Fanfic: Palavras, apenas palavras - AyA | Tema: RBD

Eu esperei. Ainda que quisesse parecer desinteressada, me arrumei. Mas não daquelas mega produções. Queria parecer que não o esperava, e que aquele vestidinho curto e florido e os cachos perfeitamente delineados faziam parte das minhas tardes em casa. Acontece que as horas passaram e ele não veio. 
Eu não sei dizer se o que sentia era raiva ou decepção, mas não era nada bom. Ainda que nada de mais fosse acontecer entre nós dois eu queria mesmo vê-lo. Parecia que eu precisava vê-lo todos os dias para me sentir viva. Era só com ele que meu coração batia desesperadamente. Deus, quanta tolice. Eu devia ter vergonha de me sentir dessa maneira, feito uma garotinha tola e apaixonada.

Eu queria saber por que não viera, e cheguei ao absurdo de pensar em exigir uma explicação. Eu literalmente estava surtando. Então o melhor a fazer era afogar minhas mágoas numa grande panela de brigadeiro, para acordar no dia seguinte me culpando pelos 3 quilos a mais. Okay, que se dane, eu ia devorar uma panela de brigadeiro, com morango, se tivesse.

Tirei aquele vestido que me apertava e coloquei uma camiseta branca, velha e larga, fiz o brigadeiro, e me joguei no sofá. Olhei para o relógio, passava das dez. 
Eu acho que aquele devia ser o sétimo filme de comédia romântica que eu via naquele dia. Eu estava sonolenta, muito sonolenta, quando o interfone tocou. 
Praticamente me arrastei até o aparelho soltando um ‘Alô’ que pareceu mais um rosnado. Só que quando o porteiro falou o nome dele eu fiquei bem acordada.

Anahí: O que? – Perguntei meio em choque.

Porteiro: O Senhor Alfonso Herrera está aqui em baixo e perguntou se pode subir.

Anahí: Mas é claro que não! – Bufei ao interfone. O que ele pensava? Que podia chegar à minha casa com horas de atraso na maior cara de pau? Ah não, comigo não!

Porteiro: Senhorita, ele insiste. – Disse-me depois de sussurrar algo com Alfonso.

Anahí: Mande-o embora! – Dei de ombros – Eu não estou com disposição para receber ninguém a essa hora. Diga a ele que nos falamos na segunda, no trabalho. E que ele vá para a casa dele porque eu não quero ninguém me enchendo o saco a essa hora! – Quase gritei. 

Porteiro: Mas senhorita ele... – A campainha tocou, e eu larguei o interfone sem terminar de ouvir o que o porteiro estava dizendo. 

Simplesmente não acreditei quando abri a porta. Lá estava ele, com a maior cara de pau, uma garrafa de vinho na mão, e aquele maldito sorriso sexy, parado em frente ao meu apartamento. 

Anahí: O que você está fazendo aqui? Quem te deixou subir?

Alfonso: Ninguém. – Deu de ombros como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. – Eu subi enquanto o porteiro estava ocupado com você no interfone.

Anahí: E como sabia o número do meu apartamento?

Alfonso: Eu sou seu chefe, sei de muitas coisas. – Disse-me. 

Anahí: Idiota. – Revirei os olhos. Queria enforcá-lo naquele momento. Mas ao mesmo tempo estava extremamente feliz por ele estar ali. Paixão é mesmo um sentimento traiçoeiro e horroroso. – Escuta, eu já estava indo dormir, então é melhor você ir embora! – Pedi educadamente, tentando manter a calma depois do meu surto de fúria.

Alfonso: Me desculpe não ter vindo a tarde. – Pediu, e se eu não estou errada eu via certo arrependimento em seus olhos – Eu trouxe isso pra compensar. – Levantou a garrafa de vinho.

Anahí: Eu não quero isso – Apontei a garrafa – E nem as suas desculpas. Eu não estava esperando você, portanto, sem culpa, sem desculpas e você já pode ir embora. 

Alfonso: Anahí, por favor, deixe-me explicar.

Anahí: Alfonso, não há o que explicar. Relaxe. – Forcei um sorriso – Agora me deixe dormir, sim? – E antes que eu me rendesse àqueles olhos e àquela carinha de cachorro sem dono eu fechei a porta. Isso mesmo, fechei a porta na cara dele. E para a minha surpresa ele não insistiu tocando a campainha outra vez. Acho que desistiu. Orgulho satisfeito, Anahí destroçada.