Fanfic: ` Awakening Dream . | Tema: Vondy

- Não é fácil. – comentou Annie, meneando a cabeça, em meio ás lembranças ainda.

- Não, não é. – assentiu Mai – Mas temos que fazer. Não vou desistir dela.

- Porque não me ligaram? Me avisaram? Me chamaram? – ele olhou para elas.

- E dizer o que? Você resolveu ir embora por uma mentira idiota na qual você acreditou. – respondeu Annie, dessa vez levantando os olhos e o encarando nos olhos.

- Tinha como não acreditar? Quem me garante que ela não ficou grávida de verdade e sumiu para abortar? – Mai fez uma cara chocada e logo ficou revoltada.

- Ou cala essa boca imunda agora, Christopher, ou vou ter que te tirar daqui! – ela rugiu. Ele respirou fundo e olhou para Dulce.

- Perdão. – murmurou para ela, e depois repetiu, mais alto, para as duas ouvirem. – Perdão, mas eu fiz o teste pra ver se era falso ou não. Não era. – ele disse, tentando explicar, mas evitando os olhos da morena que ainda estava puta.

- Ah, e você acha, que quem fez isso não sabia fazer muito bem o serviçinho? – perguntou Annie.

- Eu sei lá. – respondeu ele se irritando. – Posso ter errado sim, mas eu ia lá saber se tinha alguém querendo ferrar o nosso noivado? – ele perguntou frustrado. Mai revirou os olhos.

- Meu filho, vocês noivaram na mídia, lembra? – ela estalou os dedos pra ele. – Acorda. Tinha muita gente querendo acabar com o noivado de vocês. – ele ficou em silêncio.

- Por ela ou por mim? – ele perguntou depois de um tempo.

- Por ela, eu creio. Você era e é mais conhecido em Londres por seu pai do que aqui. – Annie respondeu. Ele suspirou.

- Agora é só por mim. – comentou baixinho, traçando o contorno da testa e olhos de Dulce com o indicador levemente.

- Só por você porque? – Mai perguntou num tom curioso.

- Meu pai faleceu tem dois anos. – ele respondeu, baixinho, quase sussurrando. – Ele sofreu um acidente feio de avião, quando voltava de uma conferência no Canadá. Todos os tripulantes morreram junto. A empresa é minha agora. – nenhuma das duas falaram.

Pra Mai, não era questão de vingança, mas sentia-se bem ao saber que o pai dele falecera. Sua mãe também morrera, e gostaria de saber como era perder alguém, mesmo que no caso dela, havia perdido muito mais do que apenas sua mãe. Sua irmã estava ali, imóvel, respirando por aparelhos, mas sabia que ele também estava sofrendo por ela. Ainda a amava?

- Sinto Muito. – disse Annie.

- Tudo bem. Eu coloquei a empresa no auge novamente. Estou a trabalho aqui. – ele sorriu um pouco. – Faz quanto tempo que ela está aqui?

- Três anos e meio. Um ano á menos que o Johnny. – respondeu Mai.

- John Smith? – perguntou Annie levantando levemente um canto da boca.

- Esse ae. – elas sorriram e Christopher levantou uma sobrancelha.

- Andaram lendo Stephen King é? – elas assentiram – É o livro preferido dela. – ele abaixou os olhos para a ruiva novamente.

- Nós sabemos. – elas disseram juntas.

- Eu peguei na estante de livros dela. – respondeu Annie. – Tá tudo lá, como ela deixou. – continuou, falando mais baixo novamente.

Ficaram em silêncio. Christopher ainda se sentia estranho pela onda de sentimentos fortes, guardados á sete chaves quando fora para Londres, mas já estava se acostumando. Lembrava muito bem de como era sentir tudo aquilo junto. Ele passou um longo tempo assim, feliz por qualquer motivo, alegre ao ouvir a voz dela, tranqüilidade ao vê-la. Era tão bom sentir aquilo. Ele sorriu. Sim, era verdade. A amava, e sempre amou. Nunca deixou de amá-la. Apenas achou que poderia esquecê-la facilmente. Podemos dizer que eles apenas, colocaram as famílias e negócios em primeiro lugar.

Quando se deu conta, Annie e Mai estavam na porta, conversando com alguém. Conversando não, sussurrando, pois nem ele, naquele silêncio todo não as ouvia. Não se importou. Devia ser alguma enfermeira.

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