Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

Quis pensar em coisas boas que pudessem encher de luz e paz um momento como este.

- Também vou morrer feliz, fiz as pazes com meu pai, tive a oportunidade de abrir meu coração a você e agradeço por ter sido tão feliz nessas últimas horas.

- Mas que droga! Estão juntos, ouçam meu acordo! - o homem voltou a dizer ali a nossa frente parecendo desesperado. - Daqui a pouco tudo vai mudar!! -ele parecia determinado a nos amedrontar.

- Se quer tanto nos fazer viver, então faça isso sozinho!

- Não sou eu quem decide quem deve morrer ou viver, bombeiro, apenas faço acordos!

- Não faremos qualquer acordo com você! – gritei vendo o quão feio alguém furioso pode ficar.

- Não olhe para ele ruivinha... Apenas olhe para mim.

Sorri vendo seus olhos negros como a noite, lindos que me enfeitiçavam, deslizei meus dedos por entre seus cabelos fiz carinho eu seu rosto, passei minha mão por seu ombro e a repousei sobre a cicatriz em seu peito, seus braços fortes me seguravam com carinho, era como se as coisas fossem ficando mais nítidas e eu conseguisse entender.

- Christopher é isso... – falei começando a sorrir.

- Isso o quê?

- Nada acontece por acaso Christopher...

- Não entendi!

- Ele está aqui dizendo sem parar que não podemos ficar juntos, que não podemos morrer juntos, mas continua insistindo sem para que façamos um acordo...

- Mas que inferno! – o homem gritou ali na nossa frente, me fazendo ter certeza.

- Não chegou nossa hora de morrer, porque nosso destino não é morrermos juntos, cada vez que isso acontece voltamos a vida... como quando levamos tiros ou quando ficamos em coma e como agora... por isso ele quer que façamos o acordo, porque sabe que não morreremos e só conseguirá nos manter separados se fizermos o acordo. Ninguém vai morrer hoje!

- Têm certeza disso?

- Basta olhar para ele! – falei começando a me virar para ver o rosto do homem elegante, mas o Christopher não deixou.

- Não olhe para ele, vai se assustar ruivinha! - o Christopher disse fazendo meu rosto encostar em seu peito.

Eu fui ficando arrepiada sentindo o bafo gelado do demônio bem perto da minha nuca, comecei a tremer de frio, e algumas vezes senti suas unhas arranhando meu braço como se quisesse desesperadamente me arrancar dali. Era o mundo das trevas e a morte bailava de um lado para o outro tentando a todo custo levar um de nós.

- Fique assim e pense em coisas boas ruivinha...

Ouvimos gritos, uivos e muitos sons assustadores de pessoas angustiadas no momento de sua morte, como se cada uma delas estivesse ali a nossa volta, senti muito medo e continuei encostada no Chrsitopher procurando nele a paz que eu precisava para enfrentar essa tormenta.

- Por favor, Deus, nós de uma chance para cumprirmos nossa missão, prometo que quando a cumprir aceitarei com o coração puro seja lá qual for nosso destino... Por favor, por favor, por favor... – como numa prece eu repetia sem parar implorando a Deus que nos tirasse do mundo das trevas e afastasse a morte de nós.

O bafo gelado do demônio se aproximou ainda mais os grunhidos eram intensos até que aos poucos se transformaram em palavras aterrorizantes ditas no meu ouvido.

- Continuarei soprando a dúvida no ouvido dele e pode ter certeza que ficarei empenhado nessa tarefa, nada será fácil para vocês e em todos os incêndios eu entrarei na porta esperando ele entrar e quando a oportunidade chegar eu não deixarei ele sair Dulce.