Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Fabalamana, fabalamana, acorde! - ouvi ao longe começando a me lembrar daquela voz, fui aos poucos tomando mais consciência e soube que era a Maite.

- Pode parar, está me dando dor de cabeça! – fui abrindo os olhos e a vi gritar feliz.

Maite é magra e alta, seus cabelos são pretos lisinho, ela sempre usa maquiagem de maneira bem definida para evidencias seus traços ciganos, às vezes eu a encontro com uma flor atrás da orelha, como agora e se não bastasse ela estava segurando um cristal.

- Você acordou, eu consegui! – tanto entusiasmo só podia ser mesmo a Maite, que sem demorar me abraçou apertando.

- Ai! – gemi de dor, quando senti ela se apoiar no meu ombro.

- O que foi? O que eu fiz? – apesar de ter se afastado ela continuava pressionando a mão em meu ombro sem perceber.

- Meu ombro, Maite, está machucando meu ombro!

- Desculpe, desculpe, eu me empolguei, desculpe Dul!

- Tudo bem Maited, já entendi, pode parar de se desculpar... – fechei os olhos tentando conter a dor.

- Não entre em coma novamente, não durma, abra os olhos, fique comigo, não siga o caminho da luz Dul, está me ouvindo, volte do mundo dos mortos... fabalamana, fabalamana, fabalamana, acorde!

- Maite, eu continuo aqui, pode parar, por favor. - falei rindo sem agüentar.

- Ufa! Ainda bem, como eu ia explicar para sua mãe que a trouxe de volta e depois a perdi em questão de minutos.

Minha mãe sempre teve a Maite como filha, mas quando ela começou a usar roupas ciganas e a ganhar dinheiro lendo a energia das pessoas, obviamente como uma boa mãe, ela deu sua opinião equivocada e mandou a Maite parar com essas bobagens, ainda bem que a Maite era como eu, respeitava minha mãe, mas nunca seguia seus conselhos.

- Você está com uma aparência horrível, olha seu cabelo é sebo puro, não te dão banho nesse hospital?

Maite é verdadeira, não costuma ficar rodeando quando quer falar, ela simplesmente vai falando, não tem intenção de ofender, mas é o jeito dela ela, pura e verdadeira.

Com a ajuda dela, ajeitei-me na cama para me sentar.

- Há quanto tempo estou em coma?

- No total ou nos últimos tempos?

- Pode ser no total.

- Cinco semanas e dois dias.

Ela segurou minha mão olhando com reprovação para minhas unhas em estado lastimável.

- Dois dias...

A porta do quarto abriu e entraram meu pai, minha mãe e a Claudia minha irmã, quando me viram sentada ficaram felizes.

- Dulce, filha está acordada graças a Deus! - minha mãe dizia chegando perto pegando minha mão parecendo aliviada de verdade, dando vários beijos na minha cabeça, ela estava radiante.

- Filha! Obrigada meu Deus, por devolver minha ursinha. - meu pai foi dizendo vindo ao meu lado para dar muitos beijos na testa.

- Eu sabia que você ia voltar... - minha irmã disse passando por eles para me dar um abraço apertado e um beijo carinhoso.

- Fui eu que a trouxe de volta! - a Maite começou a falar mostrando o cristal que segurava na mão.