Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Sei, o que tem ela?

- Eu a manchei! – falei me encolhendo esperando que ela tivesse um ataque.

- Manchou? Como fez isso?

- Desculpe, eu fui lavá-la de derrubei algum produto não sei, eu juro tomei o maior cuidado, mas quando secou ela estava toda manchada.

- Eu não falei para você não lavar! – foi sua resposta brava, pensando em como havia conseguido acabar com a blusa que ela tanto adorava.

- Falou, mas eu quis te devolver limpa e não sei o que fiz, tomei tanto cuidado, mas a verdade é que ela está completamente destruída.

Claudia respirou fundo pensando se era melhor me matar agora ou esperar que eu saísse do hospital, depois começou a pensar em como estava sendo egoísta me vendo naquele estado e feliz por eu estar viva e se aborrecer por causa de uma blusa, ela acabou suspirando fundo.

- Não importa, era apenas uma blusa, você está viva, poderá trabalhar em breve e me comprar outra... - ela disse sorrindo. - pode ser uma caríssima que eu vi no shopping outro dia. - ela continuou a sorrir e eu também sorri aliviada.

- Combinado!

Quando minha mãe foi se despedir da Maite ela não resistiu e começou a falar.

- Maite, você sabe que é uma filha para mim e como mãe substituta eu tenho o direito de te achar doida às vezes, porque me preocupo se te eduquei direito...

Minha mãe ia dizendo e eu jurava que essa era uma tentativa de pedir desculpas por se intrometer tanto na vida da Maite.

- Bem, eu já falei que essas coisas de bruxaria cigana não existem ou essas bobagens de energia positiva também, esqueça isso sim! Apenas seja você mesma, deveria se olhar no espelho, você é uma boa moça, muito bonita até, se mudasse suas roupas e conversasse com as pessoas sem assustá-las, tenho certeza que arrumaria um bom namorado ou até um marido. – enquanto minha mãe falava Maite tinha pensamentos que trouxessem paciência porque sabia que no fundo minha mãe só queria seu bem. – Cuida bem da Dulce e qualquer coisa me liga!

- Pode deixar tia...

Todos saíram e respirei aliviada, nenhum pensamento, apenas a Maite tentando se concentrar em boas energias.

- Maite quando você lê a energia das pessoas, pode ver suas áureas também?

- Não! - ela respondeu sorrindo da minha inocência. - mas eu faço a leitura em sua fisionomia e gestos, o corpo fala! Nunca ouviu isso? É assim que leio a energia, as mãos e as cartas para as pessoas.

- Você mente para elas? - fazia muito tempo que eu queria perguntar isso, mas não fiz porque nunca quis ofendê-la.

- Não! Apenas transformo em palavras o que está estampado em seus rostos a interpretação é totalmente feita pela pessoa, nunca digo o que ela deve fazer, apenas mostro todas as opções e deixo o resto por sua conta.

- Interessante! - nem todo mundo precisa ser charlatã, é uma maneira de ver as coisas. Fiquei encostada perdida em mês pensamentos e nem percebi quando ela se aproximou.

- Como foi? - Maite perguntou olhando ansiosa para mim.

- Como foi o quê?

- Sua experiência quase morte... a grande viagem! O que mais seria?

- Completamente irreal. - respondi fechando os olhos tentando imaginar se aquilo estava mesmo acontecendo.

- Vamos me conte tudo!! - ela insistiu me chacoalhando de leve me fazendo sorrir.

- Você acredita em autoscopia e projeção da consciência?

- Autoscopia, projeção da consciência? Sair do corpo? – seu semblante era de pura ansiedade. - Não me diga que você saiu de seu corpo Dulce?

Não agüentei de comecei a rir, como é bom estar de volta a esse mundo, mesmo sentindo falta do Christopher estar aqui valia a pena.

- Dul, anda logo me conte, como foi? - ela se ajeitou na beirada da cama rindo feliz, como uma criança entusiasmada porque está prestes a ouvir sua história preferida. - fala alguma coisa, vou ter um treco de curiosidade!!

- Tudo bem eu conto, só estava pensando por onde eu começo, quis organizar meus pensamentos, vai que eu falo algo e você surta! 

- Conta logo!