Fanfic: Etéreo [Vondy] - Terminada

O mundo estava reduzido àquele quarto, àquela cama, aos dois corpos se movendo no ritmo de um amor terno e esplêndido.
Os cinco sentidos trabalhavam com perfeição, explorando cada um deles.
O clímax não tardou a chegar e, a sensação era de explodirem em bilhões e bilhões de pequenos e sensíveis pedaços, espalhando-se pelos quatro cantos do mundo, como um pó mágico que distribuía uma pequena parte do amor que sentiam, para cada habitante da Terra.
Caíram exaustos no colchão, ficando de lado e se abraçando, aproveitando o momento mágico em silêncio. Ao longe, foram capazes de ouvir algum grilho cantando e uma música estava vindo de alguma casa vizinha.
Dulce soltou um suspiro e colou seu corpo ainda mais ao de Christopher.
― O que foi, meu amor? ― ele indagou, acariciando a curva do quadril feminino.
― Nada demais. Só estava pensando...
― Uma hora dessas e você colocando sua caixola para funcionar? ― ele brincou, mordiscando delicadamente o ombro dela. ― Tinha que ser mulher...
― Oras! Alguém nesse relacionamento precisa pensar, não?
― Sim. Mas no momento certo. E acredite, esse não é um deles.
― Tudo bem. Admito que não é. Porém, tarde demais. Já pensei.
― Certo. E no que pensava? ― ele acariciou levemente o seio dela e Dulce se arqueou contra ele.

― Se você parar de fazer isso, talvez eu consiga falar. ― ela resmungou, adorando sentir o contado da mão cálida dele em sua pele.
― Tudo bem. ― ele disse e afastou sua mão, pousando-a novamente em sua cintura. ― Minha mão está bem longe, portanto, pode falar.
Dulce soltou uma risada e se virou de frente para ele, o fitando com carinho.
― Como eu disse, não é nada demais. Só me perguntava o que seria esse tal presente que você queria me dar.
― Mas como ela é curiosa. ― Christopher depositou um leve beijo na ponta do nariz dela. ― Espere um minuto, que já volto.
― Onde você vai? ― ela perguntou, ao vê-lo se afastar e sair da cama.
― Buscar seu presente. ― ele saiu do quarto, com o auxílio da bengala.
Ao se ver sozinha, Dulce se sentou na cama e puxou o lençol, cobrindo seu corpo. Não por pudor, mas por uma leve brisa que invadia o quarto.
Quase cinco minutos se passaram e nem sinal de Christopher.
Dulce começava a se preocupar e a pensar em ir atrás dele, quando, finalmente, o viu entrando no quarto e, soltou um suspiro de alivio.
Sabia que ele não gostaria de vê-la preocupada com a saúde dele, mas, o que ela podia fazer? Afinal, quem ama cuida. E nesse caso, como o amor era imenso, o cuidado era proporcional ao tamanho do amor que sentia.
Dulce o fitou caminhar lentamente até a cama e, só naquele momento, reparou que Christopher carregava um envelope branco em mãos.

Esperou até ele se sentar para se aproximar dele, o abraçando por trás.
― O que é isso? ― ela indagou, se referindo ao envelope.
― Isso ― ele ergueu o envelope. ―, é o seu presente.
Dulce arqueou a sobrancelha e fitou o papel, dizendo com bom humor:
― Bom, pelo tamanho, creio que não vou ganhar nem um carro e nem uma casa. Certo?
Christopher riu com vontade e se virou de frente para ela, a beijando nos lábios.
― Não. Infelizmente, não tenho dinheiro suficiente para isso, mas, essa casa é sua. ― ele respondeu, com bom humor e adorou ver o sorriso nos lábios dela.
― Como se eu realmente quisesse algo assim. Meu melhor presente é você.
― Acho que é por isso que te amo... ― ele murmurou. ― Enfim, vou te dar ele, mas... quero que abra só depois que eu me for.
A mudança na expressão facial e corporal de Dulce foi tão intensa, que o tocou fundo no coração e ele quase se arrependeu de dizer àquilo, mas, precisava ir adiante em seu plano.
― Não gosto quando você fala assim. ― ela resmungou, se mexendo incomodada na cama.
― Eu sei, meu amor. Mas é necessário e você sabe bem disso.
Dulce não respondeu, só desviou seus olhos dos dele.

Christopher ergueu sua mão, segurando delicadamente o rosto dela e fazendo com que Dulce o fitasse.
― Não adianta querer fugir da realidade, meu amor. Quanto antes arrumarmos tudo, melhor será.
― Eu sei, Chris... ― ela se rendeu, suspirando. ― Mas não quero falar sobre isso hoje. Não no dia de nosso casamento.
― Tudo bem. Ainda assim, só vou te dar o envelope, com a condição de que só o abra quando...
― Tudo bem, Chris! ― o interrompeu, não querendo ouvir o restante da frase. ― Eu entendi. Mas, por quê?
Christopher entregou o envelope à ela e a beijou nos lábios.
― Quando você ler isso, vai entender...