Fanfic: Identidade Forçada | Tema: Romance Policial

12.Brincadeira tem hora

Evaristo estava perdendo a  paciência.Não sabia mais,por onde procurar Sabrina.Estava se descontrolando.

- Valentina,Valentina,você não seria capaz de me deixar.Acho que não.

Roberta já tomava café.Ouviu passos.De Nicolas obvio.Tentou ingerir tudo,o mais rápido que podia,mas não conseguiu.

-Ah que dia lindo!Não acha minha querida? Só falta o Tomás aqui para a família ficar completa.

- Não esqueça das suas amantes.

- Amantes? Mas que amantes? Ora meu bem,pare com isso.O que Lucinda vai ?

Lucinda era a empregada que os servia.Ela o olhou rapidamente assim que ouviu o seu nome ser pronunciado.Ele apenas retribuiu o olhar piscando.Roberta percebeu,porém mais uma vez,fingiu nada perceber.A quem deveria recorrer? Ninguém acreditava,numa mulher onde já fora sido internada como louca.Outro motivo também soava contra: A “bondade” do marido.Sim,Nicolas era um ótimo marido à vista de todos.Não era isso que dizia os jornais? Era...

Tomavam o café em silencio.Nada mais para ser pronunciado.A conversa tinha enfim,chegado ao final.Minutos depois,o barulho de campainha.Lucinda fora atender.Tratava-se de Tomás estampando um largo sorriso no rosto.Desfeito ao entrar,se dando conta de que o pai,ainda fazia companhia para a mãe.

- Olha só,quem é vivo sempre aparece.Muito bom te ver meu filho.

- Não digo o mesmo.Tem um minuto mãe?

Roberta enfim levantou-se percebendo de que se tratava do filho.Alegrou-se,porém a raiva e um sentimento ruim tomou conta de si,ao notar a companhia de Tomás.Sim,Sabrina.Agora,não havia como fugir.Estava onde tanto queria.

 Roberta a encarou.Mas logo depois a ignorou.A raiva de Sabrina cresceu.O que aquela mulher,tinha contra si,nem mesmo a conhecia.

- Que moça bonita,como se chama minha jovem? – Nicolas aproximava de Sabrina.Tomás,logo a puxou pra si.

- Conhece mãe,a Sabrina?Viemos passar o dia com você.

- E por que ela? – Roberta a desprezou novamente.

- Porque Sabrina e eu,estamos juntos.

 Nicolas não conseguia parar de olhar Sabrina.Aquilo estava começando a incomodá-la.Percebia que não era bem vinda àquela casa.Primeiro a mãe,agora o pai que a “desejava” e isso fazia ela se sentir acuada.

- Então,hoje ficaremos todos em família.Que beleza.

- O senhor não.Não ouviu o que eu disse?Falei com a minha mãe e não com você.

- Mas está na minha casa.

- Está bem,a casa é sua,caro Nicolas.Fique a vontade.Eu e Sabrina nos retiramos.

- Não Tomás,não vá meu filho.

- A senhora sabe onde me encontrar.

- Tomás,vamos conversar.Você é adulto,não é mais uma criança,já deve entender certas coisas.Vamos conversar.De homem pra homem.

Nicolas dava a entender,que queria se redimir com Tomás.Sabrina no fundo,estava atenta a cada cena,a cada passo.No fundo,estava se divertindo com tudo o que acontecia.

- Com você,não tenho nada a tratar.

- Espera Tomás – Sabrina o agarrou. – Por que isso?Não sei bem,o que acontece,mas por que não se deixar dar essa chance?Por mim,converse.Eu ficarei bem aqui.Te esperarei.

As palavras de Sabrina era tudo que Nicolas precisava para si.Ela era a favor dele?Como ela conseguia ”mandar” em Tomás?Algumas palavras,pronunciadas calmamente para que ele a “obedecesse”.Tomás,mesmo sentindo o ódio subir a cabeça,foi de encontro ao pai para conversarem em um lugar mais calmo.Sabrina sentou-se no sofá da sala,ainda insegura sentindo o olhar de Roberta seguir cada movimento que seu corpo dava.Fitou o chão e o silencio predominou.

- Por que ainda insiste nessa história hein? – Roberta a tirou dos pensamentos.

- Que história?

- Eu sei quem você é garota.É melhor se afastar do Tomás,ou as coisas irão piorar.

- Está me ameaçando?

- Se é dinheiro que você quer,pois bem,eu tenho.

- Não sei do que está falando.

- É melhor pensar bem.Escuta o que estou dizendo.Eu sei quem você é.

Sabrina empalideceu.Estaria Roberta dizendo a verdade,ou apenas blefando? Será que ela sabia mesmo? Mas o quê? Sabia que era Valentina,a garota do orfanato,ou que estava ali,a mando de Evaristo?

- Bem,eu sei que você não me ouvirá.Será preciso cair do cavalo,pra se ar conta do tombo.Mas,já disse.

Roberta deixou Sabrina sozinha naquela sala.O choro atravessa a garganta.Segurava.Por que ela tinha que se lembrar do passado?

Lucinda,aproximou-se.Devia ter em torno de quase 50 anos.

- Menina,vá embora!

Sabrina nada entendeu.

- Por que eu deveria ir embora? Tomás,está falando com o pai,fiquei de esperá-lo.

- Você sabe que deve ir embora.Dona Roberta,não bate muito bem,compreende?

Sabrina nada entendia.Por que uma simples empregada a ajudaria dando-lhe conselhos?Após alguns segundos,perguntaria à ela,que era,mas foi impossível.Tomás chegava a sala acompanhado do pai.sua expressão,era mais tranquila.

- Pensa bem.

- Pensarei,agora vamos Sabrina? Não tenho mais nada que fazer nessa casa.

Sabrina já não sabia mais o que fazer.Nicolas,a encarava mais com outros olhos e Lucinda de longe a observava,apenas movimentando a cabeça em sinal negativo.

Tanto Roberta quanto Lucinda,pareciam não estar brincando. Definitivamente,estava tudo ficando muito confuso.