Fanfic: Palavras, apenas palavras - AyA | Tema: RBD

Eu aproximei meu rosto lentamente, roçando meu nariz no dela, e engraçadamente eu começava a achar que talvez aquilo dela ser especial era verdade. Vejam bem, talvez. 

Quando minha boca tocou a dela, senti-a estremecer em meus braços. Aos poucos ela separou os lábios, dando passagem à minha língua. A espera valera à pena. Aquele beijo era, de longe, um dos melhores que eu já tinha provado, e me fazia querer ainda mais daquela mulher. Explorei cada pedaço da sua boca, provando o seu gosto, brincando com sua língua, e quando o ar se fez necessário separei-me de seus lábios. Abri meus olhos para fitá-la e a vi, imóvel, olhando-me. Parecia confusa.

Anahí: Eu não sei se isso devia ter acontecido. – Disse incerta.

Alfonso: Por que não?

Anahí: Porque eu estou sentindo algo que eu jamais senti antes. – Respirou fundo, encarando as mãos – E eu tenho medo disso, Alfonso. É algo forte demais. – E não vou negar, aquilo me deixou um tanto quanto temeroso. Não que eu não estivesse acostumado com declarações apaixonadas ou coisas do gênero, mas por algum motivo eu não queria magoar Anahí, mas tampouco podia prometer-lhe que jamais a machucaria, que casaríamos e etc etc. Por isso fiquei calado, e ela, talvez interpretando o meu silêncio, continuou – Eu não quero me iludir com você, Alfonso. 

Alfonso: E nem eu quero que você se iluda. – Disse sincero, enquanto contornava o rosto dela com o polegar. – Não estou te prometendo nada, Anahí. Mas eu quero que você se permita viver isso.

Anahí: O que é isso? – Questionou. 

Alfonso: Nós dois. 

Anahí: Eu não sei. – Disse e eu levei meus lábios aos dela dando-lhe um longo selinho. Ela não rejeitou, e ali eu percebi que embora estivesse confusa, ela estava bastante tendenciosa a ficar comigo. – O que você sente? – Perguntou-me com a voz fraca. Que espécie de pergunta era aquela? Se eu estava ali era porque gostava de estar com ela, não era óbvio? 

Alfonso: Eu gosto de você. – Disse e um leve sorriso se desenhou nos lábios dela – Muito. – Completei. E um longo silêncio se instaurou. Eu apenas esperei, observando-a. O olhar dela se perdia em algum tipo de confusão. Aliás, ela vinha se mostrando uma pessoa mais confusa do que eu esperava. Se eu tivesse um pingo de noção eu a deixaria antes que fosse tarde demais.

Anahí: Pare de me olhar assim ou eu vou acabar me apaixonando. – Estreitei os olhos. Grande mentirosa, eu já estava perdidamente apaixonada, mas não, eu realmente não queria dizer isso à ele. Já não bastasse todas as besteiras que eu havia falado sobre aquela coisa de ter medo e blábláblá. 

Nota: Essas são aquelas atitudes tipicamente femininas que assustam os homens.

Alfonso: E já não está apaixonada? – Já! 

Anahí: Você é muito convencido. – Comentei divertida – E não. Eu não estou apaixonada.

Alfonso: Não é o que parece! – Cantarolou.

Anahí: Alfonso, temos muito o que fazer aqui, okay? – Rolei os olhos. Chega desse assunto. Não queria falar sobre aquele sentimento sufocante que me arrebatava quando eu estava com ele. E para o meu alívio ele não tentou continuar com aquela conversa.

Aquele dia passou rápido, muito rápido. Alfonso não tocara no assunto ‘nós dois’. Não tentara me beijar ou fazer qualquer tipo de gracinha. Estávamos trabalhando, sendo extremamente profissionais e bolando mil ideias para deixar aquele lugar em perfeito estado em menos de uma semana. Confesso que quem falava mais era eu. Alfonso era arquiteto e eu a decoradora (ou aspirante a decoradora, que seja). No fim do dia tínhamos um bom projeto. Bastava colocá-lo em prática.

Alfonso: O que vai fazer no final de semana? – Perguntou assim que estacionou o carro em frente ao prédio em que eu morava.

Anahí: Dormir, comer, ver filme, comer, dormir. Acho que isso. – Dei de ombros. Era geralmente aquilo que eu fazia todos os finais de semana.

Alfonso: O que você acha de sábado você dormir, comer e ver filme comigo? – Sugeriu.

Anahí: Comer e ver filme tudo bem, dormir, nem pensar. 

Alfonso: Já é um começo. – Deu de ombros – A que horas chego amanhã? – Eu arregalei os olhos. Ele estava mesmo se convidando para ir ao meu apartamento?

Anahí: Tá falando sério?

Alfonso: Pareço não estar?

Anahí: Ah meu Deus. – Meneei a cabeça – Às quatro. – Disse dando-me por vencida. Tá. A quem eu quero enganar? O que eu mais queria era que ele fosse até o meu apartamento. E para ser mais exata eu queria comer, ver filme e dormir com ele. Não dormir exatamente. Acho que vocês entenderam.