Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Geralmente os bombeiros são chamados quando a situação extrapola ao comum, somos como um serviço especializado. – eu dei risada dessa colocação. - entramos em lugares sem nem saber direito onde estão as portas e janelas, precisamos estar preparados física e psicologicamente porque enfrentamos situações mais adversas, definitivamente salvamos muitas vidas diariamente, mas nem sempre chegamos a tempo e às vezes eu tenho alguém morrendo em meus braços. – ele disse me olhando como se eu mesma tivesse morrido nos braços dele.

- Lamento...

- Isso não é nada agradável pode ter certeza... – ele parecia tão triste e respirou fundo para poder continuar. - mas a vocação para o trabalho é fundamental, alegria e comprometimento faz todo diferencial, não existe natal ou feriado, na verdade nessas épocas trabalhamos mais, e a gloria por me arriscar por pessoas que não conheço está no reconhecimento da população... é bom ser herói! – seu sorriso denunciava que ele disse isso para deixar a conversa mais leve e eu sorri por ele ter sido sensível.

- Christopher, eu não sei o que vai acontecer, mas gostaria que soubesse que estou mesmo agradecida por ter salvo minha vida! – ele fez carinho no meu rosto de maneira tão gostosa que eu desejei que continuasse.

- Deixa para agradecer depois, quando sairmos daqui ok, vamos jantar em seu restaurante preferido, pode pedir o prato mais caro, eu pago! - ele respondeu rindo do que eu havia falado e eu também sorri pensando que as coisas não podiam acabar assim.

- Mas se não sairmos... - eu comecei a falar, mas ele brecou imediatamente.

- Vamos sair! – havia tanta certeza nisso que eu me convenci.

- Ok, vamos sair!

Respondi ainda achando engraçado estar presa entre a vida e a morte ao lado de um bombeiro lindo digno de um calendário, bem que eu queria ter a oportunidade de contar isso pra Maite, ela ia achar o máximo!

- Foi até legal acordar num banco de hospital e te ver dormindo ao meu lado...

- Eu estava dormindo?

- Quando a vi, realmente quis que estivesse dormindo, fiquei preocupado quando escorregou da prancha e caiu em cima de mim, vítimas de bala devem ser movidas com o maior cuidado possível... – ele me olhou e parecia sincero. – pedi a Deus que estivesse apenas dormindo...

- Acho que ele te ouviu... – respondi sem graça e voltei a olhar os bebês, sabendo que estava segura com ele ali ao meu lado, bem pertinho quase esbarrando em mim.

A enfermeira foi preparando algumas toalhas e pegando um dos bebês no bercinho, pelo que eu estava entendendo ela iria lhe dar banho me senti privilegiada por poder assistir, assim de camarote.