Fanfic: Socorro que a mamãe vem aí! RyD
Eu sabia bem, desde o primeiro estante, que aquela coisinha pequena e banguela tomaria conta do meu coração como ninguém antes. E foi justamente o que aconteceu. Ainda posso me lembrar de cada passinho; cada palavrinha errada, que tínhamos de corrigir; cada choro; de suas doenças que me faziam pedir a Deus que me deixasse doente, mas a curasse.
Nunca fui a pessoa mais normal desse mundo, tenho que concordar, e talvez nem a mãe mais normal eu seja, particularmente isso pouco me importa, por que um dia desses ouvi de sua boquinha a seguinte frase “Você é a melhor mãe do mundo!”. Embora sabendo que era um imenso exagero, meus olhos se encheram de lágrimas e a abracei, feliz da vida, por ter conseguido meu maior objetivo: Ser uma boa mãe.
Mas tenho alguns momentos que eu denomino de “inesquecíveis” que vou ter de relatá-los a vocês.
Como por exemplo, a escolha de seu nome.
Não sei se já comentei, mas só tínhamos escolhido nome, caso fosse menino, e quando percebemos que a chamávamos de “florzinha” por falta de nome, foi assustador. Depois de várias discussões onde eu sempre argumentava dizendo a mesma coisa....
—Vai ser Patrícia e pronto!
—Não Roberta, vai ser Virginia.
—Só por que significa virgem? —Eu perguntava indignada, com as mãos na cintura, que ainda não tinha voltado “ao seu normal”, pra ser sincera, eu nem tinha cintura.
—Claro, meu bebê será eternamente virgem — Coitado do meu marido, que até aquele momento ainda era meu namorado.
—Mas quem pariu? Quem a carregou durante nove meses? Você ficou só com a parte boa! —Eu argumentava sempre com a mesma coisa.
Mas ainda com o livro nas mãos decidimos juntos. Seria Ana, “cheia de graça”.
—Olha amor, olha o sorrisinho sapeca dela... Não tem cara de Ana? —Ele me sorriu e ainda a olhando, vi seus olhos enxerem de lágrimas.
E assim decidimos, seria Ana.
Um aninho se passou, e quando estava com seus 1 aninhos e 5 meses, a vi dar o primeiro passinho.
—Ana, vem aqui com a mamãe, bebê. —Estávamos em um parquinho. Diego a segurava de um lado e eu do outro gritando, de braços abertos. Sonhando tanto em vê-la caminhar.
Lembro-me bem, ela deu um passinho, dois, três, quando estava no quarto, bem próxima de mim, caiu em meus braços, com um daqueles sorrisinhos que só ela consegue ter.
Porém na vida de uma mãe nem tudo é mar de rosas. Não demorou muito para eu descobrir isso. Foi logo em sua primeira semaninha de vida. Quando suas cólicas fortes, a faziam sofrer, chorar. A pegava em meu colo tentando de todas as formas fazê-la melhorar. Parecia que quem estava com dor era eu, não ela. Mãe tem essas coisas, e agente só consegue entender quando é.
Também não consigo esquecer quando retomei meus estudos à noite, enquanto ela dormia estava eu a estudar. Imaginando se ela acordasse a noite e não me encontrasse, se ela precisasse de mim e não me visse por perto. “Calma, Roberta, o Diego está lá”, repetia mentalmente para mim mesma, sempre que o coração me apertava e a vontade de sair da sala de aula aparecia.
Em falar em aula, como esquecer o seu primeiro dia no jardim de infância? Não tem como.
Fiz questão de levá-la. Com aquele uniforme, que para variar, a deixou linda; foi dando passinhos, em direção a escolinha, com os olhos cheios de lágrimas, segurando firmemente em minha perna.
—Não mamãe! Ana quer ficar com mamãe.
Tive que me controlar para não pegá-la em meus braços e levá-la de volta pra nossa casa. “É pro seu próprio bem”, eu tentava me conscientizar disso.
E como não mencionar, a primeira reunião que tive com a diretora de seu colégio? Ela ainda estava na primeira série e já demonstrava que nisso puxou a mãe, para minha infelicidade.
Já em outras coisas puxou a... Sabe que não fazemos idéia.
Ah, como quase me esqueci de falar daquele dia?... Que aparentemente era um dia comum, como qualquer outro. Onde estávamos em nossa casa, jantando.
—E então, querida, o que aprendeu hoje na escola? —Diego perguntou. Não estranhei, era uma pergunta comum do nosso cotidiano.
—Sexo. —Ela falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Na hora Diego se engasgou com o suco que estava a beber, eu, bom, eu fiquei sem voz e pálida. Como que uma escola ensina a uma criança de OITO, eu disse OITO, anos o que era sexo?! Onde ficou as cegonhas?!
—Como assim sexo?! —Aquela palavra nunca foi tão difícil de pronunciar.
—Sexo, de sexo, mamãe. Creio que não precise explicar a vocês dois, não é mesmo?
Eu fiquei pasma, meu bebê, já não era tão bebê assim, sabia o que era... sexo! E só tinha OITO anos!
—Olha a boca, Ana! Eu te proíbo de falar essa palavra! Entendeu mocinha? — Diego a repreendeu.
Pra vocês pode até parecer algo tonto, mas para pais que acreditam que sua filha ainda é o mesmo bebezinho que você segurou no colo, assim que nasceu, não é nada tonto.
Tive que tomar as rédeas da situação. Diego estava pálido, creio que ver sua filha falar de sexo, foi uma das piores experiência de sua vida. Pelo menos uma das mais traumatizantes, eu tenho certeza.
Não deixei ele ligar para a escola pra reclamar como ensinavam uma coisa dessas a uma criança inocente. Como a nossa filha! Poxa! Isso não é coisa de se explicar numa idade como aquela.
Mas aí veio aquela bendita conversa, entre nós três...
—Filha—Suspirei fundo, pra continuar falando, sobre aquilo com meu bebezinho. —Sexo, é uma coisa comum....
—Que você nunca fará! —Diego sempre me interrompia com algum comentário, deste tipo.
—Comum para adultos. —Continuei da onde havia sido interrompida. —Mas envolve coisas que só mais pra frente você irá entender.
—Eu sei mãe. Eu ainda não tenho idade pra isso. Só não entendi por que o papai ficou tão nervoso com a professora, ela só explicou isso!
—O dia que você for mãe vai entender.
—Nada de ser mãe! —Diego mais uma vez me interrompe desesperado.
—Diego cala a boca! —Tive de gritar, já estava me irritando aquilo. —Então, filha, só quero que saiba que nós não vamos mais ter chiliques, quando você comentar algo do tipo.
—Mas antes, promete algo pro papai? —Diego lhe pediu.
—O quê, papai?
—Promete que nunca vai fazer isso... sexo?
Por incrível que pareça ela deu uma imensa gargalhada.
—Pai, um dia todo mundo faz isso. —Ela muito esperta, disse o beijando sua bochecha, um truque para acalmá-lo que nós duas conhecíamos bem.
—Então promete que só depois dos quarenta anos?... Quarenta não... cinqüenta. Promete?
—Papai, todo mundo faz isso antes.
Fiquei admirada com a natureza que ela falava, de como já entendia certas coisas, que nem eu com sua idade conseguia entender.
O Diego estava desesperado, coitado. Ana, sabia disso. Muito esperta fez uma outra promessa...
—Pai, prometo que vai demorar muito ainda pra fazer isso ta? Por que é nojento! —Ela fez uma careta.
Sorri. Embora madura pra sua idade, ainda era uma criança.
Autor(a): traumadadyc
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Como podem perceber, minha vida mudou. Tive que amadurecer, crescer, para ser a mãe que ela merecia. Que meus filhos mereciam.Pouco depois que ela completou seis anos tive minha segunda florzinha. A Maria, dessa vez Diego cismou com esse nome, e nem eu pude mudar.A gravidez dela foi mais difícil, nasceu prematura, me lembro como sofri. Maria ao contrario de Ana ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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raissar Postado em 02/01/2008 - 12:59:26
quero te pedir um favor, posta na sua web, amor de verdade???!!!!!!!!!
Ela é mto boa -
gerciane Postado em 02/01/2008 - 06:55:14
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah...
mais uma web que eu amêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei
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o Di sempre ciumento
muuuuuuuuuuuuuuuito lindo !!
aaaaaaah, já falei que cê é uma ÓTIMA escritora ?
Bjos