Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Ai, Maite, só você mesmo para nos fazer rir numa situação como esta. - meu pai disse fazendo todos rirem também.

Fechei um pouco os olhos quando a minha cabeça começou a doer, encostei devagar no travesseiro que estava nas minhas costas me ajudando a ficar sentada.

- O que foi? Está se sentindo mal? - meu pai perguntou preocupado, minha mãe foi mais rápida e apertou a campainha chamando a enfermeira que entrou em seguida.

- Precisam de alg... – a enfermeira começou a falar, mas parou assim que me viu sentada. - Ela acordou?

Assim que abri os olhos, comecei a escutar os pensamentos de todos que estavam no quarto.

- Droga! – falei fechando rapidamente, mas foi inevitável, os pensamentos foram ficando mais e mais claros, até que eu comecei a entendê-los perfeitamente.

- Ai meu Deus, será que agora sempre vai ser assim, será que ela nunca mais vai ficar boa? - minha mãe pensava sem parar.

- Filha, filha filha, Deus ajude minha ursinha, não permita que ela fique em coma novamente. - meu pai pensava como se estivesse fazendo uma oração em seus pensamentos.

- Dul! Dul! Será que eu fiz algo errado quando te chamava do mundo dos mortos? - a Maite pensava, segurando o cristal em sua mão. - Eu devia ter usado o cristal maior...

- Dulce, vai ficar tudo bem, tenha calma, estamos aqui, fique conosco. - eu ouvia os pensamentos da minha irmã com carinho.

- O que você está sentindo? - a enfermeira perguntou me fazendo abrir os olhos novamente, como eu ia explicar para ela que estava com uma dor de cabeça terrível porque conseguia ouvir os pensamentos das pessoas a minha volta, provavelmente dizer isso seria carimbar meu passaporte para ala psiquiátrica do hospital.

- Minha cabeça está doendo...

- Vou chamar o Dr. Dionísio, está com tontura? Ou qualquer sensação que vai desmaiar?

- Não, é só a cabeça que está doendo.

Voltei a fechar os olhos não querendo ouvir os pensamentos que insistiam invadir minha mente, não demorou para o dr. Dionísio aparecer apressado, entrou quase que correndo pedindo para que todos saíssem, em seguida o quarto ficou vazio e eu me senti aliviada por não ter tantos pensamentos em minha mente.

- Dulce! Nos deu um susto menina!

- O que aconteceu? – perguntei cheia de lembranças confusas e completamente impossíveis de terem acontecido.

- Do que se lembra?

- Três tiros no bar, cinco semanas em coma, acordei sem conseguir falar ou sem conseguir mexer as pernas, duas doses de um medicamento que deveria ter me feito dormir, um dose cavalar de anestésico, uma discussão no mundo dos mortos com o cara mais lindo e convencido, alguns fleches da morte ou de um demônio que está me aterrorizando e a minha amiga resmungando algumas palavras bobas tentando me fazer acordar.

- Tem humor essa garota! - o médico pensou alegre, e deu uma risadinha para mim enquanto ainda me examinava.

- Com exceção da discussão no mundo dos mortos, esses fleches assustadores e da sua amiga resmungando, o resto eu posso afirmar que realmente aconteceu.

- Porque fiquei em coma novamente?

- Você não tinha qualquer sinal de lesão na medula, fizemos todo tipo de exame para constatar isso, e ainda assim não andava ou falava, então precisei fazer um outro exame é quase que cirúrgico, só que os medicamentos não a fizeram dormir, por isso apliquei um anestésico leve em você, durante o exame você teve uma parada respiratória e nós a trouxemos de volta, mas você entrou em coma...

- Então essa é a minha segunda experiência quase morte?

- É pode-se dizer que sim...