Fanfic: Explicitamente Grávida *AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Alfonso saiu do toalete meia hora depois, torcendo para não esbarrar em Anahí outra vez. Ao sentir um toque no ombro, congelou. Contudo, em vez de se deparar com o "casal vinte", encontrou o rosto rechonchudo de Al.

-  Estou fazendo um servicinho extra - disse o homem, mostrando a bandeja cheia de taças que trazia na mão. - E você? Foi convidado?

-  Não. Estava apenas tirando meia centena de ca­napés do vazo sanitário. Alguém por aqui não gostou do cardápio. Faz alguma ideia de quem possa ser?

-  Oh, poderia ser qualquer um. Mas já que está aqui, preciso de um grande favor. Eu mesmo resolveria o problema, mas não posso sair antes dos convidados ou não recebo meu pagamento.

Enquanto seguia Al, Alfonso teve a sensação de que estava caminhando para a teia de uma aranha. Con­tudo, pelo ar de conspiração no rosto dele, tinha a impressão de que sabia o que iria acontecer.

-Não precisa agradecer - falou Alfonso, desviando o rosto no momento em que os olhos de Anahí encontraram os seus. - Estou fazendo isso por Al, já que ele não podia levá-la para casa como prometera. -Fez uma pausa e olhou na direção do noivo dela, -. E então, qual é a história do rapaz?

-     Howard está tendo a oportunidade de conseguir a chefia do departamento em que trabalha - explicou ela, sorrindo com certo desconcerto.

"Aposto que sim", pensou ele, vendo o homem bajular os indivíduos mais influentes da universidade. Conhe­cera muitas pessoas assim quando era advogado, e descobrira que eram sempre os piores maridos. Era lamentável ver Anahí destruir a própria vida ao lado de um egoísta como aquele.

-  Se for incomodá-lo, posso pegar um táxi - disse ela.

-  Eu nem pensaria nisso. Não na perigosa Hooperville. Se bem que, a meu ver, todos os indivíduos periculosos da cidade estão nessa festa.

-  Ora...

Embora tivesse ameaçado protestar, ela não o fez.

-     Vamos.

Ao tocar o cotovelo dela com a mão para conduzi-la ao estacionamento, sentiu uma espécie de descarga elétrica. Pelo tremor que percebeu em Anahí, a reação parecia ter sido a mesma em ambos.

"Eletricidade estática, meu caro", pensou consigo mesmo. "Pura física e nada mais. Não é nada emocional e, se fosse, não seria recíproco."

Só não poderia explicar o mal-estar que sentiu na­quele instante. Era a primeira vez que se sentia da­quela forma por não estar se envolvendo com alguém. Pelo visto, seria muito difícil suportar sua nova con­dição de observador passivo.