Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

Só de ouvi-lo pronunciar meu ferimento nas costas me estiquei como se sentisse a queimação novamente.

- Enquanto alguns policiais ainda circulavam pelo estabelecimento a procura do último bandido foragido, nos estávamos terminando de colocá-la na prancha para removê-la, não sei como o tiroteio recomeçou, acho que o bandido se deparou com m dos policiais e trocou tiros, na confusão me acertaram e eu cai, desequilibrando a prancha e você caiu em cima de mim... 

Quis duvidar, mas só a maneira confusa dele gesticular deixava claro que tudo era verdade.

- Não sei explicar, provavelmente foi rápido demais para isso realmente ter acontecido, mas a ultima coisa que lembro foi você dizendo pra eu não deixá-la sozinha... – ele sorriu convencido erguendo os ombros. - ...e aqui estamos! 

Lembrei de algumas coisas, principalmente da fumaça que dificultava minha respiração e fazia meu peito doer, como todos, eu corri e tentei sair, mas a dor na perna me fez parar, depois a dor foi substituída pela queimação nas costas e quando percebi minha camisa branca ficou vermelha rapidamente na região do ombro e eu cai.

O caos e a fumaça fizeram meu peito doer ainda mais, fui perdendo a consciência completamente, nesse momento eu pedi a Deus que me enviasse um anjo que me tirasse de lá.

Olhei para meu amigo ao lado e sorri, com certeza minhas súplicas foram atendidas e algo aconteceu porque agora estou aqui ao lado de um anjo vestido de bombeiro. Como isso é possível? Não tem sangue ou roupas rasgadas, não existe dor, respiro normalmente, apenas ouço as pessoas falando e ainda não sei onde elas estão.

- Como pode ser? - perguntei.

- Não sei. – sua resposta era séria e ele parecia tão perdido quanto eu.

- Não quero morrer...

Ele sorriu.

- Também não planejei isso para hoje, ruivinha...

Sorri como se essa não fosse uma conversa absurda, ficamos assim, apenas nos olhando por alguns minutos de alguma maneira absurda eu sabia que estava segura ao lado dele, como se o conhecesse por toda a vida e enfim o tivesse encontrado.

Um barulho de portas sendo abertas as pressas me fez pular de susto, levantei num pulo sem nem saber por que. Era como se algo me chamasse para aquela direção, comecei a andar pelo corredor e em seguida a correr como se minha vida dependesse disso, fiz a curva para esquerda no final do corredor e o cenário a minha volta era outro, agora eu via as pessoas que falavam tanto, aquela era uma ala de emergência em um hospital qualquer.

Várias enfermeiras e médicos andavam apressados correndo contra o tempo tentando salvar pessoas que ali chegavam, alguns diziam que eram ao menos 4 os feridos pelo incêndio e tiroteio no bar, escutei a sirene de ambulância e vi quando duas encostaram simultaneamente e os procedimentos apressados se iniciaram ainda na porta do hospital.

Uma maca estava sendo empurrada por um dos paramédicos que ia descrevendo ao médico o estado da paciente, quando comecei a ouvir fiquei assustada e percebi que tão assustado como eu estava meu amigo bombeiro ali ao lado.

- Assalto em bar seguido de tiroteio e incêndio, garota de 23 anos, baleada nas costas, perna e ombro, com hemorragia interna, PA instável... parada cardiorespiratória, foi reanimada no local... - fui ouvindo o paramédico falando e explicando a situação e a gravidade do problema... Olhei um pouco mais atrás onde um homem loiro com farda de bombeiro havia entrado em seguida empurrando a outra maca e ele também dizia a situação do paciente a outros médicos que chegavam, todos pareciam correr contra o tempo.