, mas minha filha está morrendo e estou desesperado.

- Me desculpe o senhor por eu estar aqui me intrometendo. - o Christopher disse virando para sair dali.

- Não tem qualquer responsabilidade... mas se puder pedir para que ela não morra, ficarei eternamente grato.

- Ela pode ouvi-lo...

Era muita tristeza em um só lugar e eu olhei para o Christopher que parecia estar carregando o mundo nas costas, ninguém pode ser responsável pelo que estava acontecendo eu pensava olhando para cada um deles ali na minha frente.

Então suspirei e voltei a deslizar meu dedo no braço do Christopher escrevendo TUDO BEM e LIBERADO diversas vezes, mas eu percebi que ele sabia o que eu havia escrito, mas não queria dizer, então o abracei e sussurrei em seu ouvido.

- Diga! - eu pedi, ele olhou para todos que pareciam esperar ansiosos.

- Ela disse que está tudo bem....

- Diga! - eu voltei a pedi para que ele continuasse.

- ...Disse que eu estou liberado... - ele falou passando no rosto nervoso, dando alguns passos ficando de costas para que ninguém visse sua angustia, deu alguns passos para sair pelo corredor, mas parou quando a Maite o chamou.

- Christopher, vai mesmo deixá-la a Dul partir!

Christopher, estava de costas para todos, apenas ergueu a cabeça olhando para o teto respirava fundo como se estivesse tentando organizar seus pensamentos, todos estavam parados esperando alguma reação dele.

- Vai deixar que a morte a leve? - a Maite gritou fazendo ele virar.

- Não! - ele gritou olhando em volta como se me procurasse. - Você ouviu ruivinha, eu não te libero, ninguém vai morrer hoje! Não pode me deixar!

- Meu nome é Dulce! – falei brava, ficando na frente dele. - Será que não consegue me chamar pelo nome nem quando eu estou morrendo! - em seguida ele sorriu lindamente, fechando os olhos e passando as mãos nos braços arrepiados como se tivesse me ouvido dizer isso.

- Aposto que está irritada agora, por eu tê-la chamado de ruivinha... - ele disse abrindo os olhos saindo em direção a porta de vai e vem e eu fui atrás.

Quando entramos, o Dr. Dionísio estava no corredor conversando com o pai do Christopher.

- O que aconteceu com ela, doutor? Saiu para fazer um exame e agora está entre a vida e a morte?

- Eu lamento, o rompimento no cérebro foi controlado, mas sem explicação ela não estabiliza! Fizemos tudo que podíamos e mesmo assim ela só tem piorado, infelizmente, está muito mal, se continuar assim, talvez não passe da próxima hora.

- Ela está ali naquela sala filho... Se quiser ir vê-la.

- Está aqui à 4h, não fez nada para salvar a vida dela pai?

- Fiz tudo que eu podia, filho!