Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Foi por essa paixão que eu acordei naquele dia e fui trabalhar mesmo estando de folga e foi por esse sentimento que para mim é completamente novo que eu levei um tiro no peito tentando proteger você.

Meu pulso agora queimava muito, minha alma e meus sentimentos por ele estavam mesmo tomando conta de mim e eu nem tinha encostado nele ainda, isso deixava claro que o acordo continuava e eu não tinha qualquer controle sobre meus sentimentos quando estava perto dele.

- Tudo bem, não é suficiente... Era como eu imaginava estou nas mãos de uma garota que não quer nada comigo. - ele disse olhando em direção a sala parecendo inconformado.

Sem pensar olhei para o meu pulso e vi que a cicatriz antes vermelha, agora era uma terrível queimadura e a dor era insuportável. Tentei disfarçar quando o vi procurando meu pulso, mas antes que pudesse ele colocar o braço para trás ele agarrou minha mão.

- Esse é o problema? - ele parecia pensar enquanto examinava aquela queimadura horrível. Foi como se um relâmpago tivesse iluminado seus pensamentos e agora ele estivesse montando o quebra-cabeça.

- O acordo... Aquela coisa queria fazer um acordo com você! – ele olhou novamente para a queimadura. – Ele marcou você... marcou você por minha causa... para me proteger... proteger a minha vida! – seus olhos buscaram os meus. - Fez um acordo no mundo dos mortos para proteger minha vida!!! - ele disse mais alto e agora bravo comigo. - Entende o que fez, Dulce?

- Bom tenente... Se ela não entendeu, acho que todos entendemos. - o Alfonso disse alto chamando nossa atenção, quando eu virei me dei conta que havíamos parado na porta da varanda e discutíamos alto na frente de todos sem que nos déssemos conta disso.

- Filha fez um acordo no mundo dos mortos para proteger a vida dele?

Fiquei em silêncio.

- Filha...

- Fiz pai...

- Mas por quê?

- Não posso deixá-lo morrer pai!

- Dulce... isso é amor incondicional...

Conheço meu pai agora ele estava atravessado com o Christopher, certamente iria culpá-lo se mais alguma coisa acontecesse comigo.

- Pai! Todas as vezes que eu agia estranho no hospital e você e a mamãe achavam que eu via algum tipo de fantasma, bem... - eu disse rindo um pouco. - O fantasma era a alma do Christopher que estava em coma. Não sei explicar, mas todas as vezes que estive em coma era ao lado dele que minha alma ficava, nós conversávamos e brigávamos, por isso sabemos tantas coisas um do outro.

- Filha isso é loucura! - meu pai disse deixando claro sua reprovação com essa história maluca de mundo dos mortos e mundo dos vivos.

- Loucura pai, eu gosto dele e ele salvou minha vida inúmeras vezes, eu morri da última vez, fui declarada morta e tudo mais, pergunte a quem quiser! Mas ele não desistiu, ele não aceitou e lutou tanto que me fez voltar a viver! Pergunte aos médicos ou a quem quiser, se me tem aqui hoje é porque o Christopher ficou naquela sala implorando para que eu voltasse!

- É verdade eu estava lá, para quem não me conhece eu sou o enfermeiro Zeca, trabalho no hospital onde eles estavam internados, ela foi operada e não reagiu, algumas horas depois o coração dela parou, ela foi reanimada, mas o médico não conseguiu e a morte dela chegou a ser declarada. Só que o garotão ali, ficou desesperado nos o tiramos da sala diversas vezes a maioria arrastando ele, mas ele continuava a voltar e a chamar por ela, a chacoalhava e dizia que ela não estava morta, foi uma cena de dar pena... - o Zeca disse como se visse tudo novamente. - Mas não final nós estávamos errados, ela voltou para ele. - ele disse sorrindo um pouco, como se ainda não acreditasse nisso e abraçou apertado sua esposa que estava ao lado.