Fanfic: Coração de Coelho | Tema: O Castelo Animado
A negra ave que ali permanecera durante todo o esvaecer daquela clara noite, prostrava-se com suas suntuosas e negras penas sobre uma velha janela de madeira de tom um tanto âmbar, que orquestrava-se perfeitamente com a leve cor da podridão que esta começara a sofrer. Observava ele aquele frágil corpo a ressonar, que ao lançar-se por completo aos mundos sonhos, fazia com que seus curtos cachos castanhos nadassem entre lençóis e alguns ursos de pelúcia, que ali partilhavam do leito com o jovem garoto á sonhar. Howl que sempre o observará ao nascer de cada lua nova, ocupava um pequeno espaço no sombrio beiral daquela decrépita janela, mas um completamente vasto dentro de sua confusa cabeça, que questionava a si mesmo a cada segundo que sucedeu aquele desastroso dia:
"O porquê de tudo aquilo?”.
Pois alcunha alguma possuirá aquele mero humano para despertar em si, aquela estranha sensação de interesse e curiosidade. O pássaro recorda-se de que no mundo onde abrigava sua essência e onde também este nascera, se entregar aos devaneios e sonhos aleatórios, seria o mesmo que abdicar de sua vida ao pô-la em desconhecidas mãos e lançá-la nos inférteis solos da indecisão, onde futuro poderia não mais haver, pois ao se adentrar em um sonho, a pessoa tornar-se um simples "Invólucro" onde a alcunha de seus inícios e desfechos passam totalmente as mãos do "Arquiteto", ou também conhecidos como: “Seres Humanos”
Ao porem em mente tais detalhes, uma velha lembrança emergi de sua escassa memória, fazendo com que o pássaro recorda-se milimetricamente do dia em que resolveu tomar Lirus, o demônio da água para si: Naquela úmida e quente noite de festividades. Onde os céus mantinham-se acessos pelo brilhante iluminar e o colorido das belas explosões dos fogos de artifícios, que misturados aos confetes e as longas bandeiras que dançavam ao se chacoalharem pelos ventos nos íngremes patamares das altas construções, davam uma linda impressão de harmonia. Onde crianças em companhia dos pais e alguns senhores já de idade, caminhavam alegremente entre as estreitas e movimentadas ruas. Todas fielmente enfeitadas. Ao observarem com grande animo em seus orbes, uma extensa fantasia de dragão de um belo tecido cintilante de cor bordo, que era agilmente movida em ziguezague por alguns altos e coloridos homens, a passarem por dentre a multidão que lhe ai abrindo caminho, enquanto eram envoltos por belas mulheres de longos quimonos pintados de majestosas carpas douradas. Suas faces eram brancas e pálidas, como se houvessem seus belos traços, sido esculpido de um polido e belo gesso, trazendo assim a vaga lembrança de quem as fita-se das antigas Gueixas, ao dançarem em seus sincronizados gestos e impondo perpétuos sorrisos em suas feições, ao comemorarem e alegrar-se cantando uma antiga canção do Festival das Estrelas e Do Amor Eterno:
"As folhas do bambu, murmuram, murmuram, balançam as pontas.
As estrelas brilham, brilham, grãos de areia de ouro e prata. "
Foi em meio a tais fogos, felicidade e alvoroço que Ele: O tão temido Mago Howl, conhecido por devorar os corações de belas donzelas ao esbarar em estas nas vielas da cidade, havia do modo agilmente gatuno furtado o Coração do Demônio, após ter ele seduzido com seus encantadores e profundos olhos azuis a assustadora Bruxa Das Terras Abandonadas, que ao tomar consciência de que seu "Querido Howl" a roubara, o amaldiçoou com furiosas palavras, que foram friamente embriagadas com as cinzas lagrimas que as bruxas choravam ao se entristecerem. Palavras das quais mesmo que este tentasse, jamais cairiam no gélido solo do esquecimento, pois estas foram forjadas a Howl. Como a um selo. Como a uma maldição que esta por si só era:
"Você que engoliu uma estrela cadente,
Ó homem sem compaixão.
Em breve o seu coração será meu.
Pois quando tua necrófila rocha que mente ao declarar-se um coração, cair sobre as temíveis garras do amor. Cumprira o veredicto fardo.
De inegavelmente retornar, para o alcance de minhas vingativas mãos.”
A lembrar de tais frases e do fino e luxurioso tom da voz da Bruxa ao vocifera-las, longos calafrios estendem-se como vagões sobre suas métricas penas, que a essa altura se encontravam encharcadas do gélido orvalho da manhã que se aproximava sorrateiramente, como uma sábia e astuta lebre. Howl então se dá por satisfeito e lançando um ultimo olhar para o garoto a ressonar, que neste momento embriagado em um de seus fantasiosos sonhos, caminhava com seus finos dedos entre as castanhas ondulações de seus castanhos cabelos, ao murmurar alguns baixos sons sem significado aparente algum.
Ele então se abstém de seus pensamentos e chacoalha suas negras penas, jogando assim pequenas gotículas de água para longe de si, nas quais marcam a janela em alguns pontos. Logo em seguida, engatinhando alguns passos para trás. Pula do velho beiral. Ganhando os céus de forma ágil e veloz, ao planar sobre alguns estranhos e altos pinheiros, como uma velha manta, que fora fortemente arrastada por uma irada ventania ao desvencilhar-se de seu dono em uma fria noite. Logo um pequeno brilho entre alguns galhos e uma pútrida lama o chama a atenção e assim este finalmente encontra o artigo que tanto buscava: Alguns pequenos cacos de espelho. Howl então paira sobre o cintilante objeto e como um peixe a atravessar a fina correnteza de um lago, o negro pássaro atravessa a sua imagem refletida no objeto, em direção a uma imensa negritude, na qual até este instante, o trazia grandes calafrios por sua negritude densa e quase palpável. Um pequeno filete de luz se faz um tanto longinquamente e acelerando o atrito de suas asas, o pássaro a alcança e a atravessa um tanto cansado, logo aterrissando-se em uma morna floresta, que era clareada por extensos filetes de luz que adentravam entre as defasadas copas das árvores. Este então se encosta em uma velha e oca árvore que era aparentemente muito marcada pelos anos ou até décadas, enquanto suas asas e patas começam a dar lugar a brancas e belas mãos e suas arrepiadas penas começam a cair lhe pela face em forma de lisos e belos fios de tom dourado. Um tanto exausto, sentia-se cansado de tudo aquilo. De ter que atravessar os espelhos ao despertar das noites de Lua Nova e submeter-se a observar aquele pequeno menino. Sem propósito algum. Apenas pelo simples motivo de sentir em si que era necessário. Como se houvesse sido em cabido a si o observar, por algum motivo no qual consciência este não possuéa, pois jurava que não passaria de uma simples e tola necessidade, nada além...
Howl logo se prostra novamente de pé com sua típica feição um tanto mal encarada, ao perceber que ainda não compreendia o porquê que tudo aquilo acontecia e então dando dois passos á frente, suas mãos começam novamente a transformarem-se em esguias asas e como em um rápido pulo de um elegante felino, o jovem mago lança-se em direção ao luminoso céu.
Apos este dia, as luas novas, que eram para Howl o único instante que poderia ele atravessar para demais mundos, demoram longas estiagens a vir e quando finalmente se mostrou nos céus, após o calendário lunar atrasar-se em delongados dias, ao passar pelo espelho e pousar sobre o já típico beira da janela, o pássaro pode apenas chocar-se ao se deparar com o extenso vazio no quarto onde abitara o garoto, com apenas um longo armário de cor mogno ao preencher sua fria vaguidão e algumas poucas caixas ocas feitas de um surrado papelão, que se encontravam rudemente largadas a um canto qualquer do cômodo.
Vendo que ninguém estará por perto pera vê-lo, o pássaro voa janela adentro, visualizando assim todo o cômodo, que exalava um leve cheiro de moveis velhos de suas salientes marcas nas paredes. O Pássaro então fecha seus azuis olhos e dentro de sua cabeça em um rápido lance, voa rapidamente por entre todos os cômodos da casa, concluindo o veredicto que a casa estará desolada e que não havia dica alguma de para onde o menino pudesse ter partido. De repente, como se em uma louca gargalhada, os azuis olhos do corvo sentem uma presença na qual permanecia oculta até este momento e que caminhava a leves passos da entrada que dava para o banheiro em sua direção, até que a esquia figura da Bruxa das Terras Abandonadas desmitifica-se no gélido cômodo. Era ela uma alta mulher, de gorduras salientes e sorriso largo e vermelho, olhos fortemente marcados de uma roxa sombra, que ali sempre estará presente em união ao forte cheiro de madeira que sua presença exalava. Howl então sente um estranho nervosismo a remexer seu estômago, mas logo se acalma novamente e com sua encantadora e um tanto tremula voz, a diz com uma leve feição quase infantil:
_ Eu sei que na verdade você não esta aqui Bruxa.
Esta então prossegue com suas marcha, dando-lhe mais um passo em sua direção e nesse estante, Howl evidencia a si que não passava ela de uma simples "Correspondência", como era chamado o ato de projetar-se em algum lugar mesmo não o estando nele, com apenas um pequeno toque de magia. É deste mesmo modo que os seres malignos tomam forma para aparecer no mundo humano, que sempre os juram ver de tempos em tempos.
A bruxa então expõe seu amarelado sorriso, que era uniformemente marcado a fumo e então diz com sua encantadora e insinuante voz:
_ Isso mesmo meu querido. Parece que seus sentidos estão cada vez mais apurados não é verdade?
Um breve momento de silencio se instava naquele quarto e não a respondendo, ela então prossegue com seu nada atípico tom de ironia:
_Descobri a algum tempo, que Magnífico Mago Howl vem a este mundo para honrar uma certa pessoa com sua presença encantadora, não é verdade?
O mago sente um forte baque ao ouvir tais palavras. Temeroso do que esta poderia ter feito ao menino que ele observava aos luares, mas controlando sua exaltação ele a pergunta em tom serio:
_Você não fez mal algum a aquele humano não é mesmo?
Soltando um sorrindo a largo modo e após sair do longo frenesi que suas longínquas gargalhadas a levaram, a Bruxa prossegue com irritadiço timbre:
_Infelizmente não pude conhecê-lo meu caro Howl. Mas pude tomar conhecimento de seu patético nome. Como chama-me mesmo aquele mero inseto Howl? Ah! Sim: Lawrence!
Howl então o repete o nome em sua cabeça, arrastando-o como em um sussurro para os confins de sua cabeça, o escutando soar suavemente no fundo de seus pensamentos, o guardando lá com especial cuidado. A Bruxa ao notar sua suposta surpresa lhe pergunta em um alto timbre:
_Você nem ao menos fazia ideia do nome do humano não é mesmo Howl?
Ele então a encara com um falso olhar encantador e a responde:
_Não, sempre o temi a demasiado sabe-lo.
Ela então continua a observa-lo, enquanto meticulava em sua cabeça, o pensamento de que este fora o maldito que lhe roubara o coração do demônio e que agora se encontrava a sua frente, a fitar fortemente o solo, imerso em seus rotineiros e profundos pensamentos nos quais sempre vivera imerso desde o principio. Este então levanta sua face rapidamente e a fitando no fundo dos roxeados olhos da Bruxa lhe pergunta:
_Você ainda esta a minha procura em nosso mundo não é mesmo?
Enquanto retira um longo cachimbo de seus bolsos, e apos o sugá-lo por um breve momento a Bruxa o responde com uma ríspida voz:
_Claro meu querido, pois o coração que tu roubaste é meu por direto e por alguns luxos e vaidade é claro, o terei de volta. Mesmo que isto me custe o que me for necessário.
Ao escutar tais reivindicações, Howl alonga suas longas asas, até o momento que em que sua apagada e rala imagem desmimitifica-se, projetando-se acima de si sua imagem do negro pássaro, mas ainda assim, com sua forma de corvo a sua costeira. Então em meio a um breve segundo, a imponente e majestosa figura do mago se encontrava de pé ao fitar a Bruxa Das Terras Abandonadas a mesmo nível. Ambos como uma imagem um tanto turva e desfocada, de modo que se podia até mesmo ver-se facilmente através destes, por não passavam de simples ilusões. Ele então a lança um encantador sorriso e a pergunta de modo um tanto descontraído:
_Mesmo sabendo que não poderia fazer nada contra mim neste mundo sob suas condições atuais, ao materializar-se apenas visualmente neste local, você necessitou de um podre carrasco para essa alcunha não é verdade?
Ela então arregala os grandes orbes roxas de seus sérios olhos e então o responde:
_Como esperado do Grande Mago Howl, seu claro poder de dedução dá de cara com o essencial em questão.
Ele então prossegue com doce e impassível voz:
_Sendo assim, é claro que este se encontra aqui em algum local entre nós, junto de alguns demais, é claro. Com o intuito de capturar ao curto prazo me atrasar, até que você encontre um espelho em nosso mundo para me honrar com sua ilustre presença aqui, não e mesmo?
A Bruxa quase interrompendo sua ultima palavras o remenda:
_Capturar você, ou simplesmente matá-lo meu querido. Ambos me causariam inesgotáveis sorrisos...
Ao quase cantarolar sua ultima frase, a imagem da Bruxa se desfaz em frente a Howl e após um pequeno segundo fazer-se presente, quatro seres que não se assemelhavam a caninos ou felinos e sim a junção de ambos os gêneros, começavam a descolar-se como desenhos das altas paredes de gesso que os cercavam naquele mal iluminado comodo. Trazendo até mesmo em suas pelagens os formatos dos papeis de parede, como se estes houvessem sido forjados da mesma matéria que estas. Howl logo percebe que não poderia lutar com todos aqueles seres antes que a Bruxa encontra-se um espelho em seu mundo e entçao, ao erguer sua mão direita em direção à janela a sua frente, esta se fecha em um grande baque e o cômodo é por um rápido momento transformado em pleno ombreou de tão escuro, fazendo com que Howl tivesse uma simples ideia do porque que o garoto Lawrence, jamais fechara a janela aos caíres das noites...
Voltando rapidamente sua atenção aos cães, que agora soltavam grandes rosnados na fria escuridão daquele quarto, quando de repente um pequeno ponto de um forte brilho azul mostra-se por um instante e mostra-se ser o longo colar que Howl agora trazia em uma de suas mãos, como se estivesse ele a segurar um longo chicote. E quando em um segundo baque a janela se tornam a abrir-se, se partilham todos os vidros sob um grande estrondo e os animais que salivam pelos cantos de seus dentes cerrados puderam enxergar novamente a Howl e então este os diz:
_ Parece que nós nos divertiremos um pouco cavalheiros.
Neste instante, todos os cães lançam-se em um rápido salto em direção ao jovem mago ao centro do cômodo, com suas longas e afiadas presas a mostra por suas largas bocas, que babava-lhes uma densa espumas aos cantos um tanto esticados a pele. Howl repentinamente e em um leve movimento fecha seus olhos e tocando com a ponta de seu colar sob solo a sua frente, todas as criaturas são fortemente lançadas em direção as paredes. Neste exato momento, esticando suas longas pernas e arrumando sua longa blusa, que era de um forte tom azul cobalto contornado de demais tons e que o mago mantinha apenas recostado sobre suas costas. Este então corre a longos passos em direção à janela, acompanhado de sua forma real no mundo humano, o pássaro, a sua frente. Quando rapidamente um dos cães ao se levantar, prostrando-se no meio do caminho de Howl, mas este continua com o rápido ritmo de seus passos, até o momento em que fortemente chocar-se com o cão e o espatifa contra os restos que sobrara do vitral superior da janela e então cai um tanto leso sobre o chão que encontrava-se coberto de uma fina e escassa grama, onde podia-se ouvir os pequenos cântico de uma cigarra em algum lugar a grama. Ao olhar rapidamente para trás ao tocar o solo, Howl nota as três demais criaturas pularem do beiral da janela em sua direção e este então se coloca rapidamente de pé, a correr para a direção de uma densa relva a sua frente, a procura de alguns cacos de um espelho que ali havia visto enquanto chegava no nascer da noite, antes que as feras o tivessem em seus dentes ou a Bruxa o alcança-se por si própria. Sendo a segunda hipótese a mais temida por si. Ele então recorda-se ao cortar em alta velocidade a tensa verdidão da mata, como no começo ele quis conhecer a Bruxa Das Terras Abandonadas a fervoroso modo, por achá-la uma interessante figura. Até a acompanha-la como "Invólucro", ou seja, como um simples integrante nos sonhos de pessoas das quais não gostava, ou nos de quem ela invejara e deste modo a descobriu sendo uma criatura assustadoramente maligna e assim distanciou-se por completo desta, fazendo antes um pacto com o demônio da agua: Lirus, que em troca de sua liberdade o pagaria com a suposta petrificação de sua beleza, tendo após isso de o leva-lo consigo por toda sua vida...
Howl continuava a correr em meio a despaginada floresta, quando este torna a notar as feras a lhe perseguirem a sua costeira e obtendo certeza de que não seria fácil as despista-las e muito menos combate-las, em um rápido segundo, sem ao menos tocar os pés no solo, o mago vira-se em frente aos eufóricos perseguidores e esticando a longa manga de sua blusa em direção a estes, quando de repente a florestas é em um rápido instante, tomada por uma assustadora quantidade de pássaros de papel, que saiam de sua manga de descontrolada forma. Pássaros nos quais preenchiam com seus fortes tons brancos toda a já não mais fosca mata, a reluzirem a luz do luar como iluminadas aves, confundindo assim as feras, tornando em meio a tamanho alvoroço, mais fácil a fuga de Howl em meio as podres vegetações arbóreas daquele local, por fim os despistando em alguns poucos segundos. O Mago então mantém-se em total silencio sobre um alto e seco pinheiro, até o momento em que pode constatar que todos haviam realmente ido embora e já encontravam longe o suficiente para não o farejarem caso este desce-se dali.
E então ao recostar em um longo galho ainda em cima do da alta arvore, este sente seu corpo um tanto dolorido e ao soltar uma delongada expiração, este percebe na úmida gota vermelha a lhe pingar a banha de sua blusa, onde este perceber que sua pele encontrava-se rasgada e manchada pelo forte tom das vermelhas gotas de seu rubro sangue, que pareciam mais negros pela pouca iluminação da mata. Sim a lua nova jamais brilhou tão pouco. Quando ao retirar uma longa fita branca de seu bolso, ele então ata seu ferimento, sentido pequenos espasmos de dor ao apertar seu nó com certa força ao puxar a fita entre seus dentes e sua única mão eu encontrava-se em bom estado. Seguidamente, uma imensurável angustia se aproxima de seu peito, por somente naquele instante, perceber que jamais tornaria a ver o seu “pequeno menino” a sonhar, que tardiamente descobrira chamar-se: Lawrence, sim, um belo nome pensava Howl ao tentar alongar sua memoria as pequenas imagens que este guardara dele.
Tais pensamentos fazem com que uma fina lagrima se misture ao salgado suor de seu rosto, que escorrendo por todos seus belos traços, faz fim ao entralhes por seus rosados lábios e o então entristecido garoto põe-se a encarar os céus, como ao culpá-lo por tê-lo o arrancado de modo demasiado frio de seu único ponto seguro, ao atrasar-se cinco dias na renovação de seu luar.
A ideia de jamais tornar a ver a corada face de Lawrence o causa uma fria pontada em sua cabeça, em possivelmente acabar relembrando de seu artigo temor, de não saber para aonde prosseguir, ou o por que sorrir ou existir nesta vida onde em todos os objetivos não se encontra a esperança. Pois enquanto pudera ele observar o jovem garoto a sonhar, sentia-se como se houvesse chances e escapatórias para pessoas como ele. Que existiam no mundo pessoas boas, que eram dignas de sorrisos, felicidades e até mesmo da liberdade que nem disso Howl sentia possuía. Pessoas que não precisavam fugir de ninguém, pois não haviam tido como ele uma triste vida, que sempre fora sondado pela falta ou total escassez de sorte ou do carinho e amor de alguém, Howl sentia-se desprotegido, como se sua única e tão ilusória fonte de força houvesse desistido de caminhar ao seu lado, de acompanhá-lo. O garoto não podia admitir o rumo que tomaram os fatos, ele necessitava ver a Lawrence novamente, mesmo continuando a não entender do que se valia aquela estranha vontade. Ele faria o que todos temiam, eles faria o que fosse impossível, sim, ele iria até mesmo atrás Dela, para reivindica-la o “seu menino”.
Ao descer em alta velocidade do esguio galho de pinheiro onde se encontrava, este aterrissa suavemente no fofo solo de escura terra. E fintando os céus por mais alguns breves instantes, Howl Põe-se a correr entre a densa mata, a procura de um espelho qualquer e enquanto atravessava-o, com grande uma determinação que era refletida no fundo de seus azuis olhos, ele prometia a ele mesmo que iria até a "Mortiça de vidro". A temível sacerdotisa, que após ter sido seu morto seu pobre mortal que esta tanto amara, ela reclusou-se em uma pequena cabana no alto de um sombrio morro, para que pudesse solitariamente sobreviver somente de sua dor e tristeza. Alguns diziam que esta ainda fazia feitiçaria e que abdicava ela de grandes poderes e conhecimentos, que segundo boatos que os ventos contam, esta tomou a sugar a vida de milhões de deuses e alguns homens, aos quais se sentiram fatalmente atraídos por sua singular e imensurável beleza, na qual humana alguma jamais poderia possuir, senão nasceria morta com tantas outras.
Howl iria até ela e arrancaria de si sua ajuda e informações, nem que para isto a houvesse ele de enfrentar uma temível sacerdotisa ou até mesmo matá-la...
Continua ~
Notas do Autor: Olá a todos! Depois de muita demora, Ensino Médio exaustivo e Técnico de Química level hard: Cá estou eu aqui no Nyah! Aproveitando essa “folguinha” (que a páscoa me trouxe como maior dos presentes) para escrever e editar esse primeiro capítulo um tanto tardio demais. Então peço que perdoem, de coração, por toda essa demora para atualizar a fanfic. Continuando: Nesse capítulo acabei colocando a data do meu aniversario no contexto da historia, que é comemorado exatamente no dia do Festival do Tanabata Matsuri e a musica cantada no inicio da Fic é a tradução desta: *que originalmente é cantada no Japão nesse festival*.
"Sasa no ha sara-sara
Nokiba ni yureru
Ohoshi-sama kira-kira
Kin Gin sunago"
Efim:3 Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo e que eu consiga de mesmo modo, tempo para não delongar taaaaanto as postagens aqui. Abraços a todos ~
Atenciosamente,
: Kohaaku :3