Fanfic: Identidade Forçada | Tema: Romance Policial

8.Mentiras

Sabrina estava disposta a obter alguma coisa de Evaristo,mesmo que indiretamente.

- Por que não facilita as coisas?

Ele olhou as horas pelo relógio de pulso.Dobrou o jornal que lia e levantou-se.

- Está tarde,amanhã conversamos.

Mais uma vez,a deixou sem respostas.

Roberta passou a noite com o filho.Demorou para que Tomás acordasse.Mas quando levantou-se ainda sentindo uma dor forte na cabeça,reaparou que a mãe,estava à sua espera.

- O que faz aqui? Brigaram de novo?

- Brigamos,mas não estou aqui por isso.Tomás,você enlouqueceu foi?Trazer uma prostituta aqui pra sua casa! Não mede mais as consequências dos seus atos não? Você não é mais um garoto.

- Prostituta?

-É aquela mocinha que estava aqui com você.

- Ela não é prostituta!

- Está a defendendo?

-Eu não pedi pra que você cuidasse de mim.Você mesma disse que não sou mais um garoto mãe.Sei me cuidar.

- Não parece.

- A Sabrina é diferente...

-Essa garota tá te enganado...

- A senhora nem a conhece pra falar assim dela.Olha,as aparências enganam...

Evaristo e Sabrina tomavam café,quando mais uma vez,o telefone da casa tocou.

- Eu atendo.

- Não menina! Eu atendo pode deixar...

Evaristo tratou logo de sair de perto de Sabrina.Não queria que a jovem ouvisse sua conversa.Conversa essa,misteriosa demais,pra quem nada tinha a esconder.

- Quem era?

- Nada de muito importante.

- Você e os seus segredos.Não vai mesmo compartilhar comigo?

- Você anda curiosa demais,nesses últimos dias...acho que ainda não merece receber dados..

- Dados? Por acaso isso é jogo? Sinto muito,mas isso pra mim é vida real.

- Muito bem,então pare de ficar tentando adivinhar as coisas e volte pra tua “vidinha real”.

Cada vez mais,Sabrina sentia que sua vida estava presa a de Evaristo.Se por acaso quisesse fugir,não teria como tentar.Ele sabia que a jovem portava documentos falsos e qualquer deslize por parte dela,seria o suficiente para que ele a entregasse.Sua vida era uma mentira.E já que assim as coisas acontecia,por que não se jogar de vez? Se era a base de mentiras que Evaristo vivia,com ela dali pra frente não seria diferente.Uma peça nesse jogo estava faltando e ela queria a todo custo,saber que peça era essa.

- Hoje à noite,você vai voltar ao apartamento do Tomás.

- De novo?

- Sim.Ele vai te levar até a casa dos pais.

- Mas ele não fala com o pai.

- Mas fala com a mãe!

- Ah claro,esqueci que você adivinha as coisas...

- Não gosto desse seu comportamento.

- Eu sempre fui assim.

- Se você foi ou não,não me interessa.Só sei que hoje sim,as coisas irão mudar.Preparada pra grande noite?

- Grande noite? O que você pretende? Pra mim será uma noite comum,como qualquer outra.

- Pois te garanto que não será.

- Que motivos teria pra animar?

- Calma moça.Você logo saberá,logo mais a noite.É só ter um pouco mais de paciência.

Ela estava tranquila.Estava.Sentia que Evaristo sabia demais,porém,como sempre,cumpria ordens.Ela sabia que algo de muito estranho estava acontecendo.Por que tantas informações a respeito daquela família?Não tinha respostas.Não tinha um caminho concreto a qual seguir.Ela só sabia,que iria jogar o  mesmo jogo que o dele.Mentiria? É talvez.Aquilo era um desafio não era?Pois bem,ela aguardaria a “grande noite” e usaria as armas que estava acostumada a usar.Se assim,era sua vida,por que não seguir com ela adiante?