Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

- Christopher solta ela! A loira dizia e eu achei que provavelmente agora ela teria uma crise, porque eu sentia a raiva crescendo em seus pensamentos.

- Droga Anahi, ela está assustada! Pode esperar? – Christopher disse bravo com ela que ficou mais irritada ainda. – aquela alma já se foi... acabou Dulce! - ele foi me dizendo e todos ouviam atentos, a loira voltou a segurar no braço do Alfonso e sua raiva pareceu desaparecer, agora ela só sentia medo novamente.

- Christopher, ainda não acabou! – falei atenta percebendo que a morte ainda nos rondava o frio continuava e a sensação de insegurança também.

- Acabou sim ruivinha ela já foi! Não tem mais gente morta aqui...

- Mas a morte ainda está aqui, eu posso sentir! – olhei para os lados porque tinha certeza que ela pairava ali, como se estivesse à espreita esperando para nos levar.

- Meu Deus, essa garota precisa de um médico?

- Então vai chamar procurar um Anahi! – o Alfonso disse como se quisesse que ela saísse daquele lugar onde a morte pairava e ela assustada virou e saiu à procura de um médico sem questionar.

- Ruivinha... olha não tem mais nada aqui.

Ergui a cabeça e por uma fração de segundos ouvi uma gargalhada, as sombras correram, mas dessa vez não pelas paredes... elas correram pelo chão fazendo um círculo entre Christopher e eu, tão rápido como apareceu simplesmente sumiu, com certeza ele também viu e deixou isso claro quando falou.

- Tudo bem ruivinha... tem algo estranho aqui...

Christopher me ajudou a deitar e encostou seu rosto bem perto do meu enquanto deslizava seus dedos com carinho em mim, parecendo assustado e preocupado também. Não consegui fazer meu corpo parar de tremer, talvez pelo medo que me assolava por completo.

- Isso é uma daquelas coisas esquisitas que acontecem quando as pessoas ficam em coma por muito tempo? - o Christian perguntou nos olhando.

- Sim... - foi tudo que o Christopher respondeu sem nem olhar pra ele.

Quando a loira voltou trouxe com ela uma enfermeira que entrou correndo vindo medir minha pressão, eu estava com os olhos fechados e completamente apavorada porque ainda sentia a morte no ar, a enfermeira saiu dizendo que ia chamar meu médico e resmungou algo sobre ser impossível uma pressão tão alterada como aquela.

- Vai ficar tudo bem, estamos bem, seja lá o que for não vai nos levar... não tem mais nenhuma sombra aqui...

- Não quero ficar encontrando com pessoas mortas... não quero ser perseguida pelas sombras ou aqueles olhos assustadores que surgem em minha cabeça sem explicação, não quero fazer qualquer acordo... quero apenas ter minha vida de volta!

- Acordo ruivinha? Que acordo?

- Não sei, mas é o que ouço quando a morte se aproxima...

- Vocês estão vendo pessoas mortas? - a loira perguntou se esgueirando nos braços do Alfonso novamente.

- Uma pessoa morta! - o Christopher quis explicar como se isso fizesse diferença.

- Isso é coisa da imaginação de vocês! Muita medicação faz isso... - o Alfonso disse querendo amenizar o clima.

- Não é... – falei áspera olhando para ele, sabendo que como ele outras pessoas não acreditariam em mim.

- Olha, vamos todos ficar calmos... Vamos lá pessoal... Estamos entre amigos...

Porque estão tão assustados? O quarto ficou gelado, mas e daí? Olha agora o ar já está até voltando ao normal, não existe esse negócio de ver pessoas mortas... Apenas vamos relaxar... Vocês estão assustando as garotas! – Christian insistiu tentando ser engraçado.

Um barulho se fez e todos olhamos para a janela, havia sangue como se um pássaro tivesse vindo a toda velocidade e colidido diretamente fazendo o sangue escorrer pelo vidro, em seguida outra ave bateu com a mesma força e o sangue espirrou, depois mais uma e depois outra, a cada nova pancada o vidro tingia um pouco mais e lentamente o sangue parecia formar desenhos sinistros.

A loira começou a gritar e eu me encolhi apavorada, o Christopher correu até a janela e fechou a cortina, no mesmo instante o som das pancadas parou.