Fanfics Brasil - 066 Palavras, apenas palavras - AyA

Fanfic: Palavras, apenas palavras - AyA | Tema: RBD


Capítulo: 066

15 visualizações Denunciar



Naquela semana eu não conseguira agir naturalmente com Ian. Parecia que tudo tinha saído do eixo, minha vida tinha virado de cabeça para baixo. A imagem de Alfonso estava tão viva em minha memória, e despertara de tal forma meus pensamentos que era impossível não lembrá-lo e não odiá-lo a todo o momento.

Ian: Fazia tempo que eu não te via triste assim. – Estávamos no sofá da sala, ele sentado e eu deitada em seu colo – Não vai me contar o que aconteceu? – Perguntou, afagando-me os cabelos. Respirei fundo, pensei. Ian merecia saber porque eu estava distante, quieta e indiscutivelmente triste. E eu queria contar, queria colocar para fora aquele sentimento que me sufocava.

Anahí: Digamos que é um pouco complicado explicar o que aconteceu. – Sentei-me, encostando a cabeça em seu ombro.

Ian: Posso tentar entender. – Disse, com seu ar amigável de sempre.

Anahí: Não sei se conseguiria explicar...

Ian: Qual é? Sou teu amigo, não sou? – Tomou meu rosto entre as mãos, fazendo-me encará-lo.

Anahí: Claro que é. – Respondi, um sorriso começando a se formar em meus lábios.

Ian: Prefiro você sorrindo! – Puxou-me para um abraço, mas antes deu uma mordida leve em minha bochecha.

Anahí: Você não existe! – Abracei-o forte – Queria tanto ter conhecido você há algum tempo... Quando eu não tinha toda essa confusão na minha cabeça... – Comentei. 

Ian: Quem sabe, se conversarmos sobre essa sua confusão, consigamos resolver isso. – Sugeriu, ajeitando-se no sofá, ainda comigo em seus braços.

Anahí: É... Eu quero mesmo conversar sobre isso. 

Ian: Então...


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=OJY883ZIClQ


Anahí: Então que eu sou uma grande idiota, Ian. – Comecei, recostada em seu peito, sem olhá-lo. Encará-lo me exigiria mais coragem, e isso eu não tinha – Então que há alguns meses eu me apaixonei por um cara... Um cara casado.

Ian: Uau. – Balbuciou – E?

Anahí: E que eu me apaixonei de uma forma que eu nem imaginava que fosse possível.

Ian: Corrigindo, então: Você o ama. – Fiquei em silêncio. Por mais que eu e Ian não tivéssemos nada sério, nós tínhamos algo. E não era legal confessar para ele o meu amor por outro homem, ainda mais quando o homem em questão era o seu irmão – Tudo bem, Any, eu não vou me chatear. – Ele podia dizer que não, mas eu sabia que ele iria. E aquilo era tão injusto. Ian não merecia sofrer, não por uma idiota que não valia à pena.

Anahí: Ian – Afastei-me um pouco dele, olhando-o nos olhos. Vamos lá, Anahí, o mínimo que você podia fazer era ser honesta – Eu quero que você entenda que nunca pensei nele enquanto estava com você. Não sou dessas pessoas que beijam um pensando em outro.

Ian: Mas assim que eu ia embora, era nele que você pensava, certo? – A voz sem o ânimo de sempre me dilacerava. Se eu tivesse controle sobre o que sinto, certamente, escolheria Ian. Sem pensar duas vezes. Mas a verdade é que ninguém tem controle sobre seus sentimentos. Por que somos fadados a amar alguém que não merece, enquanto poderíamos ser infinitamente felizes com a pessoa certa? Não há justiça alguma nisso. Não mesmo.


Anahí: Ian, eu... Eu sou uma idiota – Afundei o rosto nas mãos – Esse homem... – Olhei-o, incerta, segurando as lágrimas que eu pensava que já não tinha – Esse homem é Alfonso. – Os olhos claros me encararam confusos, dilatados. Pude ver o choque crescendo pouco a pouco em seu rosto. Ele me odiaria, tinha certeza disso. Sem dizer qualquer coisa, ele levantou, ficando de costas para mim, dando alguns passos pela sala. Eu fiquei parada, observando-o, sentindo as pequenas gotas de água molhando-me a face.

Ian: Isso é novo pra mim. Acho que eu não esperava.

Anahí: Me desculpe. Desculpe por não ter te contado antes, desculpe por sentir isso. – Pedi, levantando e parando às suas costas.

Ian: Você não tem culpa de sentir isso, Anahí. – Silêncio – Vocês dois... Zuria está grávida... 

Decepcionado. Era isso, Ian estava decepcionado comigo, e aquilo me matava. Eu queria ser para ele tudo o que ele era para mim, no entanto, simplesmente, não conseguia. 

Anahí: Olha – Segurei seus ombros, fazendo com que virasse para mim – Quando eu me apaixonei eu não sabia que ele era casado. Quando descobri já era tarde demais. Mas, mesmo assim, eu não quis continuar. Depois que Zuria engravidou, nós dois nos afastamos ainda mais – Disse. Ele não precisava saber das recaídas e do quanto eu era fraca – Tanto Poncho como eu quisemos reconstruir nossas vidas.

Ian: Mas não conseguiram. – Aquilo me calou. Não só as palavras, mas o pesar com que foram ditas – Não conseguiram e isso tá na cara. – Tocou meu rosto, sutilmente – E é uma pena.

Anahí: Ian, eu só te contei porque acho que você deveria saber, não porque eu ainda tenha alguma espécie de esperança a respeito dele. – Expliquei.


Ian: Tem certeza, Anahí? – Perguntou-me, deslizando os dedos por minha bochecha. E bem, era um pouco difícil responder àquela pergunta, porque eu, sinceramente, não sabia se tinha certeza daquilo. Mas dentre todas as minhas dúvidas e confusões o que eu desejava naquele momento era conseguir esquecê-lo.

Anahí: Ian, eu quero esquecer Alfonso! Mas eu não quero te usar pra isso. – Abaixei o rosto, as lágrimas caíam cada vez mais grossas – Você não merece isso. 

Ian: Está rompendo comigo então? – Encarei-o, e uma expressão indecifrável habitava o seu rosto – Rompendo... – Riu consigo mesmo, meneando a cabeça – Tecnicamente nós nem temos nada assim... Sério.

Anahí: Ian, não fale assim! Não aja como se eu não estivesse me importando. Por favor. – Disse, já com o rosto completamente molhado. 

Ian: Desculpa. – Abraçou-me, e eu desabei. Afundei o rosto em seu peito e derramei todas as lágrimas que estavam presas, e eram muitas. Talvez as estivesse acumulando há algum tempo. – Não queria ter sido rude. Por favor, Any, não queria te fazer chorar. – Apertava-me em seus braços – Não faz assim. Desculpa. – Pediu, mas eu não conseguia parar. A torneirinha estava aberta e não queria fechar de jeito nenhum. Até eu estranhei todo aquele choro compulsivo. – Olha pra mim, Anahí! – Disse segurando meu rosto e obrigando-me a olhá-lo – Não fica assim! 

Anahí: C-como não vou ficar a-assim, I-ian? – Soluçava – E-eu não queria magoar vo-você!

Ian: Any, eu não vou te poupar e dizer que isso tudo não me magoou – Prendi um soluço na garganta – Mas – Enfatizou – tudo bem! Ninguém vai morrer por isso, certo? – Com os polegares, ele tentava secar minhas lágrimas – Deixe de chorar! A vida segue.

Anahí: E-eu não quero perder a sua amizade, Ian.


Ian: Nem eu a sua. Mas eu vou precisar me afastar um tempo para assimilar tudo isso, você entende? – Disse-me, calmo. Eu assenti, abraçando-o. 

Ficamos abraçados, no meio da sala, por um bom tempo. Pouco a pouco o choro cessou, mas não por isso a tristeza foi embora. E devo admitir, estava triste não apenas por ter magoado Ian, ou porque odiava todo aquele sentimento que nutria por Alfonso, mas porque não queria perdê-lo. Não queria perder a amizade de Ian, nem a sua companhia. Ele me fazia bem e era extremamente difícil abrir mão disso. 
Mas seria uma atitude egoísta demais usá-lo para esquecer Poncho, ou pedir para que esperasse que eu resolvesse todo esse meu problema interno para depois tentarmos algo. Justamente por gostar tanto dele, é que eu não faria isso.

Ian: Vou pegar um trabalho no México – Contou, mantendo-me em seus braços – Uma revista vai cobrir um evento esportivo e me chamou para fazer as fotos. Vou aproveitar e ficar uns meses por lá.

Anahí: Quando você vai?

Ian: Iria só na semana que vem, mas com tudo isso que aconteceu acho que vou amanhã cedo. – Encarei-o. Deus, eu estava mesmo perdendo-o – Não vou conseguir lidar com isso vivendo na mesma casa que Poncho, iria acabar fazendo merda. Discutiríamos, talvez, Zuria ficasse sabendo e, bom, pelo jeito não é isso o que vocês querem. 

Anahí: Me responde algo com sinceridade?

Ian: Sim.

Anahí: Você está indo embora com a intenção de voltar um dia, ou isso é um adeus? Como você disse, não me poupe! Se você está indo e pretende me tirar da sua vida, eu quero que me diga.


Ian: Não, Any, eu não estou dizendo um adeus. Não vou sumir para sempre e eu vou querer ver esses seus olhos quando eu estiver de volta. – Sorriu. Ainda que estivesse machucado, ele conseguia sorrir para mim. E se bem o conheço, apesar de dizer que não iria me poupar com suas palavras, aquele sorriso tentava fazer com que eu pensasse que as coisas não eram tão ruins assim. Sempre tentando amenizar, acalentar, tornar as coisas mais simples do que elas realmente eram. Ou talvez, ele estivesse apenas tentando fazer parecer que ele se importava menos do que, de fato, se importava. – Desculpe se estou sendo um pouco egoísta em te deixar agora, mas como eu disse, preciso me afastar um tempo.

Anahí: Você não está sendo egoísta, Ian. Você é a melhor pessoa que eu já conheci em toda a minha vida! – Ele riu, acariciando meus braços.

Ian: Posso te pedir um favor?

Anahí: Aham. – Assenti. Ele olhou para o relógio, depois voltou a me encarar.

Ian: São quase onze horas. Amanhã antes do almoço estarei indo embora. Vamos fingir que você não me contou nada disso, vamos fingir que está tudo bem, exatamente como estava há uma semana atrás e vamos desfrutar dessa última noite. Você acha que consegue? – Então foi a minha vez de sorrir, envolvendo meus braços em seu pescoço e colando meus lábios aos dele. 

Nós dois merecíamos aquela noite. 


Bitter is the kiss that says goodbye
Amargo é o beijo que diz adeus




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): rosuemi

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

O que fazer agora? O que fazer quando você se sente a pessoa mais solitária do mundo? Será que o melhor é se enterrar de vez ou tentar espairecer e fazer com que as ideias sumam? Na dúvida, eu me enterrei de vez. Quer dizer, eu ia para o trabalho, não deixara de comer, ou de tomar banho, mas já não havia ânimo p ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 672



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Angel_rebelde Postado em 16/05/2015 - 19:33:16

    Leitooraa ex fantamasma ! kkkkkkkkk. Simplesmente AMEI sua fic. PERFEITA do começo ao fim. Tudo que eles passaram, Poncho fazendo besteira mas tentando consertar, Anny td confusa tentando encontrar em outro o q só o Poncho tem. Foi sofrido ele ter perdido o filho depois da discussão com a Zuria =(( Finalmenteee puderam viver o amor deles de forma plena e sem receios. Quasee choro com a carta LINDA q Poncho escreveu pra ela e o Ian entregou no dia q ela ia casar com outro. Foooi lindooo eles no hospital depois do acidente do Poncho, tadinho !! kkkkkkkkkk. Parabéééns mesmo pela história. Perfeitaaaaaaa.

  • rosuemi Postado em 03/07/2014 - 11:33:04

    franmarmentini: Nossa! Muito obrigada! *-*

  • franmarmentini Postado em 14/03/2014 - 14:22:35

    AMEI ESSA FIC* FIQUEI MUITO FELIZ POR LELA...CHORREI MUITOOOOOOOOOO KKKKKKKKKKK PARABÉNS...GOSTARIA QUE VC FIZESSE MAIS FICS ASSIM BJUS

  • franmarmentini Postado em 06/03/2014 - 15:57:31

    olá vou começar a ler...

  • isajuje Postado em 22/03/2013 - 00:28:48

    Saudades dessa fic :/' por que não continua? Ç.Ç'

  • rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:24:32

    :)

  • rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:18:10

    isajuje: Poxa, quem sabe um dia. Haha

  • rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:17:34

    camillatutty: Owwwwwm, muito obrigada. Que bom que gostou. :)

  • rosuemi Postado em 18/12/2012 - 14:16:25

    Nova fic, meninas. http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=20905

  • isajuje Postado em 12/12/2012 - 12:24:31

    Tô triste, acabou :/' KKK' espero que tenha continuação...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais