Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Quase isso moça... Eu estava tentando controlar um incêndio num bar onde alguns assaltantes tiveram a brilhante idéia de atear fogo para dificultar a ação da polícia, lamentavelmente em assaltos acontecem tiroteios e algumas pessoas são alvejadas a bala... - alguns segundos de silêncio encheram o ambiente de suspense, enquanto ele me olhava, talvez esperando que eu deduzisse o resto, mas como continuei calada ele prosseguiu sem muitos rodeios. – Bem, alvejadas a bala como... aconteceu com você!

Em questão de segundos, um turbilhão de imagens apareceu em minha cabeça todas relacionadas ao que havia acontecido no bar.

Aspirei o ar rápido e coloquei a mão nas costas onde eu havia sentido uma queimação forte, escorreguei a mão pelo ombro onde também há pouco tempo havia uma dor cortante e olhei na minha perna direita, que antes tinha um buraco feito por uma bala, mas não encontrei qualquer sinal de que aquilo havia mesmo acontecido.

- Porque eu não sinto nada? O que aconteceu? Não tem sangue?

- Qual resposta quer primeiro, moça? – sua risada divertida ecoou pelo corredor.

- Porque eu sou tão engraçada?

- Então é essa resposta que quer primeiro?

- Porque responde minhas perguntas com outras perguntas?

Ele continuou a rir e acabou por me ignorar, olhou em volta e depois se concentrou no corredor, como se procurasse por algo. Instintivamente, eu também olhei, porque ainda era fácil ouvir as pessoas falando, mesmo sem poder vê-las, quando voltei a olhá-lo ele havia se encostado e estava com os olhos fechados.

- Ei, estou falando com você, pode me dar algumas respostas? – fui falando enquanto ficava em pé na frente dele. – Ei, está me ouvindo? - cutuquei sua perna com meu sapato, fazendo ele abrir os olhos parecendo zangado.

- Estou ouvindo moça, só não consigo responder tudo de uma vez, por isso decida antes de perguntar? - ele disse também ficando em pé, ele era quase um palmo mais alto que eu, por isso fui obrigada a dar um passo para trás para ver seu rosto e quando o encarei as coisas ficaram piores. Entenda, homens bonitos tentando fazer cara de mal, são os melhores para fotografar!

Uau! Posso fazer um calendário com esse cara, como é lindo! Meu coração bateu rápido prestando atenção em cada detalhe dele.

- O que foi? Perdeu a língua agora? – sua voz zangada me trouxe de volta a realidade. 

- Desculpe é que eu... eu... eu... me distrai... – respondi envergonhada, provavelmente corei, tentei disfarçar e virei um pouco com mão na testa para que ele não percebesse que eu estava babando por ele.

- Você está bem? – senti quando ele tocou em meu braço.

Um gesto simples, mas que tornou tudo pior, porque no mesmo instante uma sensação estranha percorreu meu corpo, imagens confusas de situações diversas vieram a minha cabeça em todas eu o vi, em lugares e épocas diferentes, era uma energia extremamente forte como se por toda minha vida eu o conhecesse; ficou evidente em seu rosto que ele também vira as mesmas imagens que porque rapidamente retirou a mão e ficou me olhando assustado.

- Moça, você é esquisita!

- Esquisita eu?

- Melhor sentar moça, não sei se é possível, mas está com cara de que vai desmaiar...

Sentei sem que ele me ajudasse, talvez estivesse com medo de tocar em mim novamente, fiquei agradecida por isso, já que tudo estava confuso demais.

- Do que se lembra?

- Eu me lembro de ter recebido uma ligação do Leonel, meu namorado, pedindo que nos encontrássemos em um bar, perto do trabalho dele, odeio aquele lugar! – esse comentário saiu antes que eu pudesse impedir, por isso fiquei sem jeito. - ...desculpe... – falei sem graça. – mas é que eu não queria ir, estou cansada e pretendia ir direto para casa, preciso revelar algumas fotos para amanhã... - levantei a cabeça me dando conta que aquilo parecia impossível. - você estava lá, agora você está aqui... estou morta? – falei apavorada com a possibilidade.