Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Então, eu estou tão horrível assim? - escrevi fazendo ao lado um rosto de um boneco triste
.

- Não, você está apenas machucada... ficará linda novamente...

Meu pai voltou ao lado da minha mãe que se aproximou colocando o cobertor em mim, ajeitando sem parar.

- Pronto assim vai ficar quentinha filha...

- O espelho! - meu pai disse irritado, e minha mãe se afastou tendo pensamentos de como às vezes, meu pai consegue ser tão mal educado com ela e que isso a magoa muito.

Ergui o pequeno espelho e aos poucos fui vendo o quanto estava machucada, havia um corte nos meus lábios e ele parecia quase cicatrizado, mas o hematoma labial dava um aspecto horrível em contraste com a pele clara, em minha testa havia uma cicatriz, contei 8 pontos, havia uma mancha de sangue em um de meus olhos como se algum vasinho tivesse estourado, um curativo no ombro onde o tiro de raspão havia pego, usava roupas do hospital que ficavam enormes em mim, meus braços estavam arranhados e com pequenos cortes algumas com casquinhas de cicatrização, além de hematomas alaranjados espalhados pelo corpo, imaginei que esses hematomas foram feitos por minha pele ser muito clara e qualquer apertão mais forte sempre deixava marcas assim, eu havia emagrecido por estar a cinco semanas me alimentando só por líquidos, havia uma sonda porque eu não tinha condições de levantar para ir ao banheiro e uma de minhas pernas estava enfaixada do joelho para baixo provavelmente da operação para retirada da bala, minha aparência eradesoladora, eu estava horrível!

Ele colocou a mão no espelho como se quisesse tampá-lo para que eu não visse mais minha imagem refletida, então eu virei e olhei, sem saber o que dizer.

- Não se preocupe com sua aparência agora, concentre-se em sua recuperação... logo tudo será como antes, mantenha sua mente sã para que seu corpo se reestabeleça, além disso ruivinha, nunca na vida esquecerei o quanto você é linda! – Christopher disse sorrindo para mim e eu fiz uma careta para que ele entendesse que não devia me chamar de ruivinha.

- Porque escreveu essas coisas? - meu pai perguntou mostrando o que eu havia escrito para o Christopher, peguei a caneta e risquei tudo escrevendo embaixo, “bobagens esqueça!”

- Tudo bem... - meu pai sorriu e foi sentar no sofá, enquanto minha mãe ficava ali ao meu lado passando a mão no meu cabelo sem parar.

- Eu preciso ir... - Christopher disse começando a se afastar, estiquei os braços apressada, para alcançá-lo, esbarrei os dedos em sua camiseta, mas ela simplesmente escapou deixando claro que eu não conseguiria agarrá-lo.

Apenas quis que ele ficasse, então bati as mãos na cama tentando fazer algum barulho que chamasse sua atenção, ele parou sem olhar, meu pai e minha mãe estavam atentos aos meus movimentos, seus pensamentos indicavam isso.

Nesse momento eu não me importava com o que eles estivessem pensando apenas queria o Christopher um pouco mais ali, por isso, voltei a bater na cama fazendo barulho enquanto ele permanecia parado, decidindo se ia ou se voltava.

Bati mais uma vez e dessa vez nem foi com força, ele virou e voltou na minha direção, se inclinou ficando bem perto, fazendo todo meu corpo arrepiar sentindo um frio intenso, deslizou os dedos em algumas mechas do meu cabelo que estava bagunçado, acariciou meu rosto com sua mão gelada e encostou seus lábios nos meus me fazendo amolecer.