Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Olha moça, levando em consideração que estou falando com você, sinceramente espero que não!

- Mas... não entendo?

- Eu também não!

Ficamos em silêncio por alguns minutos perdidos em nossos pensamentos, passei a mão na perna da calça onde eu havia visto os bombeiros cortar o jeans, depois abri um botão da camisa e deslizei o dedo no ombro onde eu me lembro de estar doendo provavelmente também havia sido atingida e por último perto da coluna onde eu senti uma queimação insuportável que agora desaparecerá. 

- Se estava cansada, porque foi lá, então?

- Desculpe, o que disse? - olhei confusa sem compreender direito a pergunta e ele se inclinou na minha direção me olhando bem perto.

- Você disse que estava cansada, porque foi até lá?

Tenho certeza de ter ouvido a pergunta e dessa vez compreendido, só que não conseguia responder, tão vidrada fiquei com seus olhos escuros sobre mim, era como se eu já os tivesse visto tantas e tantas vezes. 

- Está me ouvindo moça?

Completamente boba me afastei, ele tentou esconder um sorriso convencido enquanto esperava minha resposta, fechei os olhos por alguns segundos buscando algo inteligente para dizer, mas suspirei desistindo.

- Não gosto de discutir por bobagens... - respondi erguendo os ombros cansada de parecer idiota perto daquele cara, mas só então percebi que ele continuava me olhando como se essa resposta não fosse suficiente. - Qual o problema? Às vezes eu faço coisas que não estou a fim, porque nem tudo vale à pena discutir, ir até lá era apenas uma bobagem... não quis contrariar meu namorado. - conclui esperando que ele entendesse agora meu ponto de vista.

- Bobagem? – ele parecia incrédulo. – ruivinha, foi por essa bobagem que levou três tiros!! – sua indignação era evidente ao falar.

- Dulce, meu nome é Dulce Maria! – respondi firme, quem ele pensa que é para me dar um apelido assim?

- Ou desculpe, Dulce! Pensei que não discutisse por bobagens...

- Olha, escuta aqui, a culpa não foi do Pablo... aconteceu porque tinha queacontecer...

- Nada acontece por acaso, Dulce, nada nessa vida, ou seja, lá onde estamos... - ele foi tentando se explicar enquanto olhava dos lados. – enfim, nada acontece por acaso, pense nisso da próxima vez!

- O que aconteceu afinal? – suspirei com esperança dele poder me explicar.

- Do que se lembra depois que entrou no bar?

- Encontrei alguns amigos do Pablo, conversávamos enquanto ele não chegava... Pra variar ele estava atrasado... – fiquei irritada me lembrando disso. - depois alguns homens anunciaram o assalto... - parei alguns segundos pensando. – bem, um deles atravessou o balcão e foi para o caixa, encostou a arma na cabeça do senhor, exigiu todo o dinheiro... – senti-me perdida sem lembrar do resto completamente. - sinceramente, não sei, é tudo muito confuso...

- Mais nada?

- ...acho que não... pode me esclarecer?

- Nós fomos chamados porque o lugar estava pegando fogo, parece que em algum momento os ladrões atearam fogo no bar para tentar escapar da polícia, nos entramos, controlamos o incêndio e encontramos 3 pessoas com ferimento por arma de fogo, uma delas era você, estava caída praticamente desacordada, você inalou muita fumaça até que a encontrássemos... – havia um pesar em sua voz e eu fiquei agradecida. - nós a atendemos e a estabilizamos, você levou um tiro na perna. - ele 
disse apontando um palmo abaixo do joelho. - um tiro de raspão no ombro e um tiro nas costas.