A senhora saiu e Chris fechou a porta. Foi andando até a cama outra vez, sentiu a barriga um pouco pesada, mas voltou a deitar-se outra vez, acabou dormindo. Milagros na cozinha estava bem preocupada com seu patrão, não parecia nada bem, então foi até a sala e agarrou o telefone, discou o número da casa de Dulce, quem estava ao telefone ainda com sua assessora de imprensa, a ligação de Milagros caiu na chamada de espera, mas Dulce estava tão compenetrada e anotando seus compromissos na agenda que nem se precatou que o telefone fazia um barulhinho. Milagros desistiu da ligação, desligou o telefone e tentou relaxar, talvez aquilo tenha sido resultado de uma noite mal dormida. Foi até a cozinha fazer suas coisas. A manhã passou voando, Dulce passou quase 1 hora no telefone com sua assessora, depois fechou a agenda e saiu do escritório. Foi até a cozinha e Dolores não estava lá, então foi até o jardim e viu Paco irrigando as plantas e Simba perto da piscina brincando com uma bolinha, estalou os dedos um pouco alto e chamou pelo nome de Simba, quem veio correndo até ela. Dulce o pegou nos braços sorrindo e o abraçou. O cachorrinho estava tendo aulas de adestramento, a raça dele era de grande porte, então quando estivesse maior, não seria um animal perigoso, poderia até andar no meio das pessoas, sem medo que ele as avançassem. Estava tão pesado, crescia com uma velocidade impressionante. Lembrou-se do dia em que Chris chegou com ele, quase não acreditou quer Chris comprou para ela, lembrou-se do quão comovido ele ficou em somente ela dizer "muito obrigada", conseqüentemente pensou na bailarina, no dia em que a ganhou, foi tão fria com ele, se culpava daquilo, tinha que obter o perdão dele de uma vez por todas, por mais que ele já tivesse falado que tinha perdoado, precisava ouvir mais uma vez, uma vez mais para ter certeza daquilo, queria apagar o passado e escrever um futuro, um futuro onde os dois estariam juntos, em união e deixar seu coração se apaixonar totalmente, pois parcialmente já estava, queria ter certeza de que seria algo mais além de fascinação temporária, queria que aquilo que estivesse sentindo seja pela primeira vez, amor. A manhã passou quase voando. Dulce se prontificou a fazer várias coisas e a conversar um pouco com seus familiares, com seus pais, sua irmã, ao meio-dia foi ao seu quarto, arrumou as coisas que precisaria levar, e tirou uma roupa para ir até o estádio e voltar, depois disso iria tomar banho e se aprontar. Milagros voltou até o quarto de Chris ao meio-dia em ponto, bateu um pouco e ninguém respondeu, então abriu a porta e não viu Chris na cama, ficou olhando um pouco o quarto, procurando-o, até que viu a luz do banheiro ligada, então saiu e fechou a porta. Chris estava sentado no chão com a cabeça em cima do aparelho sanitário, sentiu ânsia de vômito, o remédio acabou atacando seu fígado pelo fato de ser de forte dosagem, e como ele não havia comido nada antes de tomar, vomitou somente o resto de água que ficava em seu interior. Acabou tão cansado que baixou sua pressão, sua respiração estava ofegante, foi se arrastando e se encostou na parede, tentando buscar o ar, sua cabeça rodava como se tivesse bebido um garrafão de vinho. E quando sua respiração se tranqüilizou, levantou-se pegando na pia, olhou-se no espelho e estava com uma cara horrível, lavou o rosto depois foi tirando sua roupa devagar, quando ficou despido, entrou no box e se jogou debaixo da água fria, quem o ajudou a se recuperar um pouco, tanto do sono quando do mau estar causado pela dosagem do rémedio. Ao terminar o banho, estava melhor, sua cabeça já não latejava tanto e estava com uma fome terrível. Voltou ao quarto e abriu as cortinas deixando a luz entrar, fazia uma manhã ensolarada, arrumou um pouco a bagunça de remédios, depois foi se vestir. Antes de colocar a camisa, desceu somente de tênis e com a calça jeans posta, caminhou até a cozinha e sentou-se à mesa, Milagros o viu e logo foi colocar o prato dele. Colocou bastante comida, havia feito um suco de laranja também, fez tudo direitinho e o serviu.
Milagros: o Jovem está bem?
Chris: sim...(com a voz mais grossa do que o habitual) estou bem...
Milagros: deve estar com fome...espero que goste da comida!
Chris: alguém ligou para mim?
Milagros (pensou um pouco): não..não senhor!
Chris: ahhh ok...vou sair as 2 horas...vamos fazer um show no estádio Azteca hoje!
Milagros: hummm..que ótimo...queria poder ver um show do Jovem!
Chris: vai passar na TV...as 8 da noite!
Milagros (sorri): oba...claro que assistirei!
Chris sorriu para senhora e começou a comer. Deixou o prato vazio, sem ao menos um grão de arroz, tomou o copo de suco e depois levantou-se. Falou algumas coisas do seu quarto para Milagros, depois subiu. Arrumou sua mochila, meio bagunçada, mas tudo bem, não levaria tanta coisa assim. Foi até o banheiro, escovou os dentes, se perfumou, penteou os cabelos e saiu, vestiu uma camiseta verde-lodo, pegou suas coisas e desceu, faltava 10 minutos para as 2 da tarde. Então ficou um pouco no jardim, colocou um óculos escuro. Sentou-se no banco em que ele e Dulce sentaram no dia em que ela jantou em sua casa, lembrou-se com nostalgia os dois abraçados naquele lugar, lembrou-se da noite de amor, dos dois apaziguados de paixão abraçados na cama, das caricias ternas em seu cabelo, dos beijos nas costas, dos sussurros ao ouvido. Ficou tanto tempo recordando que a Van buzinou e ele nem ao menos ouviu. Manoel que o avisou, então ele levantou-se e entrou, não tinha ninguém do RBD ainda, somente Pedro, o cumprimentou e sentou-se no banco da frente.
Pedro: e aí...como está?
Chris: tou bem...(não falou muito convencido)
Pedro (sorrindo): espero que esteja mesmo...quero ver o espetáculo hoje!
Chris: pode deixar...vou fazer de tudo pra dar certo!
Pedro e Chris conversaram sobre outras coisas. Pegaram Maite, depois Christian. E agora se encaminhavam para a casa de Dulce. Chris lembrava o caminho, olhava as ruas e lembrava das vezes que a trouxe em casa, quando dormia na casa dela. Quando a Van dobrou na esquina e parou na casa de muro alto de granito, engoliu em seco, a veria mais uma vez, veria Dulce, a mulher que amava mas que estava apaixonada, infelizmente por outro. A Van buzinou, o coração de Chris acelerou, olhava para àquela casa e relembrava de tudo o que aconteceu com os dois, do jeito em que dormiam como marido e mulher na cama de Dulce, pareciam recém-casados em lua de mel, com suas briguinhas e reconciliações bárbaras. O portão se abre e ele vira o rosto para frente, mas seu inconsciente se atreve a mirar o que saia daquele portão, sua musa, linda como sempre, aqueles cabelos vermelhos voando com o vento, parecia que caminhava em câmera lenta, a mochila de um lado, os óculos no rosto, uma roupa simples, como ela gosta. Ali estava ela, tão perto e ao mesmo tempo tão longe, amava outro homem, um homem que não era ele e que nunca seria. Virou o rosto outra vez. Dulce por sinal, também estava nervosa, ele estava ali sentado olhando-a sair de casa, mesmo que estivesse com os óculos sabia que estava olhando-a, coisa que a deixou mais nervosa ainda. Pedro abriu a porta da Van para ela, que entrou, olhou para ele mais de perto, estava com o rosto virado para o outro lado, então cumprimentou os outros e foi até o fundão, sentou-se ao lado de Christian, quem a abraçou sorrindo. Tirou sua mochila e colocou de lado. A Van arrancou outra vez e foi diretamente para o apartamento de Anahí. Dulce estava calada, olhava as ruas e pensava no que faria com Chris, não sabia o que fazer, como fazer, mas teria que fazer, essa era sua meta do dia. Tirou seu celular do bolso e aproveitou que Christian falava com Zoraida no celular, colocou em Mensagens, pensou que seria útil, para marcarem um lugar para se encontrarem, pensou rapidamente em um lugar, montou todo os camarins na sua cabeça, mas não colocaria o lugar agora, chegaria antes no estádio e faria sua estratégia. Escreveu somente:
" Necessito hablar contigo! Por favor...espere las otras mensages! Atte. Dulce"
Discou o número de Chris e enviou. Ficou nervosa com aquilo, uma adrenalina que tirava o fôlego. Quando o viu mexer no celular ficou congelada, não sabia o que fazer. Chris quando sentiu seu celular vibrar, o pegou em seu bolso e viu que era uma mensagem de texto, abriu e não acreditou no que viu, era uma mensagem dela, de Dulce, ficou surpreso, então leu e se questionou em pensamentos "o que ela quer comigo?". Respirou profundamente, claro que aguardaria as outras mensagens, estava curioso agora. A Van chegou na frente do apartamento de Anahí, buzinou 3 vezes, logo Poncho entrou e depois de mais 2 buzinadas, ela saiu e entrou na Van. Anahí sentou-se ao lado de Maite e Poncho ao lado de Chris. Todos se cumprimentaram, depois Anahí fica de cócoras de frente a Dulce. Ela olha aquilo estranha, Anahí tinha um sorriso enorme na boca, coisa que ela estranhou mais ainda, depois pensou que era por Poncho.