Fanfic: ` Awakening Dream . | Tema: Vondy

Elas se sentaram á sua frente, e Mai espalmou as mãos na mesa.

- Como você é capaz de voltar aqui, pra esse lugar, na maior cara de pau, e ainda dar oi? – perguntou entre os dentes.

- Mai, essa cidade também é minha cidade. – ele respondeu sério. Não estava á fim de levar bronca de duas mulheres na TPM.

- Deixou de ser quando você acusou a minha irmã de te trair e a chamou de vagabunda. – disse Annie.

- Não é o que a minha certidão de nascimento diz. – ele respondeu á elas. – Olha, vocês duas tem direito de reclamar, até certo ponto. Nenhum dano foi causado até aqui, então...

- Nenhum dano? Nenhum dano? – Mai repetiu transtornada. – Como assim, “nenhum dano”? Você só pode estar brincando. – elas o encararam sérias, e viram, em seus olhos que ele estava falando sério.

- Ele não sabe. – constatou Annie, um segundo antes que a irmã.

- Não sei de que?

- Ele não sabe. – concordou Mai, atônita. Mas logo o seu humor voltou e ela sorriu cínica. – Pois é, você não sabe. Graças a Deus...

- Não. – cortou Annie – Ele vai vê-la.

- Não! – disseram Mai e ele juntos. Annie levantou, passou pela irmã, puxou Christopher pelo braço, e só deu tempo dele tirar uns dólares do bolso e deixar na mesa e ser arrastado pela loira porta á fora. Ela era forte, por incrível que pareça.

Logo estavam os três dentro do carro da loira. As duas na frente, Christopher atrás.

- Eu já disse que não quero vê-la! – ele repetiu.

- Nós já ouvimos. – disse Annie, séria, dirigindo pelas ruas tumultuadas da cidade. – Mas você vai vê-la, pra me responder depois se nenhum dano causado. – ela disse, e olhou pra a irmã. – Avisa o Poncho que a gente vai demorar. Ele ta indo lá pra casa. Pede pra cuidar da Mycaella.

- Alfonso? – perguntou Christopher.

- É. – responderam as duas, secas. Mai pegou o celular e discou um número decorado rapidamente.

- Alô? Oi Poncho. Sim, eu to com a Annie sim. Ah, ta, aviso sim, mas quero te pedir um favor. É, é o seguinte, a gente ta voltando pra ver a Dulce. – ela esperou um pouco e respirou fundo – Poncho, respira, ok? A gente te explica quando chegar em casa. Na verdade, não vamos precisar falar nada pra ti, porque você vai entender, mas só quando chegarmos. Beijos. – desligou o telefone rapidamente, como que para não dar tempo para o outro responder.

- Você não pediu pra ele cuidar da Mycaella. – disse Annie, entrando no bairro onde ficava o hospital.

- Ele sabe que tem que cuidar da Mycaella melhor do que ninguém, principalmente com Marichelo em casa sem fazer nada. – disse Mai, guardando o celular. Annie suspirou.

- Quem é Marichelo, e quem que é Mycaella?

- Nossa, você não vê os jornais não Christopher? – perguntou Annie, olhando-o pelo retrovisor.

- Nova Iorque não é tão interessante pelo ponto de vista de Londres. – ele respondeu. Mai revirou os olhos e se virou no banco para olhá-lo, soltando o cinto.

- Mycaella é a filha da Annie. Ela tem dois anos, e é muito inteligente. – respondeu Mai, assumindo um tom professoral. – E Marichelo é a esposa do nosso pai, ou seja, nossa madrasta. – Christopher arregalou os olhos.

- Como assim? E a dona Blanca? – ele perguntou. Mai e Annie suspiraram juntas.

- Mamãe faleceu num acidente de carro. – respondeu Annie, perante a mudez de Mai. Suas vozes estavam falhas. Ele ficou estático por alguns minutos, processando a informação, enquanto Annie se aproximava do hospital. Ele não estava olhando por aonde iam. Estava olhando para seus próprios pés, confuso com tudo. Blanca sofrera um acidente. Morreu. Marichelo... quem era essa? Legal? Simpática? Mãezona, como Blanca era? Não, com certeza não. As meninas não gostavam dela...