Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Melhor sair do quarto Blanca, deixa ela descansar um pouco. - ele disse a ela e eu não precisei olhar para saber que ela não gostou, porque seus pensamentos deixaram claro isso.

- Ela sempre foi mais agarrada a ele! - minha mãe pensava magoada. - sempre soube que um dia ela faria isso, filha mal agradecida. - minha mãe pensava com tristeza. - a gente faz de tudo a vida inteira e num momento como este, ela pede para eu sair...

Ouvi seus pensamentos cheios de tristeza também e me entristeci, suspirei e escrevi.

- Diga para ela ficar. - mostrei a meu pai que me olhou e depois disse a minha mãe que deveria ficar, mas que ficasse quieta.

- Mas eu estou de boca fechada, quem está falando é você!

Eles começaram uma discussão que parecia não ter fim, o quarto foi sendo invadido por seus pensamentos tristes e rancorosos, desejei do fundo do coração que eles parassem de pensar... coloquei as mãos no ouvido tentando não escutar os pensamentos quando ouvi alguém me chamar.

- Ruivinha! - abri os olhos procurando o dono daquela voz que soprava como música em meio a tanta confusão, o vi no final da cama sorrindo pra mim.

- São seus pais? – Christopher apontou para eles que discutiam sem parar, eu afirmei com a cabeça.

- O que esta acontecendo? Onde está aquela porrada de perguntas que você faz quando me vê? – quis de alguma maneira poder dizer que não conseguia falar.

- Quer que eu vá embora? – assustada com a possibilidade balancei a cabeça rápido informando que não. - Não me diga que não pode falar? – havia um sorriso maroto em seu rosto que me fez rir também, ergui os ombros e fiz um leve movimento na cabeça para que ele soubesse que acertou em cheio. - Teria ficado mais feliz se tivesse acontecido onde nos encontramos antes...

Voltamos a rir, mas ele foi olhando meu estado ali na cama deitada e aos poucos foi parando de rir.

O que foi? – quis perguntar, mas não sabia como fazer, então fiz um leve movimento com a cabeça para que ele se aproximasse.

Ele pareceu pensar vendo minha mãe de um lado e meu pai do outro, mas resolveu arriscar, quando ele passou por trás da minha mãe, ela se encolheu esfregando os braços.

- Está esfriando, melhor pegar um cobertor para você... - ela falou simplesmente dando por encerrada a discussão com meu pai, depois saiu do quarto a procura de uma enfermeira que pudesse lhe dar um cobertor.

- Nunca imaginei que as pessoas pudessem realmente sentir a presença de espíritos. Olhei para ele e me senti como um imã, tudo nele me atraia, seu corpo, seu cheiro, seus gestos, suas gracinhas, tudo naquela alma perdida me deixa fascinada.

Quando ele olhou diretamente para mim meu coração disparou assustado, talvez ele tivesse vindo dizer adeus, algumas lágrimas embaçaram meus olhos e caíram sem permissão.

- Calma, vai ficar tudo bem... – ele respondeu apressado vendo que eu chorava, tentou passar a mão no meu rosto para secar as lágrimas, mas apenas senti algo frio, acariciando minha face.

- Eu não posso tocar em você... – era como se ele não pudesse acreditar nisso, tentei colocar a minha mão sobre a dele, mas também não consegui segurá-la, era como encostar no mármore gelado e minha pele completamente arrepiada.

- Porque está chorando filha? - olhei sem saber como me expressar, ele pegou o papel e a caneta e me entregou.