Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Nunca leu nada a respeito? Sei lá, livros de auto ajuda, desenvolvimento pessoal, auto conhecimento, religião ou qualquer coisa que diga isso? Precisa manter a mente sã, para que seu corpo reaja, no desespero que se encontra seu organismo vai entrar em choque e seu cérebro vai padecer.

- Você está tentando achar uma explicação racional para o que está acontecendo aqui? - perguntei incrédula.

- Não ruivinha!

- Dulce! - gritei! - é tão difícil assim, guardar meu nome?

- Ok, Dulce! Calma, fique calma, o que sei é que quando chego para socorrer alguém, preciso que ela se mantenha calma e fique tranqüila para que eu possa fazer meu trabalho, quando isso não acontecesse o socorro é mais demorado e o risco de fatalidade aumenta, não sei explicar o que está acontecendo, mas pense comigo, assustada como está só vai dificultar as coisas, é insano eu sei, mas precisa pensar em viver!

- Viver? - repeti sem entender direito o que deveria fazer.

- Isso... pense pelo que gostaria de viver... Feche os olhos e mantenha seu pensamento em coisas boas que a faria desejar viver.

Continuei com os olhos arregalados olhando para ele que sorria tranquilo.

- Feche os olhos... ou pelo menos me olhe de maneira menos assustadora. – ele riu sozinho da própria piada.

Suspirei derrotada e fechei os olhos como ele disse, senti quando ele segurou meus braços e eu segurei os dele, tentei me concentrar em algo que me fizesse querer viver, mas não conseguir.

- Não consigo me concentrar... – o desespero reapareceu, tentei me soltar de seus braços, mas ele me segurou ainda mais firme.

- Não! Concentre-se, você consegue! O que te faz querer viver? – pude ouvi-lo dizer e repetir isso algumas vezes. - feche os olhos, respire devagar e me diga o que te faz querer viver ruivinha...

- Dulce! – retruquei sem abrir os olhos, mas tenho certeza que ele sorriu ao me ouvir.

- Não consigo, eu só tenho a sensação que vou mor...

- Não diga! - ele falou mais alto. - não diga essa palavra, tente ficar calma, mas não diga isso, ok. Ele continuava tentando me acalmar.

Comecei a choramingar porque sabia que ia morrer, mas eu não quis aceitar, no desespero o empurrei com toda força que consegui.

- Onde está? – fui me afastando, olhando em volta no corredor.

- Onde está o quê?

- A luz, deve haver alguma luz, alguma coisa para que a gente possa ir, não pode simplesmente acabar assim! – continuei andando pelo corredor procurando uma luz que me desse sinal que eu deveria seguir.

- Não tem luz aqui! – ouvi sua voz bem atrás de mim.

- Têm que haver, alguma luz em algum lugar, é assim que acontece, você não é religioso? - perguntei virando para olhá-lo, mas ele não respondeu, apenas sorriu achando engraçado o que eu fazia.

- Qual o seu problema? - perguntei brava com aquele sorriso lindo idiota estampado no rosto dele. - não entendeu a gravidade da situação? Só eu estou ficando louca aqui? Você é um anjo e sabe o que vai acontecer, por isso, está tão tranqüilo...

- Qual resposta quer primeiro? – foi sua pergunta quando se encostou na parede, cruzando os braços confortavelmente depois sorriu para mim, me deixando possessa de raiva.

- Sinceramente não posso acreditar! Tanta gente para estar ao meu lado no momento da morte, Deus me manda esse idiota! É lindo, não posso reclamar, mas completamente idiota! – fui falando alto completamente irritada com ele, abaixei a cabeça e afundei os dedos no cabelo pensando no que fazer.