Fanfic: Etéreo [Vondy] - Terminada

Genteeee desculpe pela demora de postes! mas vou terminar de postar agora!*-*

Um mês se passou e o tratamento pelo qual Christopher começava a passar já cobrava altos preços. Ele estava muito pálido, com profundas e escuras olheiras em seus olhos, rugas de preocupação rasgavam sua pele, estava fraco e magro. Isso sem contar em seu humor, que oscilava conforme a intensidade da dor que o consumia no dia.
Dulce sabia que não seria fácil estar ao lado dele esse tempo e ver todo o sofrimento o abatendo aos poucos, mas, não pensava que seria tão doloroso vê-lo assim. Se pudesse, se houvesse a minima possibilidade de trasportar a dor dele para ela, nem que fosse somente por um dia, Dulce o faria sem hesitar. Vê-lo assim lhe doía na alma.
Cada vez que o ouvia gemer, lágrimas se formavam em seus olhos, mas as continha há tempo, sabendo que Christopher se sentiria culpado por elas.
E essa não era a verdade, aliás, estava bem longe dela. Não havia culpado algum na história, só havia consequências, um relacionamento que ― ironicamente ― duraria até que a morte os separasse e, uma vida que seria interrompida brutal e precocemente.
Dulce, por vezes, era acometida por uma vontade de se rebelar contra o mundo, contra Deus, ou o que fosse, mas, sabia que era insensato de sua parte. É mais do que natural o ser humano querer culpar alguém ― que fosse Deus ― nessas horas. Mas ela não seria uma dessas. Precisava se agarrar à algo naquele momento e sua fé seria sua tábua de salvação.
Ao ouvir um suspiro, Dulce parou de dobrar um casaco de Christopher e se virou para a cama onde ele estava, o fitando com atenção.
― O que foi, meu amor?

Christopher deu de ombros e respirou fundo, antes de responder um simples e mentiroso:
― Nada.
Dulce estreitou os olhos e se aproximou dele.
― Você não me engana, Christopher Uckermann. ― ela disse, com bom humor. ― O que se passa por essa sua cabecinha?
― Realmente, Dul. Não é...
― Se disser novamente que “não é nada, Dulce.” ― ela o interrompeu. ―, ficarei extremamente chateada por estar mentindo tão deliberadamente para mim.
Diante de tal chantagem, Christopher revirou os olhos e suspirou.
― Você gosta de ser insistente, hein...
― Exato! Você já deveria saber disso. ― ela sorriu e sentou-se na cama. ― E então? ― o fitou intensamente, esperando por uma resposta.
― Está bem... ― ele se rendeu, com um longo suspiro. ― Estava pensando em algo, mas não sei se você vai gostar.
― O que é? Diz logo de uma vez, Chris.
― Calma, mulher! ― ele riu da pressa e curiosidade dela e, pegou em sua mão, a beijando com carinho antes de fitá-la nos olhos. ― Estava pensando em nosso casamento.
Dulce sentiu como se um punho apertasse seu coração com força.
Nesse momento se arrependia profundamente de ter insistido tanto para que ele revelasse o que tanto pensava.
― Não vai dizer nada? ― ele indagou, perante o prolongado silêncio de Dulce.
Ela respirou fundo e fechou os olhos por um breve momento, antes de responder com outra pergunta:

― O que você quer que eu diga, Chris?
― Não sei... Qualquer coisa parece melhor do que esse seu silêncio dolorido.
― Pois esse silêncio é a única coisa que posso lhe dar nesse momento, Christopher.
― Era melhor eu não ter falado nada... ― ele disse, se mexendo incomodado na cama.
― Não, Chris. Foi bom ter tocado nesse assunto.
― Mesmo? ― ele arqueou a sobrancelha e seu rosto demonstrou ceticismo. ― Por que será que não consigo acreditar nisso? Sei que isso te machuca e...
― Assim como machuca você. ― ela o interrompeu e o acariciou levemente no rosto.
― Por isso mesmo que não deveria estar pensando em casamento.
― Mas por que estava pensando nisso?
― Não sei bem por onde começar e você pode não gostar. ― ele fez uma pausa e, como recebeu somente um olhar penetrante e o silêncio de Dulce, resolveu continuar: ― Pensava que nós poderíamos nos casar.
Dulce bem que tentou não reagir àquelas palavras com espanto, mas não foi feliz em seu intento. Seus olhos se arregalaram e seu coração disparou alucinado no peito, feito um tambor.
Nunca havia imaginado que Christopher voltaria a tocar naquele assunto depois de tanto tempo. E, pela forma como ele a fitava com tanta atenção, esperava ansiosamente por uma resposta que Dulce não conhecia.
Ou, se conhecia, não saberia ser capaz de dar.