Fanfic: Palavras, apenas palavras - AyA | Tema: RBD

Naquele dia acordei mais disposto que o normal. A idéia de passar um dia inteiro ao lado de Anahí era no mínimo muito interessante. 

Quando cheguei ao escritório ela já estava lá. Conversava com Dulce na recepção.

Alfonso: Garotas. – Cumprimentei-as.

Dulce: Zuria ligou. – Disse-me. Eu suspendi uma sobrancelha, havia avisado para não ligar no meu trabalho. Que diabos ela queria?

Alfonso: Faz tempo?

Dulce: Uns dez minutos. – Rezei para que Dulce não tivesse mencionado quem era Zuria para Anahí. Se ela soubesse, certamente todos os planos que eu tinha para nós dois iriam por água abaixo. 

Alfonso: Retorne a ligação, diga que no final da tarde eu falo com ela. – Pedi – Anahí – Ela me encarou – Vamos?

Anahí: Tá certo. – Respondeu. E pela suavidade de sua voz, percebi que ela ainda não sabia de nada. Menos mal. 

Mas como tudo que é bom dura pouco, é lógico que ela iria me perguntar quem era Zuria. 

Anahí: Quem é Zuria? – Eu não disse? Tinha certeza disso. Estávamos no meu carro quando a pergunta fatídica surgiu. 

Alfonso: A outra sócia da empresa. – E a minha resposta não fora exatamente uma mentira, senão uma meia verdade.

Anahí: A U&H tem uma outra sócia?

Alfonso: Sim, minoritária. Ela tem 10%.

Anahí: E ela nunca aparece na empresa?

Alfonso: Não. – Graças a Deus. Se Zuria quisesse trabalhar lá a minha vida seria um inferno. – Mas chega de falar disso. Fale-me de você. – Mudei de assunto.

Anahí: Falar o que? 

Alfonso: Do que você gosta, além de mim e de salmões. – Ela rolou os olhos, mas riu em seguida.

Anahí: Orquídeas, vinho tinto, abacaxi, ursos de pelúcia, sapatos vermelhos, chocolate... Hm, adoro chocolate, mas não ao leite, tem que ser meio amargo. – Ela falava com tanta espontaneidade, que era impossível não se encantar. 

Anahí: E você, Alfonso? Do que gosta além de infernizar a minha vida e de babar pela Angelique?

Alfonso: Depois reclama quando eu digo que sente ciúmes. – Disse divertido.

Droga, Anahí! E mais uma vez você e a sua boca grande falaram mais do que deviam.

Anahí: Mas eu não sinto. Foi só um comentário.

Alfonso: Um comentário derivado do ciúme exacerbado que sente. – Disse e tinha certeza que naquele momento ele devia estar se achando a última coca-cola do deserto. 

Anahí: Eu não sinto ciúmes, e muito mesmo exacerbado. – Retruquei, e vi que ele procurava algum lugar para estacionar o carro.

Alfonso: Adiantaria se eu dissesse que ultimamente não tenho olhos para nenhuma outra que não seja você.

Anahí: Você não sente nenhuma espécie de peso na consciência quando mente assim? – Perguntei divertida. E então o carro parou. Alfonso desceu, e em seguida abriu-me a porta. A minha pergunta não teve qualquer resposta, e eu achei que não teria, considerando que ficamos em silêncio enquanto andávamos as duas quadras que nos separavam do tal prédio.

Alfonso: Por mais que não acredite, eu gosto mesmo de você. – Disse, me pegando completamente desprevenida. Eu estaquei, parando na porta daquele apartamento. Alfonso tirou a chave do bolso e a abriu, colocando-se à minha frente. – E eu queria que você, por pelo menos um dia, baixasse um pouco a guarda e me deixasse mostrar isso. – Prendi a minha respiração. O que eu estava sentindo? Aquele homem estava me deixando completa e absurdamente apaixonada. Diante da minha mudez, ele se aproximou, ficando a poucos centímetros de mim. Estava perto demais, e eu confusa demais. Sua boca vinha na direção da minha, seus olhos prendiam-se aos meus como se me hipnotizassem.