Fanfic: Explicitamente Grávida *AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Depois de alguns minutos, o silêncio se tornou in­suportável. Inclinando-se para a frente, ligou o rádio. No instante seguinte, se arrependeu. Estava na mesma estação que Fred costumava escutar nos finais de tar­de. Uma das músicas daquele mesmo repertório ro­mântico começou a ecoar pelo carro.

Aquilo lhe trouxe uma onda de nostalgia. Quando es­tava começando a sentir lágrimas se acumulando em seus olhos, Alfonso desligou o aparelho com um gesto rude. O súbito silêncio a fez perceber a realidade outra vez.

Não poderia se deixar levar. Em nenhum momento ouviu-o dizer que se interessaria em aceitá-la. Deveria esquecê-lo, mesmo que sua vida ao lado de Howard não lhe acendesse a chama que havia descoberto dentro de si. O bebê precisava do pai.

Contudo, quando chegaram à sua casa, ainda em silêncio, faltou-lhe força de vontade para sair do carro.

-     Obrigada pela carona - disse Anahí, sentindo-se
grudada ao banco.

Alfonso continuava olhando para frente, sobre o vo­lante, mas não a apressou. Depois de algum tempo, soltou um longo suspiro.

-     Está se alimentando direito?

A pergunta a pegou de surpresa. "Ele ainda se im­porta com isso?", pensou.

-  Sim. E também estou tomando minhas vitaminas na hora certa.

-  Otimo. Isso é importante. E quanto aos exercícios? Os períodos de descanso? Não está ficando tempo de­mais em pé, está?

-  Estou fazendo tudo conforme o médico mandou.

-  Excelente. E as aulas do curso pré-natal? Agora conseguiu um treinador com uma motivação especial, não é?

Anahí pigarreou.

-  Howard está preparando a apresentação de sua pesquisa, e com aquela promoção em vista...

-  Não precisa se desculpar por ele - interrom­peu Alfonso.

-  Não estou fazendo isso - mentiu ela, arrependendo-se de imediato. - Sim, estou - fez uma pausa. - Por acaso não estaria disposto a voltar?

-  Sabe que isso é inviável.

-  Sim, eu sei.

Depois de outro longo silêncio, viu-o abrir a porta e contornar o veículo. Quando ele chegou a seu lado, conseguira apenas soltar o cinto de segurança. Acei­tando o apoio oferecido, desceu e ficou de pé na calçada. Quando seus dedos se separaram, a sensação de solidão a levou a sentir um calafrio e estremecer.