Fanfic: Palavras, apenas palavras - AyA | Tema: RBD
Cantamos parabéns, uma das irmãs de Ruth falou algumas palavras, depois Ian e Poncho, fazendo os olhos dela encherem d’água.
Durante toda a tarde nos mantivemos no jardim, em volta da mesa, as tias de Ian nunca nos deixavam sozinhos, sempre perguntando algo, contando alguma história antiga. Por sorte, Poncho não acercou-se mais de mim, para falar a verdade, nem o vi durante quase toda a tarde.
Ian: Any, eu já volto. – Disse, deixando-me sozinha no jardim. Perdi uns bons minutos lá, observando as crianças que corriam pra lá e pra cá, até que senti um vento frio bater em minha pele, e voltando os olhos para cima percebi que as nuvens encobriam o céu. Em questão de segundos algumas gotas grossas caíam sobre a grama verde.
Vi Zuria parada na varanda, chamando as crianças para dentro. Com um aceno, ela também me chamou. Juntei-me às pessoas que se aglomeravam na sala ao redor de alguns álbuns de fotografias. Olhei o relógio, passava das seis. Já era hora de ir embora, não que estivesse tarde, mas não havia porque eu estar ali. A verdade era que eu me sentia culpada. Porque, bem lá no fundo, eu tinha uma vontade tremenda de pertencer a aquele lugar, de fazer parte daquela família, de ser ela, Zuria.
Zuria: Anahí, você, por acaso, viu Poncho? – Neguei – Droga. Queria ir embora, estou cansada. – Esticou-se – Estranho, minha barriga ainda nem cresceu, mas minhas costas já doem horrores.
Anahí: Por que não vai se deitar? – Sugeri, com aquele sorriso amarelo no rosto. Não era nada agradável ouvi-la falando daquela gravidez.
Zuria: Acho que vou fazer isso mesmo. – Suspirou – Se Poncho perguntar, diga que eu estou no quarto que era dele, certo? – Assenti, e ela desapareceu subindo as escadas.
Sem nada para fazer, resolvi que procuraria Ian. Passei pela sala, desviando das pessoas e tomei o corredor que dava para não sei onde. Foi quando parei, ouvindo a voz de Poncho, parecia irritado.
Alfonso: Eu não vou aceitar isso! Eu já disse!
Ian: Poncho...
Alfonso: Não, Ian! Ele vai ter que me ouvir! – Poncho bufava, e eu não conseguia me mover, parada feito uma estátua perto daquela porta.
Ruth: Poncho, já chega! – Estava rouca, parecia chorar.
Alfonso: Escuta aqui, você não tem direito nenhum de achar que pode chegar aqui e fazer o que quiser! Essa casa não é sua, e pouco me importa se minha mãe está apaixonadinha por você, eu não caio nesse seu jogo!
Ruth: CHEGA, PONCHO!
– Ele não consegue aceitar que o pai morreu. – Ouvi uma voz grave dizer. Uma voz que eu desconhecia.
Alfonso: Seu filho da...
Ian: Poncho, sai daqui.
Depois disso ouvi Poncho pedindo para que Ian o soltasse, Ian se negava e o mandava embora, Ruth chorava e o tal homem repetia algo como ‘Ele é só um garoto imaturo’.
Assustei-me quando vi Poncho sair apressado por aquela porta, logo Ian também saiu, vendo-me ali.
Ian: Você... – Olhou-me nitidamente atordoado – Você ouviu... Any, me desculpe por isso, mas é que estamos com uns problemas por causa do novo namorado da minha mãe. Ele...
Anahí: Tudo bem, você não precisa explicar.
Ian: Eu preciso ficar com a minha mãe. Ela está nervosa e...
Anahí: Tudo bem, Ian. – Repeti, segurando a sua mão – Não se preocupe comigo. Vá e fique com ela. – Ele assentiu, meio sem jeito, e voltou para aquele cômodo.
Voltei para a sala, tentei sentar-me e agir normalmente, as pessoas ali pareciam não ter ouvido nada. Respirei fundo, a imagem do borrão que era Poncho rompendo rapidamente aquele corredor me veio à mente. Ainda que aquela conversa que tivemos a tarde tivesse me deixado extremamente irritada, não conseguia simplesmente ignorar o fato de que ele estava mal. Não sabia o que tinha acontecido, e aquilo tampouco me importava, mas independente disso, tinha vontade de abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem. Era um vício, eu precisava cuidá-lo, precisava ir atrás dele. E eu iria.
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Saí por aquela porta, já estava escuro e a chuva não cessara. Passeando meus olhos pela paisagem avistei Poncho. Ele estava longe, sentado embaixo de uma árvore, completamente ensopado. Não pensei duas vezes e caminhei em sua direção.
Em silêncio, sentei-me ao seu lado. Ele não me olhou, talvez nem percebera a minha presença. Manteve seu rosto afundado nas mãos, imóvel. Minutos depois ele ergueu a cabeça, ainda sem encarar-me.
Alfonso: Me deixe sozinho, Anahí. – Pediu com a voz rouca. Eu, no entanto, não respondi. E não fui embora. Continuei em silêncio, sentada ao lado dele.
Não houve conversa por um bom tempo, a chuva gelava o meu corpo e o frio fazia-se presente, mas eu não sairia dali, não sem ele.
Alfonso: Eu não vou falar com você sobre isso.
Anahí: Eu não estou pedindo que fale.
Mais silêncio.
Alfonso: Ele é um canalha. – É, eu acabara falando sobre isso com ela – Quer roubar o pouco que minha mãe tem e ela não percebe. Pior, se volta contra mim. Ela acha que eu não superei a morte do meu pai – Sorri, debochado – Ela não sabe o que diz, Anahí, está cega.
Anahí: Às vezes ficamos cegos quando amamos alguém, Poncho. Mas com o tempo ela vai perceber.
Alfonso: Depois que ele tiver conseguido tirar a casa dela? Me parece um pouco tarde demais.
Anahí: E existe alguma maneira de você impedir que isso aconteça?
Alfonso: Tirando tentar convencê-la? Não. A casa está no nome dela.
Anahí: Você vai achar uma solução. – Senti a mão delicada tocar meu ombro. Inevitavelmente um sorriso fraco escapou de meus lábios – Converse com ela, com calma, ela vai acabar te ouvindo. Mas sem atacar esse homem que ela ama. Se você se coloca claramente contra ele, ela vai ficar na defensiva, e para defendê-lo vai acabar fazendo aquilo que você não quer. – Olhei-a. Estranho como as palavras de Anahí me faziam bem. Por mais que eu não enxergasse solução alguma para aquela situação, a tranquilidade com que ela falava me fazia acreditar que tudo daria certo.
Alfonso: Com quem aprendeu tudo isso, psicóloga?
Anahí: Com a vida. – Disse tirando a mão de meu ombro.
Olhando o horizonte, ficamos quietos por mais um tempo.
Alfonso: Me desculpe por hoje na cozinha...
Anahí: Esqueça isso.
Alfonso: Sei que não tenho o direito de me meter na sua vida. Eu só... – Calei-me.
Anahí: Você só?
Alfonso: Senti ciúmes. – Encarei-a, ela olhava-me, muda – Sei que não tenho esse direito. – Repeti – Mas pensar que você estaria com o meu irmão... – Meneei a cabeça, afastando àquela ideia – Desculpe, foi mais forte que eu.
Anahí: É, você não tem mesmo esse direito. – Disse sem olhar-me – Mas eu também não tenho o direito de sentir o que sinto por você. – E os olhos azuis perfuraram-me com uma intensidade violenta. As mãos pequenas e um pouco trêmulas alcançaram o meu rosto, acariciando-o. Pousei minhas mãos sobre as dela, sentindo aquele carinho que me fazia tanta falta – Eu não me esqueci de nada, Poncho. Cada gesto, cada palavra, cada sorriso, cada beijo, cada olhar, cada lágrima. Tudo ainda está muito vivo aqui dentro. – Uma pequena lágrima escapou de seus olhos, escorrendo pelo rosto já molhado pela chuva. Instintivamente eu a puxei para um abraço. Apertado. Demorado. – Mas isso vai passar. – Concluiu. Mas a verdade é que eu não sabia se queria que passasse. Talvez o que eu quisesse era apenas poder viver a minha história com ela. E por mais absurdo que parecesse, era impossível não cogitar a ideia de que, quem sabe, ainda poderíamos dar certo.
Alfonso: Any, você já pensou na possibilidade de ainda dar certo? Digo, daqui a algum tempo...
Anahí: Não. – Interrompeu-me, rompendo aquele abraço e tomando certa distância – Não pensei e não vou pensar. Não é hora para criar ilusões. – Levantou-se, completamente na defensiva – Eu... – Pigarreou, secando os olhos – Eu vou procurar Ian, já é hora de irmos embora.
E depois disso eu não a vi mais.
Autor(a): rosuemi
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 672
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Angel_rebelde Postado em 16/05/2015 - 19:33:16
Leitooraa ex fantamasma ! kkkkkkkkk. Simplesmente AMEI sua fic. PERFEITA do começo ao fim. Tudo que eles passaram, Poncho fazendo besteira mas tentando consertar, Anny td confusa tentando encontrar em outro o q só o Poncho tem. Foi sofrido ele ter perdido o filho depois da discussão com a Zuria =(( Finalmenteee puderam viver o amor deles de forma plena e sem receios. Quasee choro com a carta LINDA q Poncho escreveu pra ela e o Ian entregou no dia q ela ia casar com outro. Foooi lindooo eles no hospital depois do acidente do Poncho, tadinho !! kkkkkkkkkk. Parabéééns mesmo pela história. Perfeitaaaaaaa.
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rosuemi Postado em 03/07/2014 - 11:33:04
franmarmentini: Nossa! Muito obrigada! *-*
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franmarmentini Postado em 14/03/2014 - 14:22:35
AMEI ESSA FIC* FIQUEI MUITO FELIZ POR LELA...CHORREI MUITOOOOOOOOOO KKKKKKKKKKK PARABÉNS...GOSTARIA QUE VC FIZESSE MAIS FICS ASSIM BJUS
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franmarmentini Postado em 06/03/2014 - 15:57:31
olá vou começar a ler...
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isajuje Postado em 22/03/2013 - 00:28:48
Saudades dessa fic :/' por que não continua? Ç.Ç'
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rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:24:32
:)
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rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:18:10
isajuje: Poxa, quem sabe um dia. Haha
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rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:17:34
camillatutty: Owwwwwm, muito obrigada. Que bom que gostou. :)
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rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:16:25
Nova fic, meninas. http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=20905
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isajuje Postado em 12/12/2012 - 12:24:31
Tô triste, acabou :/' KKK' espero que tenha continuação...