Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Não sou eu que faço as regras... Apenas as sigo... Eu só aproveito as oportunidades e a minha está no terceiro incêndio, por isso venho buscá-lo! - ele disse erguendo os braços de maneira despreocupada. - Olha, vamos acabar logo com isso, eu tenho outras pessoas para infernizar. - ele disse sorrindo e eu me assustei com o que estava acontecendo e comecei a pensar em Deus.

- Não vai adiantar pedir ajuda a ele agora, se eu estou aqui é com o consentimento dele pode ter certeza, livre arbítrio você só aceita o acordo se quiser. - ele disse zombando de mim.

- Então você veio para ficar soprando coisas negativas em meu ouvido, como a Maite disse?

- Soprar no seu ouvido? - ele disse fazendo cara de impaciente. - Você é uma sonsa mesmo, será que não está me vendo aqui na sua frente garota!

- Ei, não fala assim comigo! Será que nem na hora da morrer eu consigo ter paz? Mas que droga! – falei gritando irritada e vi o homem elegante ampliar seu sorriso.

- Está com raiva, que ótimo! - ele disse parecendo feliz e eu me dei conta que transformei em palavras os sentimentos negativos que pairavam no ar.

- Esqueça o que eu disse!

- Lamento, mas quando as palavras saem da boca elas ficam ETERNIZADAS. - ele disse ainda sorrindo. - Se eu fosse você faria o acordo, só assim pode ter certeza que não virei buscá-lo. - ele disse sério, sentando na beira da cama deslizando seus dedos sobre o esparadrapo na minha testa.

- Porque um de nós precisa morrer?

- Já deveriam estar mortos... Mas acho que dessa maneira também serve. - ele disse olhando as unhas para se certificar que elas estavam bem feitas.

- Deveríamos? - parei para perguntar e ele ergueu os olhos para responder.

- Sim, há cinco semanas e dois dias, sete horas e... - ele disse esticando o braço para conferir em seu relógio de pulso. - Trinta e sete minutos e quarenta e quatro segundos. Ele finalizou sorrindo para mim.

- Você está tentando me assustar?

- Não. - ele disse continuando a me olhar, como eu fiquei muda ele se levantou e eu dei um passo para trás.

- Calma! Só me levantei queridinha, infelizmente não posso fazer nada com você.

- Não pode?

- Não! Sua alma precisa estar em seu corpo para que eu possa atormentá-la... Mas com ele eu posso e isso vai atingir você. - ele disse se aproximando do Christopher.

Olhou para mim e sorriu de maneira sinistra e começou a falar.

- Deve estar com dor... - ele dizia baixo para o Christopher quase como um sussurro em seu ouvido.

O Christopher se mexeu desconfortável e o homem elegante ergueu a sobrancelha satisfeito antes de continuar.

- Pense, você não acha que deveria estar repousando, teve um dia muito agitado para quem levou um tiro no peito, talvez esteja sentindo dor por estar a tanto tempo em pé se movimentando desse jeito. - o homem continuava a sussurrar para o Christopher que colocou a mão sobre o ferimento e fez uma careta como se realmente estivesse com dor.

- Porque está fazendo isso? - perguntei me aproximando, colocando minha mão sobre a do Christopher no ferimento vendo ele fechar os olhos como se estivesse aliviado.

- Eu não fiz nada, só estou sugerindo, quem está fazendo acontecer é ele que aceitou minha sugestão e permitiu que a dor aparecesse quando ela nem existia, mas vamos lá, foi divertido...

- Isso é divertido? Ver as pessoas sofrendo é divertido?