Fanfic: Almas - Vondy* | Tema: Vondy

Um minuto se passou e ninguém dizia nada, nem o Christopher havia se mexido o silêncio se prolongou e aos poucos ficou mortal, lentamente o Christopher colocou a mão na cortina e de supetão a abriu. Todas gritamos apavoradas.

A loira escondeu o rosto no peito do Alfonso, enquanto a Maite se agarrava no braço do Christian, meus olhos arregalaram eu precisei me inclinar para ter certeza se estava vendo direito... A vidraça estava limpa sem qualquer sinal do sangue, sem nenhum vestígio, simplesmente não havia mais nada.

Um tanto nervoso, Christopher deu alguns passos voltando na minha direção, mas quando passou ao lado do banheiro a porta bateu com tremenda força, como se alguém estivesse ali pronto para arrebentá-la contra o batente.

- Ai meu Deus! – a loira choramingava se apertando ainda mais no Alfonso.

Meus olhos continuavam fixos no Christopher que com a respiração acelerada deu outro passo na minha direção, antes que o seguinte acontecesse um quadro de vidro que estava pendurado em uma das paredes simplesmente caiu como se tivesse sido arrancado a força se espatifando em mil pedaços no chão.

Por um instante Christopher fechou os olhos, pareceu que precisava respirar algumas vezes seguidas como se buscasse concentração; abriu os olhos e o silêncio continuava, parecia que todo o hospital estava vazio, só nos estávamos ali, em passos largos Christopher continuou com intenção nítida de chegar onde eu estava, mas a um passo de me alcançar, o som da tv se fez presente como se alguém tivesse pego o controle e a ligado simplesmente, todos com olhos assustados viramos para ver.

Primeiro um chiado apareceu como quando o canal fica fora do ar, depois sussurros incompreensíveis saíram daquele aparelho enquanto a imagem continuava distorcida.

Meus olhos assustados cruzaram com os do Christopher, ele também parecia assustado, acho que todos ali estavam, um segundo se passou e ele tentou sorriu como se soubesse o que precisava ser feito, deu o último passo na minha direção e protegeu minhas mãos nas suas enquanto encostava sua testa na minha fechando os olhos como se fosse uma prece.

- Estamos juntos e só isso importa! Estamos juntos e só isso importa... – ele disse e continuou a sussurrar essa frase como se realmente fizesse uma prece.

A tv desligou e todo quarto ficou no mais profundo silêncio, olhamos uns para os outros e a sensação que pairava no ar era que tudo fora apenas seguidas coincidências sinistras.

As respirações foram voltando ao normal, o Christian até soltou uma risada nervosa e a Maite tentou rir também, a loira parecia apavorada sem nem se dar conta que não se soltara do Alfonso.

- Caramba! Se eu acreditasse nessa coisa da morte vindo nos buscar, ficaria assustado agora! - o Alfonso disse tentando rir como quem queria fazer uma piada, talvez ele apenas quisesse deixar o ambiente tranqüilo porque seus olhos ainda pareciam assustados.

- A morte não quer nenhum de vocês! – fui falando, tendo certeza disso.

- Não! O que a morte quer então? - a loira perguntou nos olhando preocupada.

- Ela quer levar a Dulce ou a mim...

Era assustador ouvir isso do Christopher, mas ele estava certo, ela queria um de nós, ninguém mais interessava, talvez nem fosse a morte, mas alguma coisa sinistra nos queria, isso eu podia sentir, e aquela coisa continuava ali, mesmo quieta, nesse momento ela rondava a cama de maneira sorrateira ali dentro do quarto.

- Um de vocês Dul?

- Christopher, ela vai levar um de nós! – minha voz saiu quase num grito.

- Dulce! Eu disse que ninguém vai morrer hoje! Acredite, vamos ninguém vai morrer hoje ruivinha! - Christopher disse sério olhando para mim.

- Acreditar? – falei incrédula, como para ele era sempre fácil acreditar. - E se ela me levar?

- Eu vou te buscar! Prometo! Fica calma, vai ficar tudo bem, você está bem, eu estou bem, pense em coisas boas... Vamos ruivinha acredite em mim!

- Acho que vamos deixar vocês conversarem sozinhos... Estaremos lá fora se precisarem... - o Alfonso disse e todos saíram nos deixando sozinhos.

- Ei... - ouvi sua voz e abri os olhos me sentindo cansada. - Vai ficar tudo bem. – fui ouvindo ele falar assim tão pertinho e calmo que eu quis ficar calma também.

- Vou tentar acreditar em você Christopher...