Fanfic: Explicitamente Grávida *AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

-  Eu não fiz nada - defendeu-se Al. - Alguns dos rapazes agiram por conta própria.

-  Agiram como idiotas! Que direito eles têm de fazer algo assim?

-  Ora, vamos, Anahí. Sabe bem que só estavam pen­sando em seu bem-estar.

-  Acho que quer dizer que não estavam pensando, isso sim. Se estivessem, teriam concluído que Alfonso pode acabar pensando que fui a responsável por essa visita. Preciso sair daqui.

Já era um problema que Alfonso houvesse dormido em seu sofá. Mas ver toda a cidade correndo atrás dele com espingardas mais parecia um pesadelo de filmes antigos.

-     Ainda faltam horas para o final do seu turno - lembrou Al. - Está passado mal outra vez?

- Não daqui - explicou ela, apontando para o chão. - Mas desta cidade. Preciso partir. E em breve...

-  Ora, Anahí, não exagere.

-       ...antes que meus preocupados vizinhos me enlouqueçam.

-   Eles só falaram de intenções e essas coisas. Aquilo foi suficiente para fazê-la estreitar os olhos.

-   E do que mais?

-   Bem, você conhece Norm, não é?

-     Oh, muito em breve mesmo, antes que eu mate um de meus preocupados vizinhos.

"Ou que um encanador enfurecido acabe comigo", concluiu em pensamento.

Pelo que conhecia de seu tio Norm, ele já devia estar organizando um boicote geral à loja de Alfonso. Não lhe dariam nem mesmo a chance de saber o que o atingira. De súbito, ele descobriria apenas que estava tendo mui­to tempo para descansar. Na verdade, todo o tempo disponível.

Do ponto de vista de Alfonso, não seria exagero pensar que ela arquitetara tudo aquilo. Como poderia ser di­ferente? Talvez nenhum argumento o convencesse do contrário. Mas seria preciso tentar fazer algo. Não su­portaria a responsabilidade pela falência de Alfonso em sua consciência.

-   Sabe, você ainda não explicou o motivo de ele haver demorado até de manhã para consertar o vaza­mento - questionou Al.

-   E não demorou. Acontece que ele...

"Adormeceu no meu sofá", Anahí completou em pen­samento, sabendo que, se falasse isso, adicionaria mais fermento ao problema. Morando em Hooperville, de­veria estar cursando psicologia, em vez de comunicação. Pelo menos teria um vasto campo de experiência com seus amigos.

Mas, bem-intencionados ou não, eles precisavam parar de interferir em sua vida. E isso incluía Al, que deixara a comida queimar na chapa, até ficar parecendo uma porção de pedaços irreconhecíveis de carvão.

-     Preocupados ou não, já é hora de pararem de me vigiar. Vivem tão preocupados em me salvar de mim mesma que estão me afogando em um mar de boas intenções. Cuidem de suas próprias vidas, está bem?
Al, por exemplo, pode começar jogando fora os ovos e o filé que estão na chapa. Eles, sim, estão além de qualquer salvamento.