Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Por favor!

- Uma semana... talvez menos... - ele respondeu impaciente como se não entendesse nada do que eu dizia. - Deixa eu ver se entendi, essa marca... seu pulso queima quando eu chego perto de você?

- Está trabalhando?

- Sim. - agora ele estava mesmo sem paciência. – Pode responder qualquer uma das minhas perguntas?

- Quantos incêndios enfrentou?

- Cinco, seis, não sei? Agora responde um das minhas!

- Quantos de porte médio Christopher?

- Porque quer saber isso? - ele perguntou pegando minha mão sem que eu pudesse evitar e nesse momento a queimadura ficou mais vermelha e a dor aumentou.

- Solta! – gritei puxando a mão descendo assustada do outro lado da cama para ficar bem afastada dele.

- Era uma cicatriz, mas eu encosto em você e isso queima sua pele... Onde conseguiu está marca? – ele parecia aterrorizado, provavelmente imaginando o que aconteceu em minha ultima experiência quase morte.

- Quantos incêndios relativamente grandes você enfrentou desde que voltou a trabalhar?

- Dois. - ele respondeu alto sem pensar.

- Falta um... – falei baixinho com o olhar perdido em meus pensamentos. 

Nesse momento entraram à enfermeira e o Dr. Dionísio, ele se aproximou e me viu em pé do outro lado da cama com cara de assustada, olhou para o Christopher que parecia preocupado com o meu comportamento esquisito.

- Dulce! - O dr. Dionísio me chamou e eu olhei na direção dele. - Parece que está com um machucado, posso ver seu pulso? - ele disse esticando a mão com cuidado e eu entreguei meu braço a ele que examinou a queimadura por alguns instantes e em seguida deu algumas orientações para enfermeira.

- Pode voltar a se deitar? Isso Dulce, deixe-me examiná-la... Está com dor em mais algum lugar?

- Apenas no pulso doutor...

- Lembra-se de alguma coisa que aconteceu?

- Provavelmente mais do que eu gostaria de lembrar...

- Ouve algum ruído?

- Ruído? - repeti sem entender do que exatamente ele falava.

- Ouve mais algum som além da minha voz.

- Não doutor, não ouço mais nada... – graças a Deus, nenhum pensamento.

- Porque está aqui? - perguntei olhando para o Christopher e todos dentro do quarto nós olharam, a enfermeira foi terminando de fazer um curativo e aplicou medicamento no meu soro.

- Dulce, agora a deixaremos descansar, se precisar me chame... É uma dádiva olhar para você, está acordada menina!

- Obrigada! – falei vendo o Dr. Dionísio e a enfermeira saírem.

- Qual é a história maluca que envolve essa cicatriz esquisita que vira uma queimadura horrível quando eu encosto em você? - o Christopher foi falando e num minuto de distração ele pegou minha mão sem que eu conseguisse evitar.

Não consegui responder, simplesmente não sabia o que dizer.

Ele olhou para o curativo e pareceu se compadecer, carinhosamente deu alguns beijos sobre o curativo, eu apertei os olhos reprimindo meus sentimentos e a queimação não veio. Sorri e relaxei um pouco, ele subiu beijando meu braço até perto do meu pescoço enquanto ainda fazia carinho na minha mão, devagar comecei a me entregar aqueles carinhos deliciosos, mas alguns segundos depois a queimação retornou e eu entendi.