Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Para mim é... Vocês são tão fáceis, tão manipuláveis basta apenas um sussurro e vocês acreditam e começam a dizer não posso, não consigo, não tem jeito, não vale à pena tentar, é impossível... Simplesmente desistem mesmo antes de começar... Isso é tão legal! - ele disse dando um soco no ar mostrando o quanto isso o deixava animado.

- Então sua função é ficar soprando coisas negativas no ouvido das pessoas?

- Não, mas já fiz muito isso... Vamos dizer que eu fui promovido.

- Existem outros que fazem isso?

- SIM! - ele disse pulando num gesto radiante. - Muitos, muitos, o tempo todo e com todos... O que foi? Como acha que as pessoas desistem antes de nem começar, ou porque acha que elas têm dúvidas sobre sua capacidade... e porque elas deixam de demonstrar seus sentimentos... - ele ia falado parecendo se divertir com o meu jeito apavorado.

- Sabia que algumas pessoas têm problemas em demonstrar seus sentimentos?

- Acreditar nisso facilita muito meu trabalho. – arregalei os olhos. - Mas que cara é essa? O que esperava? Quer que eu explique mais uma vez? - ele disse voltando a sentar na ponta da cama, mexendo em alguns cachos dos meus cabelos ruivos.

- As maiores armas das pessoas são seus sentimentos verdadeiros, mas com o tempo elas simplesmente deixam de usar essas armas. Entende? - ele disse dando uma olhadinha em minha direção, como eu não disse nada ele continuou.

- Por exemplo, com a família, os pais, irmãos e amigos... - ele começou a dizer e eu continuei.

- O amor incondicional. – falei e ele fez uma careta descontente.

- Esse mesmo, quando esse sentimento ai aparece, nós sopramos incansavelmente no ouvido das pessoas que seus pais, irmãos e amigos já sabem o que sentem por eles, vocês são tão manipuláveis que acreditam e depois de um tempo se esquecem de dizer e de demonstrar isso a eles... Ele me olhou em seguida com ar triunfante continuando a falar. - A propósito há quanto tempo não abraça seu pai e lhe diz que o... aquela palavra... você sabe... - ele disse gesticulando andando no quarto chegando mais perto de mim me fazendo virar na direção dele.

- Ama... - terminei a frase, olhando para ele.

- Isso mesmo! E para sua irmã? E para seus amigos e conhecidos?

- Eu não posso abraçá-los todos os dias, mas ligo para os meus pais quase que diariamente para dizer que os amo e que sinto falta deles, sempre que tenho folga passo na casa da minha irmã para conversarmos sobre bobagens e faço o mesmo com meus amigos, sou sincera quando os abraço e verdadeira quando digo que senti saudade deles. – falei sendo sincera eu realmente me importo em demonstrar um carinho verdadeiro aqueles que me cercam, acho que isso é valioso, já que existe tantas coisas ruins acontecendo no mundo esses pequenos detalhes são fundamentais para as pessoas.

- Você é uma terrível exceção, mas e quanto às outras pessoas, inclusive aquelas que vivem sobre o mesmo teto, quantas delas você acha que usam essa palavra com aqueles por quem nutrem esse sentimento... - ele disse tentando explicar que as pessoas vivem juntas e se amam, mas com o tempo se esquecem de expressar seus sentimentos como se esquecessem o quando é maravilhoso sentir um abraço e um beijo verdadeiro e uma palavra de carinho, apenas por eles existirem e estarem ali, em seguida ele apontou para o Christopher.

- O que tem ele?

- Não é bom em lidar com seus sentimentos, graças a nós, claro! - ele disse querendo ficar com todo o mérito por isso. 

Olhei para o Christopher me lembrando que a pouco ele havia falado que se arrepende diariamente por não ter dito a mãe o quanto a amava e o quanto ficava assustado e com medo por perceber o que sente por mim.

- Exato! - ele disse como se tivesse ouvido meus pensamentos. - E isso vira uma bola de neve...

- Bola de neve?