Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Um bombeiro, um anjo, Dul, você deve ter créditos com o homem lá de cima, ele te mandou um anjo no corpo de um bombeiro.

- De farda! - eu disse sorrindo e ela assobiou, olhando para o teto.

- Farda de bombeiro... Meu Deus! Eu quero um anjo desses para mim!

Nós passamos o resto da manhã ali conversando, eu contando tudo que havia acontecido e ela escutando fascinada, algumas vezes ela me interrompia fazendo comentários ou me explicando o por que das minhas idas e vindas para o corpo, mesmo que eu não acreditasse no que tinha acontecido, ela com certeza acreditou e nada a faria mudar de idéia.

- Dul, essa é a mais linda história de amor que eu já ouvi.

- Como assim história de amor?

- Dul, nada acontece por acaso! Não vê...

- Do que você está falando? - perguntei me lembrando que foi sábio da minha parte omitir que nos beijamos, que ele esteve aqui me visitando, que pude senti-lo ao meu lado mesmo quando não conseguia vê-lo e que ele disse que voltaria a viver para ficar comigo antes que eu desmaiasse na última vez.

- Dul! É lindo! Ele salvou a sua vida e vocês se encontraram no mundo dos mortos e voltaram para o mundo dos vivos juntos, não foi isso que o médico disse? Vocês voltaram para a vida no mesmo dia, dentro da mesma sala de UTI, quase no mesmo instante, não vê é tão romântico!!

- Romântico? Ficou louca Maite?

- Dul, existe uma ligação entre vocês, estavam no mesmo lugar, levaram tiros juntos, chegaram juntos ao hospital e ficaram juntos no mundo dos mortos por 5 semanas.

- E você acha isso romântico? Está ouvindo o que está dizendo Maite?

- Tudo bem, colocando dessa maneira parece mais um filme de terror, mas o que eu quero dizer é que o universo conspira para que as coisas aconteçam na vida da gente e pode ser que estavam predestinados a se encontrarem.

- Levando um tiro cada um?

- Essa parte eu não sei, mas de alguma maneira deveriam se encontrar, o destino só estava tentando aproximar vocês, talvez tenha sido dessa maneira que ele conseguiu fazer isso.

- Ah! Maite, por favor...

- Dul, deixa de ser boba, gostou dele, eu sei que gostou, está em seu modo de olhar, gostou dele e o cara estava no mundo dos mortos, mesmo assim gostou dele.

Não posso negar, realmente gostei do Christopher, seu jeito carinhoso e protetor quando tentava me acalmar, seu bom humor quando fazia piadas de coisas bobas, sua maneira verdadeira quando dizia que me lembraria de dizer a minha família o quanto eles eram especiais, brincalhão quando me assustou fazendo aquelas almas rirem sem parar e amigo quando me fez acreditar que sou mais forte do que imagino, me fazendo ver que não preciso me punir ou me sacrificar para que as pessoas ao meu lado fiquem bem e sejam felizes.

- Dul... - a Maite me chamou, enquanto eu estava perdida em meus pensamentos.

- Dul!

- QUE...?

- Estou te chamando, mas você não responde, onde estava? Já ia ligar para sua mãe avisar que agora está catatônica agora!

Rimos juntas por imaginar a histeria da minha mãe ao ouvir isso.

- Maite, não conte a ninguém sobre o que eu te falei.

- Tudo bem. - ela disse pegando a minha mão sorrindo, começando a pensar que se alguém soubesse dessa história acharia que eu era tão louca quanto ela, mas se uma dessas pessoas fosse minha mãe jogaria a culpa nela por eu ter ficado louca.

- Com certeza ela jogaria a culpa em você... – falei sem perceber que ela apenas pensara naquilo.