Fanfic: Paraíso Imperfeito 1ª e 2ª temporada (finalizada) | Tema: rbd

Maite estava em sua casa, escutando mais uma vez a gritaria dos pais. Por mais que tentasse tapar os ouvidos, era impossível não escutar. Ela se deitou na cama e cobriu a cabeça com os cobertores, tentando pegar num sono, mas era impossível. Apertou os olhos, chorosa. Por que seus pais tinham que brigar daquela forma? Será que eles não pensavam nos filhos? De repente, Maite sentiu um pequeno peso em cima dela. Descobriu a cabeça e viu Joaquim, seu irmãozinho de três anos. Ele parecia assustado.

-Joaquim? - ela levantando-se.

-Mai... Por o papai e a mamãe estão brigando? - fazendo beicinho.

-Eu não sei...

-Me dá peito?

-Vem... - esticando os braços e Joaquim se aconchegou no seio da irmã. - Quer dormir comigo essa noite?

-Quero...

Os dois se deitaram e se cobriram. Em questão de minutos Joaquim dormiu, mas Maite passara a noite em claro, escutando os venenos que os pais jogavam um contra o outro.

No dia seguinte...

Maite apareceu péssima no colégio. Estava pálida e os olhos estavam vermelhos e inchados. Christian que passava pelo corredor assobiando logo parou ao ver o estado da menina.

-Caramba... - olhando-a de perto. - Você é sobrevivente da Bruxa de Blair?

-Hoje não Chávez. - abrindo seu armário.

-O que aconteceu? - encostando-se ao armário ao lado.

-Nada...

-Fala de uma vez. - insistente.

Maite respirou fundo para não mandar Christian para aquele lugar. Olhou bem para o mesmo e conseguiu perceber que se ela não falasse, ele não a deixaria em paz.

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Maite e Christian estavam sentados, num dos bancos mais distantes do pátio principal. Era praticamente um esconderijo, pois quase ninguém ia para lá. Eles estavam sentados lado a lado. Maite tinha uma taça de suco praticamente cheia ao seu lado, pois Christian havia insistido que ela tomasse pelo menos um gole.

-Então... - disse ele, terminando de tomar seu suco. - Vai dizer o que aconteceu ou ficará aí calada?

-Desde quando um veterano se preocupa com uma "ninfeta"? - ela ironizou.

-Diga de uma vez.

Maite suspirou fundo e colocou uma mecha de seu cabelo que caía em seu rosto, atrás da orelha.

-Meus pais... - ela começou. - Não agüento mais vê-los discutir... É a noite toda. - sentindo os olhos arderem. - Eles não pensam que talvez isso possa magoar os filhos...

-É por isso que está assim? - ele soltou um riso leve.

Maite o encarou, indignada.

-Como pode dizer isso em um tão frio? - ela indagou com a garganta seca.

-Gatinha se você soubesse por tudo o que eu passei, saberá que isso você tá passando é o paraíso.

-Do que está falando? - contorcendo as sobrancelhas.

Chris soltou um suspiro longo.

-Meu pai... Ele... É um viciado em esctasy. Todo o santo dia... Surrava a minha mãe. Algumas vezes os socos sobravam pra mim. Mas... Na maioria das vezes, ele me surrava porque eu subia nas costas dele, tentando impedir que ele continuasse a bater na minha mãe. Ela sofreu dois abortos, por conta das surras dele... Às vezes minha vontade era de matá-lo... Então... Um dia... Eu o vi... Tentando estuprar a minha mãe... Ela gritava... Pedia para ele parar... Mas ele batia nela... Eu... Eu fui até a cozinha e peguei o martelo de bater carne. - ele soltou um riso. - E bati na cabeça dele. Eu bati tão forte... Que por pouco não fiz orifício ali.

Maite escutava tudo aterrorizada.

-Bati várias vezes... Despejando a raiva que eu sentia. Não me importava se ele batia em mim... Mas na minha mãezinha? Não... Isso eu nunca perdoei. E bati... Eu bati, bati, bati... Quase o matei. Foi uma das uma das piores épocas da minha vida. - então ele de ombros. - Mas olha pra mim agora? Dificilmente você me vê sem um sorriso no rosto! Porque eu superei e você também tem que superar isso...

-Mas eu tenho medo... - encolhendo-se no peito dele.

-Eu sei... - abraçando-a. - Eu sei. - dando um leve beijo nas madeixas dela. - Mas vai ficar tudo bem...

-Não vai...

-Vai sim! Acredite em mim... Vai sim.

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